No último mês de dezembro Jolin Tsai fez seu comeback com “UGLY BEAUTY”, depois de 4 anos sem lançar um álbum de inéditas e lançando bolos singles com DJs e Soundtracks. O primeiro single do álbum foi a faixa “UGLY BEAUTY”, e todos esperavam mais uma crítica social impactante e essencial sobre o estilo de vida atual, assim como na apocalíptica “PLAY”. Quando o lançamento aconteceu, Jolin não só atingiu as expectativas mas também colocou uma camada mais intimista em todo o projeto:
A música mistura um hip hop com elementos do dance e trap, criando uma atmosfera crua e sombria, com um tema sério a ser tratado com essa canção, numa produção forte e com batidas mais pesadas, na tentativa certeira de trazer impacto e abalar o ouvinte. Isso ganha mais poder com a letra criticando os padrões de beleza impostos e a interpretação dramática de Jolin cantando como uma súplica por mudanças. Isso porque, em “UGLY BEAUTY”, Jolin não se coloca como uma simples narradora expondo as hipocrisias e problemas da sociedade, mas se expõe como o alvo que sofre com as atitudes e padrões que o público cobra.
Se com outros exemplos de crítica social na carreira a cantora cria diversos personagens para criar uma narrativa forte e reflexiva, “UGLY BEAUTY” coloca a própria Jolin como a principal personagem da história, colocando episódios emblemáticos de sua carreira como referências sólidas para criticar os padrões de beleza irreais e a hipocrisia em julgar pessoas fora de um padrão estético e de comportamento inalcançável porém imposto como correto. mbora a mensagem seja clara e direta apenas assistindo o vídeo, a experiência fica mais profunda e íntima quando se compreende as referências ligadas a própria carreira de Jolin. Entre os principais destaques do vídeo, temos a cena do circo fazendo alusão à “The Acquired Talent”, turnê de 2006 onde um dos atos envolve uma rotina de ginástica que foi ridicularizada e virou meme na época.
O momento em que Jolin surge como uma iguaria faz referência ao vestido usado no Golden Melody Awards de 2008, onde internautas a apelidaram de “Rainha dos frutos do mar” por parecer uma lula.
E as diversas piadas envolvendo sua aparência física, em especial uma performance no Golden Melody Awards de 2007 onde os internautas falaram que ela tinha “Boca de Salsicha” e “Pernas de camarão”.
No geral o comeback de Jolin não só propõe uma reflexão sobre o que é bonito, mas também questiona o porquê do “bonito” e o “feio” não coexistir na sociedade. A subjetividade da beleza impede a existência de uma imagem ideal, e a ideia de executar diversos procedimentos e sacrifícios para conseguir se aproximar de um padrão inalcançável é algo tão danoso que é mais fácil abraçar as “imperfeições” e buscar sua humanidade ao invés da perfeição.
“UGLY BEAUTY” não mostra somente uma crítica social relevante na sociedade, mas exibe a vulnerabilidade da Jolin como pessoa. As inseguranças mostradas e a forma como jolin transformou elas em um trabalho reflexivo e impactante mostra que Jolin não tenta mais se adequar ao público com dietas malucas e cirugias desfigurativas, mas usa sua carreira e influência como uma plataforma para que as pessoas se sintam bem com elas mesmas e mais fortes do que julgamentos sociais que acabam não sendo importantes para a vida de ninguém. Jolin Tsai se mostra, hoje, uma artista necessária e que tem muito para dizer, fazendo de “UGLY BEAUTY” uma arte crítica na qual inflame revoluções e mudanças. Pois Jolin exalta a sua individualidade e quer que você faça o mesmo.
Cpop meu amores, vamos ouvir mais!
Só este fim de semana que fui ver esse MV…
Nem sabia de toda essa história por trás das cenas, mas achei tanto a música como o vídeo muito bons!