Nas últimas semanas o mundinho K-pop parou para acompanhar o NewJeans, novo girlgroup da HYBE que pareceu surgir mais para encobrir os escândalos envolvendo (ex-)colegas de empresa mas mostrou muita personalidade e coragem com músicas fora das tendências do K-pop, um álbum visual e um jeito único de divulgar um debut. Tudo isso foi coroado hoje, com o lançamento digital do 1º EP do grupo (Sim, agora podemos ouvir as músicas delas no Spotify), e o lançamento de “Cookie”:
“Cookie” meio que completa toda a ideia do que eu acredito que seja todo esse projeto do NewJeans: Vender um conceito por todo o álbum ao invés de focar no single. A gente viu pelas músicas anteriores que o projeto era algo bem linear e coeso, com uma sonoridade bem específica que vai se repetindo e criando um universo próprio para o ouvinte consumir o álbum inteiro ao invés de um único single. Diria que é mais ou menos o que a Beyoncé vem fazendo há quase uma década, de um jeito diferente e menos grandioso (Afinal é um girlgroup novo de K-pop e não a fucking Beyoncé), mas igualmente efetivo. Quando eu ouço “Cookie” a minha mente rapidamente faz uma conexão com as outras músicas do álbum, e isso me dá vontade de ouvir o EP completo pois “a coisa toda” vai dar uma experiência totalmente diferente e melhor do que uma música de cada vez.
Infelizmente, isso não ajuda “Cookie” sozinha. “Cookie” é uma faixa cuja melodia se encaixaria muito bem no lado velvet do Red Velvet, seguindo a linha pop old school com referências anos 2000 e tudo mais. Mas é uma faixa que mais enche do que promove o álbum, entendem? Acho que “filler” é uma expressão forte demais para essa música, pois tem personalidade e, apesar da letra questionavelmente mais dúbia (Não vou me prolongar muito nesse assunto mas acho que a discussão sobre essa letra e as acusações recentes em cima da Min Heejin já são um indicativo do K-pop no geral precisar, pelo menos, repensar sobre essa pressa de debutar um pessoal tão novo na indústria), é uma música charmosa e tinha um potencial, que cresce conforme vai passando e eu fico esperando aquela explosão, o ápice que vai elevar a música ao máximo… Mas aí eu percebo que esse ápice nunca chega e “Cookie” fica apenas chata. Quer dizer, é uma música boa e bem feita, mas não tem aquele momento UAU que precisava ter e isso deixa “Cookie” menos brilhante do que poderia ser.
Vejo em “Cookie” uma faixa com muito potencial que acabou sendo sacrificado em prol do que o NewJeans queria divulgar com esse debut: Um projeto diferente do habitual, com referências e uma melodia que soe como uma novidade fresca dentro do cenário atual, com todas as músicas se conversando e convidando o ouvinte a curtir a experiência completa ao invés de focar apenas no single. “Cookie” é competente nesse ponto, pois não vejo um outro grupo no geral apostar nessa nostalgia anos 2000 do jeito que elas apostaram e, dentro do álbum, é uma música agradável que me faz dar vontade de curtir a experiência completa. Mas isso só foi porque a gente já conhece os outros trabalhos do álbum, pois como single principal “Cookie” tem mais cara de ser uma boa album track do que “Attention”, por exemplo, que é uma boa album track com mais cara de carro chefe para mim. “Cookie” é uma faixa muito contida como single, mas o conjunto da obra ajuda a mostrar o NewJeans como um grupo cujo futuro temos que prestar atenção.
Quais são a acusações em cima da Min Heejin?? Perdi isso aí. Sobre a música é bem fraquinha comparando as outras q apresentaram.
Pra mim, o single principal foi Hype Boy… Ela traz uma vibe muito mais gostosa musicalmente, é chiclete, o refrão gruda na mente (fico cantarolando ele por um tempão as vezes). O MV foi o mais bem trabalhado (com diversas versões e orçamento obviamente maior). Enfim, tudo ali pedia pra ser o “carro chefe” desse debut.
Acho que seria muito mais redondinho se lançassem Attention da forma que lançaram, para literalmente chamar atenção da galera. Depois lançar a dobradinha Cookie e Hurt pra ser aquele meio “especial” e o debut de fato fosse Hype Boy.
Falando em Cookie, a música é boa mas não achei tão catchy. O MV, poderia até falar sobre o “baixo orçamento”, mas é bem óbvio que aquilo é totalmente intencional e até diria que um conceitual (ja vimos coisas parecidas antes e funcionam). Porém ainda acho que um MV mais elaborado seria ideal pro lançamento oficial.
Visualmente o conceito e a ideia é mais interessante que as músicas, aquela é boazinha mas não me faz querer ficar ouvindo sem parar.