ALBUM REVIEW #02: Mamamoo – reality In BLACK

Como janeiro está escasso em pauta, né. A essa altura, no ano passado, Chungha e Apink já tinham arrancado perucas no início de ano, mas dessa vez ninguém andou fazendo o dever de casa, né. Mas pra não deixar o blog tão parado por conta disso eu vou investindo em pautas inúteis para fins de entretenimento e voltando com a prática de fazer reviews de álbuns de Asian Pop, dessa vez comentando o 2º álbum do Mamamoo “reality in BLACK”. Então, se você quiser saber os meus pitacos sobre esse álbum do Mamamoo, clica aí para ler mais e aproveite a review.

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Dentre as muitas qualidades que o Mamamoo possui, uma dessas não é o aproveitamento que eu tenho das album tracks pois é bem baixo. Dentre várias músicas bem desinteressantes e fillerzões com uma ou outra exceção, a discografia do Mamamoo serve poucos hinos para todo o potencial e promessas em volta desse grupo. Não existe um álbum/EP da carreira delas, e todo aquele poder vocal delas é totalmente perdido em músicas nas quais ou são completamente inofensivas a troco de destacar os vocais delas em instrumentais pouco brilhantes ou só são pouco inspiradas mesmo. Isso foi melhorando nos últimos EPs, com faixas como My Star e No More Drama sendo mais acima da média mas nada que surpreendesse muito. Mas com o buzz do Queendom e o lançamento do 2º álbum “reality in BLACK”, as coisas poderiam ser melhores, certo? Bem, nem tanto…

“reality in BLACK” tem um desempenho melhor do que o “Melting” e os outros EPs do Mamamoo, mas nem tão melhor assim. Tem umas faixas que são ótimas, que eu curti pra valer e tem os fillers de sempre que eu espero do Mamamoo, mas o principal problema do álbum é que tudo fica perdido numa tracklist altamente questionável, especialmente na 1ª metade dele que junta várias faixas com melodias fortes e sonoridades intensas mas que não combinam em nada. A 2ª metade do álbum é mais coesa, mas com faixas mais descartáveis e sem muito impacto, e juntando tudo isso temos um trabalho passável sem muito louvor. Passável por ainda ter seu valor como álbum de estúdio, e sem muito louvor pois é evidente que o Mamamoo deveria conseguir fazer trabalhos mais impactantes com todo o talento do grupo.

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O álbum abre com “Destiny”, a música usada para elas concorrerem no Queendom. Ainda tenho certas complicações com a duração da música (Poderia ter tirado uns 30 segundos no início da música mesmo), mas hoje em dia já aceito calmamente, e como album track funciona também. É gritante a diferença da música ouvindo sozinha sem um acompanhamento visual (A performance, no caso, melhora a música em vários níveis), mas servindo como uma introdução intensa e powerful ao Mamamoo foi uma ótima escolha… Até elas adotarem um som mais tranquilo e good vibes em “Universe” e cortar todo o clima. Porém, passada a estranheza, é uma faixa interessante e os vocais delas dão toda uma magia especial para a música, mas me incomoda o fato dela soar familiar demais para mim (Sinto que só o Red Velvet já lançou umas 3 músicas desses na carreira já).

“Ten Nights” já vem como a primeira balada do álbum, nada inovadora porém bem lindinha de ouvir (Quando o grupo tem um potencial vocal as baladinhas coreanas podem ganhar vários níveis). Porém, enquanto eu aprovo essa escolha de espalhar as baladinhas no álbum ao invés de socar tudo lá pro final dele, a decisão de botar ela antes da title track foi muito muito questionável. Entendo a intenção de darem um aquela destacada em “HIP” como a faixa que dá um up forte no álbum (E considerando que o nível do álbum cai bem pela faixa 7 em diante, “Ten Nights” na segunda metade do álbum seria totalmente esquecível), mas acho que não funcionou do jeito que elas queriam e isso faz “Ten Nights” mais atrapalhar na tracklist do que qualquer outra coisa.

“HIP”, pra mim, é uma das melhores Title Tracks do grupo. Ponto. É algo novo mas que, ao mesmo tempo, é a cara do Mamamoo (Especialmente dos primeiros lançamentos delas) e merece todo o sucesso que vem conseguindo. Pena que a RBW não foi feliz montando essa tracklist e o ritmo dessa música parece meio perdido no álbum, mas não tira o brilho da música sozinha. “4x4ever” é algo que faria mais sentido vindo depois de “Destiny”, pois é uma música forte que contemplaria bem toda a vibe que a faixa do Queendom me deixa, sendo forte, agressiva e servindo vocais a rodo, onde o grupo mostra todo o seu poder musicalmente falando. Ou seja, mesmo não estando numa posição muito agradável pra mim no álbum, segura muito bem o nível do mesmo vindo depois da Title Track. “Better” aparece como aquele pop noventista (Meio que) padrão para album track de K-pop, o que é prazeroso de ouvir mas quase nunca consegue passar de um fillerzão. Não foi o Mamamoo que mudou essa regra com essa música, mas o refrão é gostosinho demais para eu não curtir.

“Hello Mama” é o segundo baladão vocal do álbum, com uma melodia mais sutil do que “Ten Nights” mas sutil demais para ser memorável. É uma música para ouvir em momentos beeeem específicos e reflexivos, mas não é uma das melhores baladas que o grupo serviu então fica meio dispensável isso aí. Já “ZzZz” tem um instrumental que é propositalmente estranho, o que poderia ser algo interessante em teoria mas nenhuma delas conseguiu combinar vocalmente com a música e tudo fica tedioso já com dois minutos de som. No fim a música justifica o nome. “rEALITY” recupera um pouco do nível da primeira metade do álbum sendo mais uma faixa lenta com uma ou outra influência reggae, o que é bem bom mas seria muito mais interessante se botassem essas influências como um destaque de fato. Boa parte da música soa (de forma até descarada, em um e outro momento) como uma versão mais lenta de “Why So Lonely” do Wonder Girls, o que me dá vontade de ouvir o último single (pra valer) do grupo da JYP e isso não é lá tão bom pro Mamamoo.

O final do álbum volta a deixá-lo desinteressante com o fillerzão “High Tension”, que é um R&B que tem seu brilho por sua pegada mais jazzy mas qualquer girlgroup lança isso aí pra encher linguiça, então eu fiquei surpreso por “I’m Your Fan” ser uma faixa eletrônica bem vibrante de verão ao invés de qualquer baladão de fim de álbum. “I’m Your Fan” ganha mais pelo fator surpresa que eu tive do que por qualidade (É um pop fofinho de verão como qualquer outro pop fofinho de verão) mas ela ter menos de 2 minutos e meio me deixou com vontade de durar mais e ouvir de novo os “I’m your fan, your fan, your fan, your fan” fez essa ser uma das minhas favoritas do álbum.

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“reality in BLACK” se perde numa tracklist questionável e numa segunda metade quase que totalmente sem brilho, mas individualmente várias faixas funcionam ali. De qualquer forma eu acho incrível como um álbum mostra tantas limitações vindo de um grupo que mostra ter muito a oferecer, mas a essa altura acho que, até mesmo pelas preferências musicais das integrantes, não vai ser tão cedo que teremos um álbum fantástico do Mamamoo. Talvez ter muito talento não seja o suficiente, em alguns casos.

3 comentários sobre “ALBUM REVIEW #02: Mamamoo – reality In BLACK

  1. total aleatório ao post (mesmo concordando com tudo) estou chocada que tu gosta minimamente de ukiss e exo, e não é uma crítica tá, só estou passada!!!!

  2. 4x4ever é muito boa! (Elas fizeram um live dessa música há uns dias atrás)
    Destiny continua sendo minha ffavorita.
    HIP é estranha, mas eu não consigo parar de ouvir

  3. Uma pena. Lembro que quando comecei a acompanhar o k-pop, o Mamamoo foi um dos grupos que se destacou logo de cara, pelo talento, carisma e pelas músicas que fugiam do padrão de girlgroups (não iam nem pra linha fofinha, nem pra linha biscatuda, e sim pra um estilo mais brincalhão e debochado). Mas ironicamente, à medida que o grupo foi crescendo, os singles delas foram se tornando cada vez menos interessantes comigo…

    Elas deveriam entender que talento e carisma são componentes essenciais, sim, mas ter um repertório BOM também é importante.

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