Review Retrô: Quando o Orange Caramel tentou unificar a Ásia com “Bangkok City” e “Shanghai Romance” (2011)

Eu estou com preguiça de comentar as coisas mais meia boca que saíram essa semana, então vou fazer algo que eu sei que vocês adoram: Mexer em velharia!!!!! Então vamos voltar para o ano de 2011, no qual vários grupos queridíssimos ainda existiam e a Pledis tinha um projeto audacioso: Transformar a discografia do Orange Caramel em uma grande tour pelo continente asiático.

Lá em 2011 o Orange Caramel, até então uma sub-unit fofinha do After School, anunciou o “One Asia Project”. Não sei se na teoria esse projeto tinha algum conceito mais profundo por trás, mas basicamente o “One Asia Project” foi uma série de singles que usavam cidades de diversos países da Ásia como tema principal do Orange Caramel… Ou seria uma série de singles, já que essa delícia de projeto só teve duas músicas: Bangkok City (Tailândia) e Shanghai Romance (China). É meio óbvio que esse projeto era pra ser algo mais duradouro (Provavelmente algo que virasse o principal conceito do grupo), mas acho que alguém na Pledis avisou que existem mais de 60 países na Ásia e não ia rolar de bancar apropriações homenagens em todo santo beco asiático, então o projeto morreu antes de virar, de fato, a marca do trio. Além disso tinha as limitações do Orange Caramel ser uma sub-unit, mas isso eu explico mais pra frente no post.

O primeiro single do projeto foi “Bangkok City”, lançado em março de 2011. Depois de 2 singles fofinhos no debut em 2010, “Bangkok City” foi uma mudança de 180° na sonoridade do grupo, que agora apostavam em ser gostosonas de boate tailandesa enquanto cantavam um club banger delicioso. “Bangkok City” foi um evento tanto pela mudança de visual e som quanto pela qualidade da música, pois é uma daquelas farofas que não se jogam no batidão pesado e tem um refrão bem legal e digno de um pop/dance da época, usando um ou outro elemento não convencional para lembrarmos que elas estão homenageando a Tailândia e dar uma diferenciada das outras farofas de início de década.

O negócio deu muito certo, “Bangkok City” e fanfav de muita gente e a música mais bem sucedida do grupo, com o único Top 3 da carreira da sub-unit (Hoje em dia a música não deve ser mais popular que Catallena), mas conforme o tempo foi passando dá pra notar que o single é um grande ponto fora da curva. “Bangkok City” é o único farofão feito pra tocar em boates gays coreanas do Orange Caramel, e o MV reforça isso com elas se divertindo numa baladinha com alguns dos piores figurinos da história do Kpop. Sério, até hoje ninguém entendeu qual foi a das perucas ressecadas… Não existia um tratamento de hidratação na Tailândia? Mas o ponto é que “Bangkok City” foi o single menos, digamos, Orange Caramel da história do Orange Caramel, pois fugiu da ideia original de ser uma sub-unit fofinha e acabou não tendo uma continuidade, pois no single seguinte elas já voltavam a ser fofinhas e aquecendo as personalidades mais toscas/weird.

Em outubro de 2011 veio o segundo (e último) single do projeto One Asia, “Shanghai Romance”. E se em “Bangkok City” as referências tailandesas talvez fossem sutis demais e passassem meio que despercebidas, em “Shanghai Romance” elas chutaram o balde: Posições de artes marciais chinesas na coreografia, figurinos tradicionais chineses, cenários montados a partir do que a Pledis encontrou em uma lojinha chinesa de Busan e até um “Wo ai ni” é mandado no final da música para a gente ter certeza de que elas estão homenageando a China.

“Shanghai Romance” é praticamente um baladão tradicional de filme chinês remixado para um grupo de K-pop, o que foi uma ótima ideia no fim do dia pois a música é ótima. Durante todo o single você sente que está ouvindo uma música chinesa que algum produtor resolveu farofar para um girlgroup de kpop, os vocais mais fofinhos combinaram muito bem com a música e os “shan shan shan” do refrão são viciantes. Pessoalmente acho “Shanghai Romance” um dos melhores singles do Orange Caramel, e embora não tenha feito tanto sucesso quanto “Bangkok City”, acabou mostrando que a Pledis tinha muitas ideias legais para esse projeto e sabia como fazer isso, mas o orçamento de 72 reais, cola quente e cartolina não ia durar pra sempre.

A icônica apresentação de “Shanghai Romance” com elas vestidas de Chun-Li, mostrando que elas queriam MESMO se tornar as coreanas mais chinesas do K-pop

O projeto “One Asia”, mesmo durando somente dois singles, mostrava que a Pledis tinha várias ideias para o Orange Caramel e que o grupo podia fazer muito sucesso com elas, pois o ano de 2011 popularizou muito a sub-unit. A Pledis estava empolgada com o Orange Caramel fazendo muito sucesso, mas elas ainda eram uma sub-unit do After School e isso acabou sendo um grande problema para o grupo, pois a sub-unit estava ficando mais popular que a formação principal. Musicalmente, os coreanos estavam mais interessados em acompanhar só o trio do que o After School completo, e a Pledis notou isso pois passou a promover bem mais o Orange Caramel, deixando o After School de lado. O auge desse rolê foi em 2014, quando o Orange Caramel ganhou QUATRO MVs (Catallena/Abing Abing/My Copycat/Gangnam Avenue) e o After School não promoveu nada na Coreia, e eu lembro de acompanhar esse single com alguns playgirlz falando em boicotar My Copycat para a Pledis dar prioridade ao After School. Meio que funcionou, pois esse último single foi o mais flopado da carreira das carameladas, mas depois disso a Pledis resolveu enterrar todo mundo logo de uma vez e jogar no limbo tanto o Orange Caramel quanto o After School.

Oficialmente falando a idade também pesou para o fim da unit. Em uma entrevista feita em 2017, a Rania chegou a comentar sobre um retorno do Orange Caramel falando que elas estavam ficando velhas demais para o conceito do grupo, e que até tinham gravado alguma coisa mas a Pledis engavetou tudo. É uma desculpa que faz sentido (Principalmente para a Nana, já que manter o Orange Caramel não combinaria em nada com a imagem de modelete gostosona e fierce que ela passou a ter sozinha), mas a Pledis já mostrava que não estava mesmo afim de tocar em frente com o grupo. Tanto Orange Caramel quanto After School tinham ótimos conceitos, ideias e execuções enquanto ambos davam certo, mas isso tudo acabou ficando demais para uma empresa de fundo de quintal como a Pledis, e acabar com tudo não oficialmente foi a forma que eles encontraram de seguir em frente.

11 comentários sobre “Review Retrô: Quando o Orange Caramel tentou unificar a Ásia com “Bangkok City” e “Shanghai Romance” (2011)

  1. Cara, que saudade do OC! Tão creepy e ao mesmo tempo fofo. Eu jurei que após o sucesso (acho que mais internacional) de Catalenna Orange Caramel seria um dos maiores girlgroups do ano. Pena que a Pledis não sobre promover nem o AS nem o OC
    M O R T E A P L E D I S !

  2. Oii… Bangkok City tá no spotify kskks… Só que pasme… O nome dele tá como Origin No álbum because of you (2012) 😂😂😂😂

    Quem diria que o Orange um dia uniu a Ásia 💜 Sdds

    • BED.IN, as rainhas do trash asiático! Não faço ideia de como a carreira delas ainda está viva, mas torço pra que continue viva por muitos e muitos anos.

  3. Sempre que um grupo anuncia o debut de uma sub-unit a primeira coisa que me vem à cabeça é “o início do fim”. Acho que fiquei meio traumatizada com praticamente 80% dos ggroups que acompanhava na falecida segunda geração após anúncios de units, ser uma questão de tempo o aflorar de conflitos administrativos e internos, de fãs, de saída de integrantes, de qualidade dos materiais posteriores lançados e consequentemente levando ao fim do grupo. O After School infelizmente entra nessa estatística pra mim. Não era playgirlz, mas lembro que mesmo por muitas vezes não tendo o devido reconhecimento merecido, o AS sempre foi um grupo muito singular e notório nos promocionais, que impactava mesmo, eram memoráveis, dava vontade de acompanhar, sem dúvidas os promocionais de bang! é um dos suprassumos da década. É de uma infelicidade e falta de consideração demais com quem acompanha quando as empresas não fazem um disband digno, com direito a último álbum, promocionais e etc… Infelizmente ser péssima até no disband não se restringe só a Pledis, sortudo são os grupos que ainda conseguem ter o mínimo que é uma despedida.

    • Caramba… será por isso que a BBC resolveu parar com os lançamentos pras sub-units do LOONA?

      • Provável! Acho arriscado ficar promovendo unit antes do grupo se estabilizar de verdade, ainda mais que tem unit ali com potencial pra colocar outras no chinelo

    • Esse comentário diz tudo que eu penso sobre units! Fiquei bem dividida quando a SM anunciou o debut da unit Seulrene, mas espero que realmente seja algo só pra preencher esse tempo sem a Wendy. Mas sabendo que finalmente o SM Girls está vindo aí, esse anúncio fica ainda mais assustador

  4. A empresa é uma draga mesma. Tbm achava o conceito genial e confesso que Orange Caramel conseguiu minha atenção mais que o AS.
    Só me lembro da nostalgia nas baladinhas de kpop cantando Shangai Romance hehehehe.

  5. A PLEDIS é uma péssima empresa. Porém, tenho ótimas lembranças do velho AfterSchool e do Orange Caramel. Depois da saída da Kahi do AS, senti que o grupo perdeu força e meio que sua identidade, acho que a Kahi tinha uma personalidade muito forte no grupo. Sobre o Orange Caramel, existe desde 2010, então não acho que o AS tenha acabado por conta dele, visto que havia uma grande distância de conceitos entre os dois grupos e eles coexistiram por vários anos de sucesso de ambos. Aceitei por um bom tempo o fim do AS, visto que num hiato de tantos anos é meio impossível uma volta com tudo de um grupo com tantas integrantes, porém o fim do OC é difícil de aceitar, pois era um grupo pequeno, todas as integrantes e a empresa nunca negavam o fim (mesmo algumas saindo do AS), então a expectativa para um retorno delas continuava viva. Com a saída da Lizzy e Raina da Pledis, é mais difícil um revive do grupo, mas seria uma ideia interessante para um conceito diferenciado, pois sinto nos últimos anos, conceitos muito parecidos no k-pop, o que me afasta um pouco dos grupos mais novos. Sigo vendo lives e ouvindo músicas de ambos os grupos, fazem muita falta.

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