Review Retrô: Quando o Stellar redefiniu o sexy concept com “Marionette” (2014)

Quando um grupo está perdendo popularidade ou flopando dede sempre com o conceito original, é normal que o grupo faça uma mudança mais geral na imagem e sonoridade, apostando em um conceito diferente e nunca visto no grupo. Para um girlgroup em 2014, isso normalmente significava em apostar no sexy concept, o que acabou dando certo para grupos como EXID, Girl’s Day e AOA. O Stellar também resolveu mudar as coisas com “Marionette”, e isso acabou dando certo… Mas do jeito errado:

O Stellar começou em 2011 sob a tutela do Eric (Shinhwa), o que gerou certa expectativa para o grupo. Mas acabou que os primeiros singles que apostavam numa farofa autotunada mais fofa acabaram não vingando com o público. Então a natural transformação aconteceu: Duas integrantes da formação original saíram, outras duas entraram e o Stellar partiu pro sexy concept como todas as outras. Mas o que ninguém esperava era como as coisas iriam muito longe nesse MV.

De vestidinhos pastel e atitude de bobinhas para body, meias rasgadas e cuzão empinado ♡ Normalmente o sexy concept apostava em visuais e coreografias mais provocativas mas era sempre algo mais fantasioso/fetichista e menos direto ao ponto. Para “Marionette” os responsáveis decidiram apostar em algo mais íntimo e pessoal, muma execução que fazia o espectador se sentir num dia com elas, o que rendeu alguns dos closes mais gratuitos feitos em um girlgroup.

Em 2020 isso nem parece mais tão chocante assim, mas quando isso saiu a internet ferveu. Os coreanos ficaram extremamente ofendidos e até por aqui eu lembro que o pessoal ficou dividido entre aqueles que acharam tudo “gratuito demais e não precisava de tanta apelação” e aqueles que “amaram tudo e tinha que chocar mesmo e Stellar rainhas sua fave nadinha”. Mas o objetivo foi cumprido: Stellar ganhava as notinhas por toda a internet, cada apresentação era um evento e todo mundo queria boicotar as meninas por não respeitar a moral e os bons costumes ou qualquer merda dessas.

E o melhor disso tudo é que a música era (E ainda é) ótima. A construção é toda dramática, daquelas músicas sensuais que você faz cara de inconformada com a situação do país enquanto tá ali batendo cu no chão, o refrão é delicioso e os versos seguram muito bem. Eu sinto que a música seria ainda melhor com uma produção mais elaborada, mas só do vocal dos vocais estarem bem menos processados do que nas outras tosqueiras do grupo já foi uma vitória e tanto. “Marionette”, como música e nas mãos de outro grupo, seria fácil um dos grandes hits do Kpop (A música conseguiu um modesto Top 40 mas é muito mais memorável do que muito sucesso daquele ano), mas é uma pena que o público passou a caçar o Stellar como se fossem bruxas que merecessem ser queimadas e o grupo nunca mais aconteceu, virando um dos grupos nugus mais queridos do Kpop.

Esse tipo de transformação e reação hoje em dia é mais difícil de acontecer no Kpop por conta dos conceitos populares de hoje em dia serem menos polarizados que o do início da década, além de serem mais elaboradas e menos bruscas (Isso quando já não é do conceito do grupo ter essa dualidade). Na cena atual não vamos ter grupos indo do 8 ao 80 como o Stellar, o que em parte é uma pena por conta do entretenimento e do shock value que isso causava, mas por outro lado é até bom para a saúde e reputação das meninas (Tem entrevistas que algumas integtantes comentavam que viveram o inferno na terra na época de Marionette mesmo com o dinheiro finalmente entrando).

11 comentários sobre “Review Retrô: Quando o Stellar redefiniu o sexy concept com “Marionette” (2014)

  1. Acho que esse tipo de transição que o Stellar fez não veremos mais (Talvez esteja errado), pq o Kpop cresceu tanto em público que um grupo acaba sempre abraçando meia dúzia de legião que supre a necessidade básica de sobrevivência por uns 3 anos, ou nem passa do Debut, como muitos por aí

    Mas quem sabe um aegyo aí da vida não surta e lança um Marionette 2.0

    https://palpitesalheios.wordpress.com/

  2. Inclusive tem entrevista de duas delas dizendo que nem sabiam que o resultado final seria tão explícito e que se sentiram enganadas e, depois, obrigadas a apresentar essa imagem contra a vontade. Imagina você entrar pra um grupo achando que vai cantar Fancy e terminar fazendo Paradise Lost?! Eu iria adorar, mas dá pra entender que deve ter sido horrível pra elas. Uma pena que foi desse jeito porque, realmente, a música é ótima e uma das minhas favoritas

  3. Engraçado, eu conhecia a polêmica mas não me lembrava como a música é ótima. Talvez de eles tivesse dosado menos as coisas pudessem ser melhor para todo mundo – principalmente para elas.

  4. Pouco tempo depois, a empresa deu uma bela moderada no sexy concept delas e lançaram Mask, tão boa quanto Marionette. Sweetune rainha, Teddy Park come poeirinha

    • Desde ontem eu estou ouvindo Stellar. O mini album Marionette é ouro!!!! Mask minha favorita do grupo. Acho incrível como essas duas canções conseguem transmitir emoção e sensualidade em seus versos! É uma pena saber o que estava por trás desses sentimentos. Não esqueço essa famosa cena do leite escorrendo pela boca da Jeonyul… Ela alegou que ao ler o roteiro, pensava que o leite escorria por estar fraca graças a seu amor, e não havia o entendido o real significado (Gostaria de dizer que ela está quase batendo sua meta de arrecadação lá no Makestar, então em breve teremos um álbum solo dela!!!!!!! UTILIDADE PÚBLICA!!!!! Vamos ver no que dá, né!!))
      Sinto falta das músicas, mas é bom saber que elas não se sujeitam mais a situações tão tristes e traumáticas. Pra mim, fizeram parte da minha história no kpop, e sempre serão uma das minhas favoritas!!!

  5. Eu amava esse conceito sexy e chocante delas. Principalmente em Vibrato, porque as ilusões ao órgão sexual feminino foi tão bem feitas!!!!!!! Me fazia gritar ARTEEEEEEEE. Mas aí uma entrevista onde elas colocaram as cartas na mesa e disseram como não tinham ideia do que os clipes realmente significavam, que faziam as coisas sem o conhecimento e consentimento delas me broxou total. Achei uma falta de respeito com elas não só como artistas, mas como mulheres também. Foram músicas ótimas, sim, entretanto teria sido ainda melhor se a produção fosse feita com o querer das integrantes. Até porque uma música sensual bate cu ♡ sempre rouba muitos corações. Uma carreira triste, infelizmente, mesmo assim muito marcante.

  6. Desde ontem eu estou ouvindo Stellar. O mini album Marionette é ouro!!!! Mask minha favorita do grupo. Acho incrível como essas duas canções conseguem transmitir emoção e sensualidade em seus versos! É uma pena saber o que estava por trás desses sentimentos. Não esqueço essa famosa cena do leite escorrendo pela boca da Jeonyul… Ela alegou que ao ler o roteiro, pensava que o leite escorria por estar fraca graças a seu amor, e não havia o entendido o real significado (Gostaria de dizer que ela está quase batendo sua meta de arrecadação lá no Makestar, então em breve teremos um álbum solo dela!!!!!!! UTILIDADE PÚBLICA!!!!! Vamos ver no que dá, né!!))
    Sinto falta das músicas, mas é bom saber que elas não se sujeitam mais a situações tão tristes e traumáticas. Pra mim, fizeram parte da minha história no kpop, e sempre serão uma das minhas favoritas!!!

  7. Realmente a mudança de estilo delas foi bem brusca. O que acaba sendo um apelo adicional. E a música é mesmo muito boa.

    Acho que o único caso parecido que eu lembro foi das Hello Venus – mas o primeiro single após a mudança de integrantes e de conceito ainda era relativamente moderado; foi só no segundo que a apelação (e o baixo orçamento para MVs e figurinos) veio com força…

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