Red Velvet lançou essa semana seu 7º mini álbum “Cosmic” para comemorar 10 anos de carreira, e é sempre legal ver como os fãs desse grupo vivem cada comeback como se fosse o último (Afinal todo lançamento delas vem com um conjunto de rumores de disband ou “hiatus indefinido” que é sempre motivo de fervo na fanbase). Já falei sobre como o single “Cosmic” é muito bom e o melhor single do Red Velvet em anos, e agora estou aqui para falar o que achei do EP. E se não tenho a mesma propriedade para falar que é o melhor EP delas nos últimos anos, posso falar que é o melhor EP que eu ouvi o K-pop proporcionar esse ano até aqui:

Já tinha muito tempo que não ouvia e prestava atenção em um álbum do Red Velvet. O último foi o Perfect Velvet (Que é muito bom), e aí veio a sequência de singles que me deram uma desanimada legal com o grupo em si até chegarmos no Cosmic. Não tenho dúvidas que tem album tracks muito boas ali nos ReVe Festivals e adjacentes do Red Velvet (“Underwater” do Chill Kill é icônica até hoje, por exemplo) mas nenhum comeback do Red Velvet me despertava interesse em ouvir o álbum em questão (A exceção é o solo da Seulgi). Com “Cosmic” sendo uma das coisas mais empolgantes do ano, essa vontade de ouvir o álbum veio, e todos os elogios que a title track possui podem ser passadas para o álbum.

Se tem uma palavra para definir esse álbum, eu diria “vivo”. Cosmic é um EP que, acima de tudo, tem vontade de fazer cada faixa brilhar em um universo próprio do Red Velvet. Seja pelas faixas mais esquisitas (no bom sentido) com viradas não convencionais até as faixas mais tradicionais e conservadoras (no bom sentido), o Cosmic é um álbum que brilha demais nessa energia mística, fantasiosa e atmosférica que é exatamente o que espero de um álbum chamado Cosmic. É um EP que sabe muito bem o que e como fazer e transmitir os sentimentos únicos que o ouvinte pode ter, tanto ouvindo o álbum inteiro como cada faixa individualmente.

Cosmic é um EP que me impressionou muito. Eu fiquei esperando um momento que achasse mais chatinho e tal, mas até esses momentos mais chatinhos com cara de filler de álbum são bem bons. Cada faixa do Cosmic tem seu brilho individualmente, e mesmo músicas que são mais previsíveis como “Last Drop” e “Night Drive” ganham pontos pela boa execução. Se o conjunto da obra traz o Cosmic conceitualmente forte na variedade de sonoridades que constroem todo um universo na minha imaginação, o faixa a faixa desse EP é um dos mais consistentes (Se não O mais consistente) do ano. No final eu não tenho nada do que reclamar desse álbum, pois o Cosmic é um trabalho que valoriza MUITO bem a marca de 10 anos de carreira que o Red Velvet chegou.

Esse comeback definitivamente marca o renascimento do Red Velvet como artistas para minha pessoa. Cosmic é um álbum tão bonito, com uma intensidade tão única e um brilho mágico que me fez sentir especial quando eu terminei de ouvir. “Cosmic” é um ótimo single, “Bubble” é uma b-side incrível, os momentos mais quirky do álbum me impactaram e os momentos mais sóbrios são adoráveis. Apesar de não ter escutado um álbum completo do Red Velvet desde o Perfect Velvet, eu duvido muito que alguma coisa que elas lançaram nesse meio tempo seja melhor que o Cosmic.

Faixa a Faixa

O álbum começa com a faixa título “Cosmic”, que segue muito boa. Tudo que já disse no post solo pode ser repetido aqui, ouço essa música diariamente e ainda me encanta e belíssima virada para o refrão que a música tem, assim como o baixo delicioso nos versos e os vocais das meninas nessa música. Digo e repito: Melhor single do Red Velvet em anos. A seguir temos “Sunflower”, que de início mantém a energia mais mística do single na intro com a guitarrinha marcadíssima e esse vocal mais suave e distante da Wendy, mas logo os sintetizadores mais pesados dando uma intensidade a mais para a música. Ainda é uma música que aposta na imprevisibilidade das viradas entre versos e refrão e melodias mais fantasiosas, mas bem mais agressiva que em “Cosmic” na comparação. Uma faixa muito gostosa no geral, que ganha pontos por suas “esquisitices” que me deixam curioso para ver até onde “Sunflower” vai chegar.

“Last Drop” é a primeira faixa mais “normal” do álbum, que está longe de ser ruim: É um Pop/R&B que você sabe como vai ser logo no início da música, com uma suavidade e elegância mais clássica desses números não dançantes da SM. Não é a música mais impressionante do álbum mas não deixa de ser extremamente agradável de ouvir. “Love Arcade” volta com o pop mais fantasioso mas de um jeito mais “brincalhão” com sintetizadores mais fofinhos que soam como instrumental de joguinho arcade. Por alguma razão essa música me lembrou SNSD (Talvez pelos vocais? Não sei, tem umas 3 ali que estão soando como integrantes do SNSD para mim) mas isso não é uma reclamação. É uma faixa mais doce e tem suas viradas interessantes (O instrumental depois do refrão e a ponte são deliciosas), ganha pela delicadeza e por focar em ser uma música adorável do início ao fim.

Aí chegamos na minha album track favorita desse EP: “Bubble” tem todos os vícios de um synthpop oitentista que eu amo, e a execução com essa interpretação mais emotiva que o Red Velvet consegue impor deixa essa música ainda mais legal. Sei que alguns podem chiar um pouco com o que vou falar agora mas “Bubble” brilha nesse álbum (Que já é bem bom) justamente pela execução ser mais óbvia, nos primeiros segundos eu sei exatamente o quão intensa e melódica “Bubble” vai ser e estou muito bem com isso. Fechando o álbum temos “Night Drive” sendo o momento mais lento do EP. Um synthpop mais cadenciado que em um ou outro momento dá uma flertada no city pop mas não se assume como tal. Fugir da baladinha óbvia para fechar o álbum é sempre uma boa, e “Night Drive” proporciona uma viagem reconfortante e satisfatória para encerrar o “Cosmic” da melhor maneira possível.

Concluindo…

É o melhor álbum do K-pop esse ano até o momento. Sem mais.