Do pior ao melhor: Ranqueando os singles do carreira do CLC

Com o fim do CLC oficializado esse ano (Pois tem bem uns 2 anos que todo mundo já sabia que elas estavam mortas), chegou o momento de ranquear todos os singles do grupo. Surgindo em 2015 e não conseguindo nenhum grande sucesso nos 7 anos de carreira, CLC virou um símbolo de grupo injustiçado no K-pop, especialmente nos últimos anos onde o grupo mirava no público internacional e conseguia números mais expressivos. Mas será que elas foram injustiçadas mesmo ou era um grupo destinado a flopar para todo o sempre? Vamos analisar os lançamentos do grupo e descobrir:

Tier D — Ruim/Horrível

Hobgoblin

Essa daqui é ofensiva em vários níveis. “Hobgoblin” surfa muito na onda que o 4minute criou no fim de carreira com músicas badass em cima desse batidão EDM/Trap que tenta muito emular a insanidade e atitude de “Crazy” para conquistar o público internacional (O que deu certo para o CLC, levando em conta que a música é a mais executada delas no Spotify e certamente prolongou a vida do grupo por mais uns anos). Mas no 4minute (Ou melhor, na Hyuna) dá certo e eu realmente me sinto a gostosa mais fodona do K-pop ouvindo “Crazy”, enquanto o CLC… Bem, elas mal conseguiam acertar a persona mais fofinha e simpática, imagina em algo com mais personalidade como isso aqui. Aí soma isso com o instrumental passeando entre o irritante e o tenebroso, refrão chatíssimo, ganchos ruins… Para mim “Hobgoblin” é a pior música do CLC na carreira, mas tem muita gente para dizer o contrário e falar que essa na verdade é a melhor música do grupo.

Tier C — Mais ou menos

Pepe

Eu lembro de acompanhar esse debut e pensar “Nossa que música fraca né”, e hoje eu entendo o porquê disso: “Pepe” é uma música muito morta. Entendo a ideia de embarcar na onda retrô onde Brave Brothers e Double Sidekick fizeram história, mas a música fica num meio termo entre a midtempo sensual e a farofa retrô que é incômodo demais. A música é tão devagar que os versos parecem durar mais do que são de verdade, e o refrão simplesmente não é empolgante. É um debut fofinho, mas “Pepe” deveria ser uma faixa mais rápida e com mais energia para compensar essa coisa de “Não ter um conceito muito forte para o grupo” que a Cube tentou emplacar tantas vezes nelas (E fracassando em todas elas).

No Oh Oh

Essa deu muita vontade de colocar como ruim pois o instrumental é chatíssimo, os ganchos não funcionam, a música demora para engrenar e metade dos vocais estão irritantes… Mas aí chega o refrão e eu penso “Hum, isso daqui não é tão ruim assim”. Não dá para entender o que elas queriam fazer com “No Oh Oh”, os versos tentam ser um número fofo com referências hip hop anos 90 mas o refrão surge como um popzão da Meghan Trainor e uma coisa acaba anulando a outra aqui. “No Oh Oh” não é horrível, mas é bem difícil de aguentar ouvir até o final. Próximo.

No

Essa daqui na verdade está entre o mais ou menos e o bom para mim, mas é outra faixa que já tem muita gente para defender e eu não faço tanta questão assim. O english dessa música é muito bom e extremamente memorável, tanto na intro com os “Alguma coisa? Não” quanto o english do refrão, que também é bem legal. O problema é que o resto da música é muito chato, a faixa simplesmente não é tão forte quanto tenta ser, é um negócio que quer mostrar elegância e empoderamento (Afinal elas são um grupo que não podem ser definido por rótulos/conceitos) mas acerta em absolutamente nada disso. “No” é um não para mim sendo pouco empolgante, mas tem ideias que funcionaram e tinham potencial em uma produção com mais energia.

Helicopter

“Helicopter” foi o último suspiro do CLC, e dá pra ver que tanto elas quanto os fãs deram o sangue para fazer esse single acontecer (O fato de ter mais de 100kk de streams somando spotify e youtube é impressionante para um último single de grupo nugu). O problema é que a Cube deu a demo de mina fodona mais genérica da história, e aí o ciclo se repete: Por mais que a fanbase internacional tenha abraçado a música, “Helicopter” é tão qualquer coisa que não transforma o CLC na favorita de ninguém (Assim como basicamente toda a discografia delas). “Helicopter” é tão chata e feita no automático (Ainda mais com tanto girlgroup fazendo melhor) que chega a ser meio triste notar que os responsáveis não estavam mais nem aí para o grupo, com a música sendo um grande grito da Cube falando “Pronto, agora que os 12 fãs já conseguiram a música podemos matar esse grupo”.

Tier B — Bom

Eighteen

Essa cai na mesma armadilha de “Pepe”: A música seria perfeita para um grupo com conceito mais sensual da época como um FIESTAR ou Stellar da vida. O instrumental grita a saliência e safadeza de uma midtempo sensual, mas caiu no colo desse monte de novinha e não tinha muito o que fazer (Tanto que nem MV ganhou). Você espera um número fofinho e colorido sobre as gatinhas chegarem aos 18 anos e recebe um número mais dramático e sério. O que a Cube estava tentando fazer nesse debut? Enfim, o importante é que é uma boa música, meio batida pois muita gente já tinha feito coisa parecida mas ainda dá para curtir. Um apelo visual faria maravilhas para essa música, mas esse bando de novinha simplesmente não saberia vender essa música em vídeo, então ok.

High Heels

O primeiro single com a formação final do grupo é apenas bom. Tem um som retrô simpático e nada na música é muito ruim, mas nada também é muito bom. Tudo em “High Heels” mantém o mesmo tom, desde o instrumental mais inofensivo até os vocais que são suaves demais e não me conquistam em nenhum momento. Falta algo mais forte e concreto em “High Heels”, que mostre segurança no que as meninas estão fazendo e me faça pensar que o CLC é bom no que está fazendo. “High Heels” é só mais um número retrô sem muita identidade, mas antes isso do que uma bomba eu acho.

To The Sky

A essa altura o CLC já não fazia o menor sentido: Quando elas conseguiam algum hype internacional como gostosonas empoderadas, a Cube falava “NÃO! Agora vocês vão botar um conjuntinho branco e bancar as garotinhas simpáticas para a câmera”, e isso basicamente fazia o grupo voltar a estaca zero. “To The Sky” tem a desculpa de ser um pré-lançamento, mas é um pré-lançamento que não deveria existir para “Black Dress” se a Cube ainda pretendia vingar o CLC como um grupo memorável internacionalmente. De qualquer forma, “To The Sky” é uma faixa bem gostosa que serviria muito bem como single de verão (Especialmente hoje em dia onde as músicas de verão estão mais preocupadas em vingarem como faixas refrescantes e leves do que vender gostosas de shortinho jeans). Vocalmente o grupo é desinteressante e não prende a minha atenção, mas o instrumental gostosíssimo me dá vida. No geral é um bom trabalho.

Black Dress

A parte mais barulhenta do instrumental é realmente barulhenta e irritante (Mais irritante hoje em dia do que na época do lançamento), mas faz sentido dentro da música e como o momento “punch” não convencional que a Cube finalmente viu que deu certo (E que repetiu em “No” com o english safadíssimo). De resto é uma música melhor que boa parte das tentativas girlcrush/mina fodona do grupo, mas ainda não é aquela coisa que me conquiste ouvindo. Basicamente todas as tentativas de imagem mais forte do CLC são coisas onde outros girlgroups já fizeram melhor que elas, e aí dá aquele desânimo sabe… “Black Dress” no geral é uma música legal, mas que não faz muita questão de ser diferente (Ou melhor) do que a concorrência vinha lançando.

Devil

Eu gostava muito dessa aqui no lançamento. “Devil” é uma volta as raízes retrô do CLC, com um som mais colorido e animado que destaca o charme, simpatia e personalidade das meninas tanto em música quanto em vídeo (Melhor do que boa parte das tentativas forçadas de personalidade em cima desse grupo), o instrumental é uma delicinha e vocalmente algumas dessas meninas finalmente tentam se destacar e dão a música uma série de nuances que não deixam “Devil” chata de ouvir. Hoje em dia não é uma música tão efetiva na minha playlist porque esse instrumental ficou inofensivo demais, mas ainda acho esse um dos momentos mais simpáticos do CLC como grupo. “Devil” é uma faixa que me traz sorrisos ouvindo pois, apesar de não ter o mesmo impacto de antes, ainda é uma faixa bem divertida.

Tier A — Ótimo

Like

Essa daqui na verdade é muito boa. Um numerozinho retrô de musical anos 60 que abraça o lado mais tosco e despretensioso do grupo, vendo a menina desmaiando por conta de um guardanapo que um branco usou, a coreografinha mais bobinha e as atuações mais cômicas. É o melhor som que já ouvi nesse estilo no K-pop? Não, o Rainbow simplesmente macetou com “Whoo” nessa área, mas temos que dar crédito pelo CLC ter lançado antes e feito muito bem também. Um refrão mais forte e destacado seria perfeito e elevaria a música para outro nível de fofura e simpatia, mas a Cube não quis ousar demais e entendo isso. É uma música que eu dançaria horrores bêbado em um evento de K-pop e me ganha por ter uma melodia bem simpática.

Chamisma

Não contentes em flopar na Coreia, CLC também foi flopar no Japão com 2 EPs. E tivemos uma música inédita promovendo o 2º EP do grupo, “Chamisma” (Ou “Charming Smile”, para as mais formais). É uma música barulhenta, com uma energia muito alta, vocais abafadíssimos pelo instrumental (Especialmente no refrão), um farofão cute que passeia entre o irritante e o charmoso… E isso é exatamente o que uma música idol de J-pop tem que ser. Não é um single que grita CLC mas, para quem simpatiza com um farofão J-pop, é uma música que me faz gritar pelo CLC. Os “chamisma” repetidos em metade da música poderiam ser menos repetidos porém funcionam muito bem, são grudentos desde a intro até o refrão final. É um dos melhores (Se não O melhor) momentos da carreira do CLC que poderia ter insistido um pouco mais no Japão (Afinal esse álbum no Japão conseguiu vender um pouco mais que os álbuns na Coreia até então).

Where Are You?

A típica música certa lançada no momento mais errado possível. Quer dizer, o CLC já tinha alcançado o “sucesso internacional” com “Hobgoblin” e o mais certo a se fazer era investir nas meninas como minas fodonas do trap, certo? Mas a Cube queria emplacar isso de “grupo sem conceito fixo” e entregou “Where Are You?” para matar qualquer hype que elas tinham, sendo para muitos o pior single do CLC. Porém, como “Hobgoblin” é tenebrosa para mim, “Where Are You?” acaba sendo um sopro refrescante e extremamente charmoso: É basicamente a primeira emulação de “Plastic Love” da Mariya Takeuchi antes mesmo de “Plastic Love” virar o grande evento cult japonês da internet. Meu único problema é dela ser uma música lenta demais para um girlgroup de K-pop lançar como single oficial, mas é uma faixa perfeita para tomar um chá no fim da tarde e olhar a vista maravilhosa da favela onde moro. De longe o trabalho mais refinado e charmoso do CLC.

Me

Essa daqui eu não achei grandes coisas no lançamento, mas reconheço que é outro grande single do CLC onde elas acertaram pra valer no conceito mina fodona. É evidente que muito dessa música mira no que deu certo com o BLACKPINK em “Du Dudu e Edu”, mas para a sorte delas a Cube não resolveu emular o que dá errado e fez uma música forte e impactante de se ouvir. Só não coloquei essa no tier S porque acho que o refrão devia ter se decidido entre ficar no batidão industrial ou só nas palminhas (Eu apostaria no batidão industrial, pois deu muito certo no refrão final). Do jeito que ficou uma parte anula a outra e o refrão fica extremamente imemorável, mas aprecio a ideia da Cube de querer inovar com a quebra no meio do refrão e as duas partes isoladamente são boas, de qualquer forma. “Me” também tem os melhores versos do grupo, sendo um single que merece o hype que tem (E até mais, já que o CLC é flop né).

Tier S — Perfeito

Nenhum

O grande ponto da carreira do CLC levantado nesse post (E um dos grandes motivos para o grupo não ter acontecido no K-pop) é que tudo que elas fizeram tinha alguém fazendo melhor no passado e/ou que fez melhor no futuro. Além da execução dos singles, onde até os melhores momentos sempre tem algo para pontuar. Nenhum single do CLC é algo arrebatador, que logo de cara me faça pensar “Uau, agora sim o CLC arrasou), e esse foi o grande motivo para não colocar nenhum single do grupo no Tier S. Também podemos culpar essa ideia de grupo sem conceito que a Cube quis emplacar: No papel era legal, mas na prática montou um grupo extremamente inconsistente que não aproveitou as pequenas oportunidades que teve para se consolidar com um estilo e som. CLC é um grupo com vários bons momentos na discografia, mas nada excelente que faça a marca do CLC ser relevante para mim.

22 comentários sobre “Do pior ao melhor: Ranqueando os singles do carreira do CLC

  1. Resumindo, fez o post pra gongar o CLC

    E todos os singles continuam sendo melhores e mais relevantes que os das Shabetas

  2. Nunca entendi porque elas não foram nem aclamadas pela beleza. Já que a maior parte das meninas é super dentro do padrão coreana. E os rostos se movimentam. O que não podemos dizer da maior parte da 4 geração

  3. Eu simplesmente adoro todos os singles do CLC e colocaria No e Black Dress facilmente no tier S, mas é aquilo né, opinião kkkkkkkkkkk

  4. Eu morro que os fãs dessas aí forçam até hoje que elas eram um dos melhores grupos da terceira geração e seriam super famosas se a cube tivesse uma gestão melhor, aí vc vai ouvir as músicas e são super medianas e genericas kk

  5. até hoje espero você fazer a tier list da discografia japonesa das garotas geração 😢😢 (ainda aproveito para sugerir um ranking da discografia do aoa e do stellar, as primeiras porque acho difícil elas voltarem depois do que rolou e as segundas porque tem muita pérola escondida na discografia delas, uma pena que a fanbase só foca em vibrato e marionette)

  6. e como falaram ali em cima, as album tracks do clc são realmente muito boas, mas parece que a cube sempre cagava no pau na hora de decidir a faixa principal (as b-sides de hobgoblin são 30 vezes mais interessantes que o single, apesar da música ter dado uma carreira pra elas)

  7. Ué mas cadê meow meow, vulgo a melhor música delas? O mini de Hobglobin é muito bom

  8. O engraçado sobre o CLC é que as músicas delas SEMPRE demoraram pra engrenar comigo, tanto que eu comecei a gostar de Black Dress um ano depois do lançamento. E senti falta de outras músicas nesse ranking, como a já mencionada Meow Meow, a ótima B-side I Need U (que até vc já elogiou), além da gostosinha Distance:

    https://www.youtube.com/watch?v=Qv5JSMpBHf4

    No mais, To The Sky é uma ótima farofaegyo (a delícia dura até hoje no meu celular) e obg por ter falado de Chamisma, uma toscovilhosidade é sempre bem-vinda!

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