7 meses depois de sua graduação conturbada do AKB48, Nana Okada lançará no dia 7 de novembro seu 1º álbum solo “Asymmetry”. Junto ao álbum tivemos o lançamento do single “Uragiri no Yuutousei” (Honor Student’s Betrayal) e, pelo nome e MV, a música tem uma forte ligação com os sentimentos de Nana sobre todo o escândalo feito em cima do seu relacionamento exposto e saída do antigo grupo:
Junto ao lançamento do álbum, Nana Okada deu entrevistas para a imprensa japonesa falando sobre sua retomada solo, e numa delas elu aborda sobre sua identidade de gênero não binária. A entrevista é bem longa e fala sobre diversos assuntos, então vamos focar onde elu fala sobre sua identidade:
Okada Nana: “[…] Eu me considerava lésbica e sempre senti paixão no sentido de gostar de mulher. Então, por muito tempo eu estaria traindo meus fãs. Honestamente, também me perguntei por que deveria receber tantas críticas só porque a outra pessoa é um homem.”
Tópico: Gênero não tem nada a ver com o peso do amor. Nesta entrevista, Okada Nana confidenciou que sua identidade de gênero é “não binária”*. Elu acredita que o seu gênero autoidentificado não se enquadra (Ou não quer se enquadrar) claramente em nenhum dos géneros.
Okada Nana: “Houve uma época em que eu gostava de meninos quando era menor de idade e dava chocolate para os meninos no Dia dos Namorados. Isso mudou quando entrei no grupo; na época das eleições gerais de 2017, eu era lésbica, e namorei uma mulher que me apoiou e me amou. Naquela época, nunca imaginei que algum dia pudesse me apaixonar por um homem.
Agora penso que o discurso de 2017** pode ter sido palavras que surgiram da sensação de estar numa zona segura, como se eu estivesse imune aos escândalos de homens e mulheres. Eu tinha 19 anos na época e lamento não ter entendido muitas coisas e estar pensando dentro de um mundo estreito.
*Essa explicação no twitter diz que o termo “não-binário” no Japão tem uma sutil diferença de conceito, e abrange tanto a identidade de gênero quanto a sexualidade. Em um rápido resumo, Nana fala que não é heterossexual nem se enquadra em um gênero binário.
**O discurso em questão é o que Nana fala sobre integrantes que usam escândalos para promoverem suas carreiras individuais, que foi dito no senbatsu de 2017 e voltou contra elu quando o escândalo de namoro emergiu em 2022.
Estou curioso para ver a letra dessa música para entender melhor sobre os sentimentos e tudo que Nana passou nessa fase mais conturbada, mas dá para sentir que é um lançamento corajoso. Nana ainda fala sobre como sua graduação não tem nada a ver com o escândalo, e que a graduação no outono de 2023 já estava decidida desde agosto de 2022 para focar na carreira solo. Quanto a revelação quanto uma pessoa não-binária, é sempre muito legal quando pessoas relevantes na indústria se assumem como parte da comunidade LGBTQIA+ por toda a questão de representatividade da comunidade e pela liberdade individual delu, ainda mais alguém relevante como Nana Okada que acaba influenciando fãs e outras pessoas que se identificam com elu. Desejo tudo de bom para Nana, e que elu tenha uma carreira solo de sucesso.
Quanto a música, eu achei muito boa. “Uragiri no Yuutousei” segue a linha de rockish sinfônico de seiyuus, o que muitas vezes fica fora do meu radar por (Na maior parte do tempo) se tratar de animesong mas, quando chega até mim, eu costumo curtir. Tudo nesse estilo me lembra as músicas da Nana Mizuki, o que é muito bom e fica ainda melhor quando não temos o vocal esganiçado da véia estourando tudo. “Uragiri no Yuutousei” tem tudo que uma música nesse estilo pede: Uma interpretação mais dramática, instrumental intenso misturando elementos de orquestra mais delicados com a agressividade de um rockish, uma melodia empolgante e um refrão forte. Se rolasse um coral de igreja ao fundo isso seria um clássico anisong de 2012~2013 (A época que assistia um ou outro anime que tinha uma abertura assim), mas tá valendo.

Tenho certeza que a letra deve deixar a experiência ainda mais pessoal e interessante, mas por enquanto eu já achei “Uragiri no Yuutousei” muito boa. Acredito que o “Asymmetry” deve seguir uma linha parecida e Nana vai mesmo apostar nesses pop rock e baladões rockish durante o álbum todo, mas ainda tenho expectativas por a) Nana ser talentosa e ter potencial para segurar essas músicas sozinha e b) Ser a última pessoa que prestei atenção dentro do AKB48, e tenho vontade de acompanhar na carreira solo. Mas isso eu só vou descobrir apenas amanhã, quando o álbum estiver disponível para o streaming aqui. Se tudo der errado, “Asymmetry” não deve ser pior que aquela atrocidade de álbum solo da Jurina, pelo menos.