Review Retrô: Quando SeeYa, Davichi e T-ara formaram um SuperM bem melhor que o próprio SuperM (2009, 2010)

Muito antes da SM tentar ser genial juntando vários grupos da casa para formar o SuperM, a MBK já tinha feito um megazord de grupos para emplacar uma superunit: Em 2009, integrantes do SeeYa, Davichi e T-ara se juntaram para lançar algumas farofinhas pop trot, algo que era bem distante da sonoridade dos 3 grupos (SeeYa e Davichi são grupos ballad e T-ara debutava como um grupo pop), mas inusitadamente deu certo:

Em 2009 a Core Contents Media já era uma empresa conhecida pelos seus grupos que hitavam de forma instantânea na Coreia. O SeeYa, criado para ser uma versão feminina do SG Wannabe (Um dos grupos mais populares dos anos 2000 na Coreia), ganhou diversos prêmios em seu ano de estreia (2007) e impulsionou a carreira de Nam Gyuri como uma das celebridades mais populares da época (O que gerou uma polêmica muito barulhenta para o gerenciamento do grupo só se importar em divulgar a Gyuri) e, um ano depois, o Davichi debutava como um hit instantâneo, emplacou 3 músicas entre os 30 maiores hits de 2008 e se qualificando como um dos nomes mais populares do ballad coreano. E em maio de 2009 a CCM resolveu investir numa collab entre o SeeYa (sem a Nam Gyuri, que teve uma saída conturbada do grupo em abril), o Davichi e a Jiyeon do T-ara, que ainda estava se preparando para debutar naquele ano.

Essa super unit dos 3 grupos rendeu dois singles. O primeiro foi “Women’s Generation”, um pop trot gostoso sobre uma mulher que cansou de sofrer e vai se transformar numa grande gostosa confiante de si. Esse conceito de empoderamento feminino foi o principal assunto desse supergrupo, mas o que destacava elas era o uso do trot, gênero tradicional coreano que é bastante popular no país, mas trazia uma novidade tanto dentro do nicho “K-pop” quanto na discografia do Davichi e do Seeya (Que já tinham seus números pop mas nada no estilo). A música é muito gostosa, daquelas que você simpatiza por ser leve e divertida enquanto o instrumental vai grudando de tão chiclete que é.

Essa parceria fez muito sucesso, ficando entre as 40 músicas mais populares e os 10 ringtones mais baixados de 2009 no Melon, e o sucesso dessa unit rendeu um segundo single no início de 2010, “Wonder Woman”:

Para esse single tivemos algumas mudanças na formação da unit: Davichi permanecia com Minkyung e Haeri, mas agora o T-ara era representado por Hyomin e Eunjung e o SeeYa voltava com a novata Lee Soomi (Que mais tarde saiu do grupo para debutar no Coed School). A base de “Wonder Woman” não mudou: Mais um pop trot juntando o moderno e o tradicional, com uma letra falando de empoderamento e independência femimina, mas as roupas mais coloridas e joviais do primeiro single deram lugar a figurinos mais adultos e festivos em um MV gravado em qualquer estúdio branco alugado da MNET. A música, no entanto, é a melhor do projeto, com os elementos do trot bem ressaltados e vocais ainda mais agradáveis (O fato da bias Haeri ter pego as principais partes/notas da música ajuda no meu favoritismo por essa faixa).

“Wonder Woman” manteve o sucesso do single anterior, ficando entre as 50 musicas mais populares do ano de 2010 no Melob, mas meu único porém com esse projeto é o quão avulso o T-ara ficou nele. É evidente que as duas músicas exigem um apelo vocal forte, e era até injusto pegar as integrantes do T-ara para dividir músicas com dois grupos vocais. Certo que essa unit para o T-ara mais serviu para ajudar na popularidade do grupo como novatas, mas ouvindo as músicas fica até difícil notar a participação do grupo aí. Fora isso, esses dois singles girl power são bem legais e mostram muito bem um template diferente e mais pop dos grupos vocais (Principalmente pelo Davichi que praticamente só investiu em baladões vocais desde então).

Esse super grupo teve um fim inevitável com o anúncio do fim das atividades do SeeYa ainda em 2010 mas, mesmo só lançando 2 singles, cumpriu com o seu propósito para todos os envolvidos: Ajudou na popularidade do T-ara, que nos lançamentos seguintes se projetou como uma das grandes potências femininas do K-pop, manteve o nome do SeeYa relevante mesmo com seus dois últimos anos de grupo bastante conturbados e consolidou o Davichi como chart-toppers e um dos nomes mais populares da Coreia. E isso prova que, quando se tem um projeto e ambições mais realistas, as coisas provavelmente vão dar mais certo do que tentar emplacar “Os vingadores do Kpop”.

5 comentários sobre “Review Retrô: Quando SeeYa, Davichi e T-ara formaram um SuperM bem melhor que o próprio SuperM (2009, 2010)

  1. Bem interessante! Mas não faria mais sentido socar todas as integrantes dos três grupos nesse megazord (nem que metade só estivesse lá pra dançar no fundo, estilo E-Girls)?

    Hoje temos o LOONA e o Seventeen que meio que funcionam mais como “Vingadores do K-pop” considerando que ambos são basicamente combinações de sub-units com estilos diferentes. Bom, talvez mais o Seventeen, já que as units do LOONA parecem ter sido eliminadas depois do debut do grupo completo.

    • Confesso que adoro esses megazords, por sinal, tipo um que o AOA, Girl’s Day e aquelas minas que saíram do EXID pra tentar a sorte em outro grupo e tomaram no cu fizeram pra dançar um cover do SNSD…

      Se o terceiro grupo tivesse sido o próprio EXID em vez do grupo das desertoras, esse teria sido o megazord supremo e imbatível do sexy concept (Hani chegou a se juntar à Yura e Chanmi pra um cover de dança de Abracadabra, mas não é a mesma coisa).

    • Na prática essa unit é só Seeya e Davichi mesmo, a MBK botou as relevantes do T-ara só pra manter o nome delas como novatas quente. Em Women Generation a Jiyeon não tem linhas na música oficial (Ela só canta nas performances) e em Wonder Woman a Hyomin e a Eunjung só dividem rap na música original (E pegavam umas linhas da novata do Seeya nas lives já que o segundo rap era cortado nos programas)

  2. Sdds dessas misturadas que a empresa do T-ara fazia.
    Painkiller e T.T.L PR amim soa uma das melhores músicas do kpop.

Os comentários estão desativados.