Quando a onda latina invadiu algumas produções no K-pop esse ano eu vi algumas pessoas comentando quando chegaria algum girlgroup de beira de estrada sampleando algum funk safadamente enquanto as gatinhas batiam cu entre si em cima do batidão (Ironicamente ou pra valer, afinal kpopper né). Pois bem, esse dia CHEGOU com o Bling Bling debutando ontem com o primeiro funk coreano da história idol, “G.G.B”:

Eu estou… abismado. Nem é uma brincadeira em volta das batidas ou algo do tipo, a música é realmente descrita como um batidão do gênero Baile Funk e realmente isso foi pensado como algo único e nunca feito antes no K-pop, sendo o verdadeiro exemplo de inovação na indústria (Aprende, SM). Isso é quase que uma resposta ao B-pop que tentaram vingar por aqui há alguns anos (Lembram? Pois é), e agora estou esperando elas chamarem, sei lá, a MC Jessica do Escadão para garantir um maravilhoso feat. Já que inventaram de lançar um funk, tomara que elas consigam ir bem fundo nisso.

Sobre a música, o instrumental é bem legal, o tipo de funk que uma Lexa da vida lançaria para vingar no carnaval ou coisa do tipo enquanto ela balança a raba e quer ficar solteira pegando geral, e isso é muito bom. Deu pra ver que os responsáveis foram fundo na playlist Funk Hits antes de produzir essa música e deu pra sentir a brasilidade da coisa toda (Representatividade é isso, sabe). Em compensação, acho que faltou mais atitude e personalidade nelas cantando isso. Na verdade parece que elas estão cantando qualquer girl crush coreano em cima de um batidão frenético desses, e soa meio deslocado. O instrumental é empolgante, mas quando elas começam a cantar o negócio simplesmente não sobe o nível que deveria subir.

Para o Bling Bling funcionar de fato como as rainhas do funk coreano, acho que o caminho é ser menos polido e mais bagaceiro. Sei que isso é uma coisa que vai contra todos os princípios estéticos que a indústria (E até os próprios fãs) botam nos grupos de K-pop, mas essa “G.G.B” seria muito melhor se montassem uma personalidade mais IDGAF para as integrantes, com atitude e swag de alguma gostosona do hip hop coreano. Acho que elas ainda estão muito cruas e no padrão girlgroup nugu de K-pop, mas a música ainda é divertida e não dá pra dizer que não é algo único na Coreia. É só o primeiro single e ainda tem muito para elas evoluírem mas, se tudo der errado, pelo menos já garantiram uma fanbase brasileira composta de pessoas que se sentem mais representadas com qualquer troço cantado em coreano do que com um funk raiz daqui.

Hidden gem: #KETSUFURE (Yayoi Daimon)

A b-side do Bling Bling é uma barulheira insana e horrível, então eu vou aproveitar que vocês só estão aqui pela piada, então vou aproveitar pra divulgar a lenda Yayoi Daimon e o seu funkzão japonês “#KETSUFURE”. Acho que já falei dela aqui no blog, mas para quem não conhece: A Yayoi Daimon é uma das “novas” rappers da cena japonesa (A carreira dela tem uns bons 5 anos mas só ganhou uma certa atenção em 2018 com “NO BRA!”) e é conhecida pelas suas letras cheias de personalidade e cunho social (O “feminist” que vocês estão vendo aí na capa do celular não é a toa). E em “#KETSUFURE” a gente vê o que uma artista com mais atitude e vontade de bater bunda no chão enquanto canta “Vai! Treme essa bunda” 425 vezes faz maravilhas para uma música né (Sem contar no PV maravilhoso que poderia de fato ser um vídeo da Anitta). Se vocês ouviram, curtiram o som tiverem mais curiosidade, ela lançou 3 EPs no início desse ano, e no mês passado lançou seu novo single “Makenna”.

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