Year End 100: As melhores músicas de 2020 no asian pop (Parte 2)

Na primeira parte rodou muito K-pop que alguns acharam cedo demais de serem citados, além do curioso movimento de blogueiros que acharam “Open Mind” boa demais pra rodar na 1ª parte do Top 100 (Se o Wonho fosse me comer eu poderia fingir subir o debut dele um pouco, mas não é o caso então eu posso ser honesto e falar que “Open Mind” não é TUDO isso). A 2ª parte conta com mais b-sides, as primeiras aparições do mandopop nesse top 100 e grupos que você vai se chocar que ainda existem e lançaram algo esse ano, por exemplo:

85. Brave Girls – We Ride

2020 foi um ano em que o Brave Brothers lembrou que debutou um girlgroup há quase uma década e pensou “Nossa, vou lançar uma música pra elas”. E assim o Brave Girls conseguiu lançar “We Ride”, mais uma música que surfou na onda de citypop oitentistas que vingou com um povo na Coreia por aí. “We Ride” é o 101 de todas as releituras coreanas em cima de “Plastic Love” da Mariya Takeuchi, com uma execução muito fofa e sentimental na música e um belíssimo truque conceitual para disfarçar baixo orçamento no MV. O resultado é confortante o suficiente para você querer ouvir de novo e de novo, e com o tempo “We Ride” ganhou muita força na minha playlist. É meio que o que o Brave Brothers faz de melhor: Músicas que não tem AQUELA força para ser um grande destaque do ano, mas grudentas o suficiente para durar na sua vida. Até 2024, Brave Girls.

84. TWICE – Say Something

Mais um citypop fiel ao fenômeno “Plastic Love”, pois se tem uma coisa boa que o algoritmo do Youtube fez foi apresentar a Mariya Takeuchi pro mundo. E no caso do TWICE até demorou pra rolar uma música dessas (Afinal são 3 japonesas no grupo, né?!), mas aqui estamos com um dos grandes destaques de um dos grandes álbuns de 2020. A música tem um pouco mais de personalidade que “We Ride” e eu me levo um pouquinho mais pela ideia da música, então um MV low budget no conceitinho anos 80 daria um belo up para a música. Como b-side é uma ouvida agradável, surpreendente dentro do álbum e confortável para o que a gente espera do TWICE, então vale ser mencionada nesse top.

83. Weki Meki – The Paradise

“OOPSY” foi um single bem legal do Weki Meki, mas o real destaque naquele mini-álbum é “The Paradise”, pois acho que foi uma das coisas mais diferentes que o K-pop proporcionou esse ano com essa midtempo safadíssima emulando soundtrack de softporn do Cine Band Privê, algo que fica ainda mais evidente com os vocais que variam entre gemidos e sussurros das integrantes. É quase que orgástico ouvir “The Paradise”, pois tudo serve o clima certo sem cair na monotonia (Algo que é MUITO recorrente se tratando de midtempos no K-pop), e é muito bom ver que ainda existe o espírito das produções sensuais no K-pop. Óbvio que não é nenhuma música de peituda sofrida no micro vestido que SISTAR e AOA entregavam no auge, mas “The Paradise” é algo que se distancia muito do que o K-pop costuma entregar hoje em dia em um terreno que o próprio K-pop costumava acertar muito.

82. YooA – Bon Voyage

Falando em coisas distintas, esse debut solo da YooA foi muito interessante de acompanhar. Desde os teasers até o produto final, tudo em “Bon Voyage” não tenta ser o maior e melhor solo de todos os tempos, mas sim algo que fosse único para a cantora e integrante do Oh My Girl. Quando você ouve “Bon Voyage”, sente que é uma música que ninguém no K-pop tentaria, pois é tudo tão mágico, fofo e brilhante que você sente que essa música foi feita para alguém como a YooA fazer, e não existe ninguém como a YooA no K-pop. Só acho difícil a WM conseguir sustentar esse conceito por muito tempo, mas esse é provavelmente o single mais fácil de você identificar quem é que canta nesse ano.

81. HA:TFELT – La Luna

Ainda não chegou a hora de aclamar devidamente o álbum da HA:TFELT, pois antes temos que rasgar uma seda para “La Luna”. Nem tanto pelo MV em que a Yenny queria sentar num coelho de pelúcia (E isso não conseguiu ser a coisa mais perturbadora envolvendo animais em videoclipes esse ano), mas pela música que traz um combo de sensualidade e vocais melancólicos que tira a música do lugar comum nessa trend latina, além da voz da HA:TFELT ser hipnótica nessa fórmula (Dá muito certo em “Cigar” também), onde não tem como não se apaixonar por essa mistura de doçura e 5 maços de Marlboro que ela desceu. Ela é sem dúvida uma das solistas mais subestimadas do K-pop, mas acho que a Coreia tem essa de hitar uma carreira solo por grupo e o Wonder Girls já tem sua grandona.

80. Perfume – Time Warp

Talvez você veja essa posição e pense “Oi? Perfume lançou música esse ano?”, pois tá aí um grupo que passou batido em 2020 (Isso porque elas comemoraram seus 20 anos de carreira, mas foram por outras áreas que não envolviam música nova). Porém, diferente de todos os grupos que passaram batidos esse ano, Perfume passou batido com uma música muito boa. Tipo, não muito boa no nível que o Perfume já entregou antes, mas levando em conta o J-pop de 2020 (E até as tranqueiras mais recentes do Nakata), “Time Warp” acaba se destacando como uma faixa simpática e graciosa. Os vocoders atuais do Perfume se dão muito bem quando querem algo mais fofinho para o grupo (“Nananananairo” é outra das poucas músicas boas do Perfume pós-Cosmic Explorer), e a música dá uma sensação de trilha sonora de programa velho japonês que passaria na TV cultura que deixa tudo meio… Nostálgico? Acho que é isso, mas o que importa é que “Time Warp” é um caminho interessante para o Perfume tomar no ano que vem sem que a gente precise exigir muito do Nakata.

79. April – Oops, I’m Sorry

Além do Oh My Girl, outro grupo que se ganhou “muita” popularidade em 2020 foi o April. Entre aspas porque as gatas pularam do Top 200 pro Top 40 do Gaon e isso moralmente não quer dizer muuuuito (Quer dizer que o pessoal que transformou a Naeun em it girl comprou o grupo), mas acho que ajudou muito o fato delas terem feito decisões certas para o primeiro comeback em que elas realmente tiveram atenção. Ou seja, elas entregaram um ótimo EP com “Da Capo”, com a melhor do EP sendo o reggaezinho pop fofinho e atrevido onde elas seguem pedindo perdão por serem muito bonitas, mostrando que o APRIL é um grupo empoderado e cheio de gostosas confiantes que são gostosas. “Oops I’m Sorry” é um grande ponto para as b-sides do grupo, que agora dá pra confiar que elas vão servir álbuns legais pelos próximos 2 anos que a DSP conseguir manter o APRIL vivo.

78. GWSN – Bazooka!

A principal razão para o GWSN ser muito mais memorável que 90% dos grupos que debutaram junto/depois delas é que elas são interessantes de acompanhar desde o debut do grupo (Orbits favor não tumultuar, vocês sabem que Loona raramente acertou um single desde quando todo mundo debutou junto ali), e isso faz com que músicas que não sejam tão icônicas acabem se destacando comigo mesmo assim. “Bazooka!” não é tão mágica quanto a trilogia de demos assaltadas da gaveta do LDN Noise, mas ainda me cativo pela coisa meio cheerleader que a música tem e a guitarrinha brilhando e carregando o instrumental como um todo. “Bazooka!” ganha pontos comigo por ser o GWSN lançando, mas ainda é uma faixa divertida e saudável que brilha a sua maneira na minha playlist.

77. MAX (Changmin) – Chocolate

Confesso que a intro dessa música é bem mais memorável que o resto, com ele soltando um grito do nada e soltando umas frases em inglês dignas de single véio da SM e eu ficando “Uau” para toda essa palhaçada, mas se isso carrega a música e me faz ouvir “Chocolate” sempre, que mal tem né?! (Tá melhor que o Kai, pelo menos). Mais uma vez, é o tipo de música que melhor funciona com vocais masculinos sendo executada com primor, e é muito gostoso ouvir o Changmin cantando isso aqui (Embora ele exagere um pouco na dose em alguns momentos). A SM investiu muito em carreiras solo esse ano, e esse do Changmin foi um dos pontos altos desse investimento.

76. Chanmina – Angel

“Angel” não é o carro chefe da Chanmina em 2020 se a gente pensar no quão bom foram os singles que ela lançou mais para o início do ano, mas o fato dela e de “Rainy Friday” aparecerem nesse top mostra que ela é de fato a nova rainha do J-pop e o Japão precisa vingar a lenda de vez. “Angel” é basicamente a nova “Never Grow Up”, onde a Chanmina canta de forma intensa e sufocante uma música melancólica e sentimental, mas com um violão e um ritmo mais latino que foi feito de um jeito que ficou muito legal. Para alguns a música pode ser carregada demais, mas eu adoro a Chanmina, adoro essa fórmula dela e isso me faz adorar ainda mais a música.

75. G.E.M – City Zoo

O “City Zoo” não é um álbum tão espetacular quanto o “Heartbeat”, mas aí eu senti que estava sendo injusto com a G.E.M pois o “Heartbeat” é um dos meus álbuns favoritos da década e nem se ela conseguisse eu acharia o sucessor dele tão icônico quanto. Então deixei passar uns meses para ouvir de novo sem pressão, e tem muita coisa interessante nele. A title track, por exemplo, traz a G.E.M em sua persona rapper (!!) e lançou um trapzão melhor do que muita gente que de fato é parte da cena rap/hip-hop por aí, e o MV fumadíssimo é um dos grandes entretenimentos do asian pop no finalzinho do ano passado. Se você não aguentou nenhum single do Jackson bancando o fodão pela China, talvez a crítica social foda da G.E.M seja uma boa.

74. BoA – L.O.V.E

Outro grande destaque desse álbum de 20 anos da BoA, “L.O.V.E” é o clássico número disco que todo ato de K-pop lança pelo menos uns 5 na discografia e é sempre bom de ouvir. E com a BoA cantando fica melhor ainda, pois parece que ela passeia e se diverte com toda a energia que o instrumental passa, transformando “L.O.V.E” em uma faixa divertida e leve de escutar. BoA tem dessas de saber passear por diversos estilos e escolher as demos onde ela consegue brincar com a coisa toda e entrega músicas que, numa gatinha com menos bagagem e personalidade, não teria tanto brilho quanto, e “L.O.V.E” é um desses casos onde ela transforma uma demo disco 101 na melhor album track do “Better”.

73. TWICE – Bring It Back

O TWICE tem uma música lenta e sensual onde consigo imaginar as gatas batendo cu no chão e se alisando em figurinos brilhosos justíssimos? Bom, AGORA TEM, pois “Bring It Back” é a exata definição disso. Talvez a faixa mais surpreendente da carreira do TWICE, pois quando você já aceitava as gostosas sendo as fodonas do EDM/House para sempre, elas vão lá e *BOOM* entregam a música mais piranhona que dá para imaginar o grupo lançando. Ainda não superei “Bring It Back”, e mesmo não sendo a faixa mais inventiva nessa bolha, o fato de ser o fucking TWICE lançando eleva a música em vários níveis, transformando numa das grandes album tracks do grupo.

72. Rainie Yang – Girls (feat. Cyndi Wang)

Rainie Yang é uma cantora conhecida por baladões mais emotivos, mas nesse álbum ela resolveu arriscar em faixas mais pop. Algumas ficaram um belo lixo, mas “Girls” ficou muito legal. Ela chamou a Cyndi Wang, que é conhecida por ser uma cantora fofa com um repertório pop bem chiclete, uma música de empoderamento feminino e criou a parceria de sororidade da vez. É basicamente “I’m Not Yours” só que numa linha bem mais fofa e suave de ouvir, onde você só precisa curtir a batidinha sem precisar bater cabelo e arrancar perucas na boate. Claro que isso faz “Girls” ter menos potencial do que a parceria de Jolin e Namie, mas ainda rende uma faixa muito divertida e que favorece a ideia da Rainie se desprender um pouco da imagem de cantora de baladão.

71. Natty – Nineteen

Fechando o post, temos o debut da ex-sixteen Natty, que agora tem 19 anos e canta sobre como é ter 19 anos. Sendo honesto, a Natty é uma das duas novatas que realmente mereciam destaque esse ano (O outro grupo vem mais pra frente nesse top), pois “Nineteen” é uma música que você não só se identifica com a letra e o instrumental swingado (Destaque para o refrão delicioso), mas identifica a própria Natty também. É uma faixa que combinou muito bem com a jovem, e ela entrega tudo com uma força surpreendente até. Eu torço para que a Natty continue entregando músicas tão boas assim, e que um dia a Coreia resolva vingar algum bom single dela.

11 comentários sobre “Year End 100: As melhores músicas de 2020 no asian pop (Parte 2)

  1. Muito boa essa versão aegyo de I’m not yours!!

    E poxa, we ride rodou tão cedo, pensei que ia durar mais 🙁

  2. Nossa, fiquei surpresa do Changmin estar na lista e me achava estranha por ter curtido esse solo dele_ felizmente deram um legal, e desistiram de dar balada_ que emoção!

    Sobre o restante da lista irei conferir com calma, estou concluindo um trabalho e estou lendo rapidamente. Gosto de ouvir as faixas porque as vezes acabo descobrindo algum cantor novo legal por aqui_ sempre me listinhas de final de ano eu acho_

  3. Amei oops I’m sorry desde quando ouvi pela primeira vez, felizmente sendo uma garota bonita e ouvindo as lendas, além q o Da capo todo é muito bom e deu vários recordes do grupo como um prêmio de estrelas em ascensão mesmo o grupo já tendo 5 anos na cara kkk enfim espero que a DSP continue revirando a gaveta de descartadas do kara e entregue outro hit como Lalalilala

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