Em “We Ride”, Brave Girls volta com um carro, um fundo verde e um City Pop do Brave Sound

Brave Girls passou aí uns 3 anos sem lançar uma música inédita, o que foi até estranho se levarmos em conta que “Rollin” é provavelmente a música mais popular da carreira do grupo por aqui (Elas floparam feio na Coreia mas pelo menos o nicho por aqui sabe o que é um Brave Girls por conta dessa música).  Mas, diferente de outras empreitadas do Brave Brothers, Brave Girls recusou qualquer disband e conseguiu juntar 72 reais para pagar dois alugueis e algum estagiário de design gráfico, lançando “We Ride”:

Uma coisa boa desse revival do City Pop é que podemos fingir muito bem que esses vídeos low budget são feitos para respeitar a estética oitentista em que fundos verdes e edições futuristas eram o ápice dos vídeos da época e não porque não tinham dinheiro para algo além. E isso funciona muito bem. Esse MV é basicamente o Brave Girls aproveitando AQUELA trip e servindo uma viagem de luzes piscantes, intercalando com takes solo das integrantes mostrando sua versatilidade em atuações de comercial (Afinal vai que cola e, sei la, a Eunji vire garota propaganda de qualquer marca de refrigerante aí), e tudo combina com a música de uma forma que ela seja prazerosa de ver e de ouvir ao mesmo tempo. Não é sempre que me importo com um MV a ponto de achar que ele eleva a experiência da música, mas aqui o Brave Girls ganhou muitos pontos.

Sobre a música, “We Ride” surfa bem na onda do City Pop e cria uma atmosfera tranquila, relaxante e agradável de se ouvir. Gosto de como as batidas me trazem uma sensação de conforto, que está dando tudo certo e que só preciso caminhar pela Paulista e aproveitar as luzes da noite para ser uma gatinha feliz e completa. O Brave Girls me leva para outro universo, uma realidade paralela onde as coisas parecem mais simples, e desde o primeiro segundo da intro até os “uuuuuh uuuuh” do final, passando por um refrão delicioso e elegante que é a minha parte favorita da música. É definitivamente um lado totalmente novo para o Brave Girls, que normalmente apostava em popzões e farofas chicletes para tentar sair do flop, mas 3 anos inativas fizeram o Brave Brothers repensar e amadurecer um pouco as coisas para continuar flopando.

Se tem uma coisa que posso pontuar como negativa nesse comeback é que ela é meio, digamos, inofensiva. Claro que todos os viadinhos que aprenderam a amar City Pop através da Mariya Takeuchi (Oie) sentiram o impacto dessa música e estão ouvindo isso aqui como se fosse a última música da história (E pode ser mesmo a última música da história do Brave Girls), mas “We Ride” não tem alguma parte que me prenda de fato. Mesmo achando tudo ótimo, não existe aquele gancho que grude na cabeça e me faça ter necessidade de ouvir de novo, entendem? Não é nada que diminua o comeback do Brave Girls, só fica aquele sentimento de que, se nada até agora deu certo para o grupo, não será “We Ride” que vai dar os dias de glória para elas.

Considerando que o Brave Girls já existe há NOVE ANOS (Pois é, minha filha, tudo isso), esperar que o grupo faça sucesso a essa altura é como torcer para Namie Amuro sair da aposentadoria. Com esses grupos a gente só aproveita enquanto ainda conseguem lançar música e, se for música boa, a gente aclama apropriadamente. É esse o sentimento que tenho com “We Ride”: Tenho plena consciência que a Coreia não vai deitar para elas sobreviverem por mais alguns comebacks, mas no fim do dia isso não importa porque eu deitei para mais uma música ótima e que vai ficar ainda melhor na playlist de city bops modernos que a Coreia faz crescer toda semana.

3 comentários sobre “Em “We Ride”, Brave Girls volta com um carro, um fundo verde e um City Pop do Brave Sound

  1. Bem inofensiva, se considerar que já lançaram músicas mais, digamos assim, dançantes. Tá aí um grupo queria que tivesse sido melhor aproveitado_ na teoria parecia interessante, mas na prática se tornou bem parado, não sei porque.

    É impressão minha ou saiu mais integrantes? Estou achando poucas 😕

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