HA:TFELT desafia a OMS e faz uma festinha em “Sweet Sensation”

Depois de dar uma gostosa prévia em “Satellite”, HA:TFELT lançou ontem seu primeiro full album “1719” (Ainda é estranho ver que ela conseguiu um álbum completo antes da Sunmi). Para promover o álbum ela escolheu a música “Sweet Sensation”, e no MV ela mostrou que não tem medo de Coronavirus e não tem quarentena que segure a lenda:

Se em “Satellite” HA:TFELT se divertiu no seu próprio mundo e respeitou as normas de isolamento por conta do Covid-19, em “Sweet Sensation” a cantora resolveu ligar o foda-se e ser DJ numa festinha, afinal ser uma cantora indie conceitual que não liga pros charts não paga as contas e ela tem que se virar com os bicos que aparecem. A outra parte desse MV mostra como HA:TFELT está tendo que se virar nos 30 agora que a empregada está dispensada do serviço por conta da pandemia e ela mesma tem que limpar a casa, pisando nos jovens classe média que reclamam da falta de alguém tirando o pó do quarto. No geral é mais um MV bem divertido e leve de assistir, fiquei bem felizinho durante os 4 minutos de vídeo com HA:TFELT dançando e fazendo bobagem enquanto limpa a casa, já fez a música entrar na minha playlist de faxina por aqui.

Falando em música, “Sweet Sensation” é o single mais upbeat da HA:TFELT até aqui. Se algum dia eu me perguntei o que aconteceria se a HA:TFELT se juntasse com um produtor eletronico tipo o GroovyRoom para lançar algum single mais pop, “Sweet Sensation” foi a resposta. Não tem nada de muito novo nessa música exceto o fato de que é a HA:TFELT cantando, com vocais doces e uma interpretação mais alegre, e a faixa vira uma daquelas músicas que você ouve quando está na bad e precisa de um hininho leve para te tirar da bad e dar um pouco mais de energia pro seu dia. É uma coisa descompromissada mas na medida certa, e é o que faz essa música brilhar assim como “Satellite” brilhou.

No geral foi um ótimo retorno da HA:TFELT, mostrando um lado mais eletrônico e upbeat que ela pouco explora na carreira (Acho que só rolou algo do tipo no primeiro EP com “Nothing Lasts Forever” e, numa abordagem bem mais pesada, “Ain’t Nobody”), e fico bem triste vendo que não é todo mundo que está apreciando isso (Os dois MVs estão penando pra pegar 100k no Youtube, quer dizer…). Mas um outro lado meu fica bem feliz de ver ela se permitindo experimentar novos sons e se descobrindo a cada single, rendendo ótimas músicas para diferentes momentos de um dia comum. E toda essa viagem está rendendo boas músicas, que é o que importa no fim do dia.


Hidden gem: Life Sucks

“Life Sucks” é a faixa que abre o “1719”, onde ela basicamente fala que o pai é um merda que acabou com a vida dela. Os pais de HA:TFELT são divorciados desse quando ela tinha 12 anos, e desde então a cantora não tinha mais contato com o pai até os seus 29 anos, quando ela conta que recebeu uma carta do pai pedindo para salvar o pastor (Provavelmente dos escândalos de fraude que ele se meteu em 2018 e até o nome da filha foi metido nesse rolê) mas HA:TFELT é ligeira e já mandou um “Coitado, mas a vida é uma merda pra todo mundo, se vira aí véio”. A música inteira é dela descendo o pau no pai e em como ele desgraçou ela, cantando com toda a angústia e melancolia que a música pede, num instrumental que Demi Lovato mataria pra ter na discografia. Vale a pena ouvir e ler a letra (Que é toda em inglês) para entender todo o rancor que HA:TFELT transformou lindamente em uma ótima canção.

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