Top Top.jpg: 10 álbuns que mereciam ganhar um prêmio de “Álbum do Ano” em um hipotético Grammy Asiático

Essa semana eu fiz um post falando da possibilidade de existir um grammy asiático em breve e, por algum motivo, o negócio rendeu com muitas views e quotes falando como as faves mereciam ganhar um grammy retroativo ou como os kpoppers continuariam chorando sem grammy já que os prêmios iriam para os japoneses e tal. Então eu vou aproveitar que vocês são meio viciados em validação por meio de premiações hipotéticas e listar nesse Top Top.jpg 10 álbuns que mereciam um Grammy de Álbum do Ano.

Obviamente essa lista traz apenas 10 álbuns que eu amo estou muito afim de aclamar como os maiores álbuns da história hoje mas não passa de uma opinião minha. Sinta-se livre nos comentários para indicar os seus álbuns favoritos, a discussão me ajuda e, quem sabe, rola uma parte 2 desse post para indicar mais álbuns. Sem mais delongas, vamos a minha icônica lista:

10º lugar — Yukika – SOUL LADY

Todas as 50 pessoas que viveram o fenômeno de nicho Yukika se encantaram com o revival city pop que nossa pequena grande mulher entregou, com o ápice sendo o 1º e único full album “SOUL LADY”. A delicadeza e inocência da Yukika aliado ao charme do city pop entrega um trabalho jovem e aventureiro, que é literalmente um passeio pela cidade enquanto as luzes noturnas iluminam o meu eu interior. A Yukika tem uma performance encantadora, ela canta e encanta com uma delicadeza e suavidade que é impossível eu não ficar vidrado e de coração quentinho ouvindo cada música do álbum. Toda a beleza de um legítimo city pop dos anos 80 aliada a modernidade das produções mais recentes resultam em um álbum cativante e adorável, impossível de ignorar.

9º lugar — Takako Mamiya — LOVE TRIP

Se você, assim como eu, deu uma bela mergulhada nas velharias city pop japonesas depois do fervo que Plastic Love causou na internet, provavelmente se esbarrou com o “LOVE TRIP”. Único álbum da carreira da Takako Mamiya e um flop injustíssimo na época, “LOVE TRIP” virou um clássico cult do gênero, sendo revisitado e ressuscitado como um dos grandes e melhores álbuns city pop já feitos. Essa fama tardia do álbum é mais do que justa, pois considero o “LOVE TRIP” a epítome do city pop japonês. A elegância das produções junto a fragilidade da interpretação e sensibilidade da Mamiya é tocante, reconfortante e energizante. Agora que o álbum está mais acessível no streaming, espero que você faça o dever de casa como senhora de meia idade homossexual e ouça esse álbum, pois é uma das experiências mais bonitas que tive com um álbum de estúdio.

8º lugar — CAPSULE – METRO PULSE

Acho que essa é uma opinião mais impopular já que os fãs do CAPSULE preferem os trabalhos mais antigos da dupla, mas eu acho o METRO PULSE um dos trabalhos mais icônicos do grupo. De todos os vícios sonoros que o Nakata possuiu eu acho o synthwave oitentista o melhor dele em anos (E até hoje ele meio que não desapegou disso), e o auge dele está no METRO PULSE que é uma grande ode aos sintetizadores eletrônicos dos anos 80, junto ao grandioso comeback do vocoder de Toshiko Koshijima sendo a cereja desse bolo retrofuturista delicioso e marcante. METRO PULSE é um álbum incrível para quem gosta de viajar no tempo através de álbuns pop, e o Nakata continua mostrando que ainda é a maior musa loira natural viva que a produção japonesa possui.

7º lugar — SNSD – GIRLS GENERATION 1st Japan Album

Possivelmente o álbum mais farofão dessa lista. Tenho muitos motivos para não achar os álbuns do SNSD grandes coisas, mas nenhum deles se encaixa no 1º álbum japonês que é inacreditavelmente icônico. Um álbum eletropop feito para as pistas de dança onde o girlgroup da nação coreana se firma como uma potência no mercado japonês, trazendo clássicos regravados no Japão e trabalhos inéditos que usam tudo de melhor que o eletropop de 2011 poderia oferecer, muito autotune nas farofonas mais futuristas e com baladinhas tocantes que mostram o poder vocal do grupo. O 1º álbum japonês do SNSD se empenha em ser a perfeição pop e consegue com louvor. Pode ser que não tenha envelhecido tão bem igual a qualquer trabalho eletropop de 2011, mas naquele ano esse ano foi O evento na minha vida, e ainda considero esse

6º lugar — G.E.M. – Heartbeat

Eu sei que álbuns vocais mais carregados no rock/ballad não são muito a praia de quem lê esse blog, mas não tem como eu não destacar o “Heartbeat” da G.E.M. que é um dos meus álbuns favoritos para ouvir quando preciso da fossa batendo. A emoção e honestidade da G.E.M. nesse álbum é brutal para mim, todas as músicas me atingem e dominam a minha mente, me dão vontade de cantar junto com ela mesmo não sabendo absolutamente nada de mandarim. “Heartbeat” é um álbum que me deixa sensível em cada detalhe, cada nota mais alta é arrepiante e cada aparição de instrumento, seja nas faixas mais rockish ou nas baladinhas mais introspectivas, é matadora. “Heartbeat” é um trabalho que me marca de diferentes jeitos, me desarma e me deixa encantado com toda a beleza e emoção que a G.E.M traz aqui, sendo um dos melhores álbuns que já ouvi até hoje.

5º lugar — Amuyi – kssa

Eu descobri esse álbum através de uma recomendação da Apple Music, que sabe-se lá por qual motivo entendeu que eu gostaria de ouvir uma gostosa chinesa cantando num batidão eletrônico fervoroso com toques folk em um dialeto regional. E eu não só gostei como é a minha obsessão até hoje, todos os momentos eletrônicos mais psicodélicos me dão uma viagem maravilhosa, e a Amuyi impõe um exotismo que é hipnotizante, não só pelo dialeto como pela performance mais rasgada, agressiva e imponente que ela traz nos vocais. Não é exatamente potente mas traz uma magia que faz o “kssa'” ser um álbum catártico, explosivo e marcante. “kssa'” é um evento, e até agora nenhum álbum lançado depois dele me deu essa sensação de que a minha vida foi mudada para sempre.

4º lugar — Wonder Girls – Reboot

Se me perguntarem qual é o meu álbum favorito do Wonder Girls eu direi “Wonder World”, mas se me perguntarem qual é o álbum que define o Wonder Girls, eu direi “Reboot”. Primeiro pelas condições que esse álbum surgiu: O grupo vivia um hiatus de 3 anos e com a baixa de duas integrantes, todo mundo já dava o Wonder Girls como um grupo morto. Então, o anúncio de um comeback totalmente repaginado, com o grupo virando banda e o retorno da Sunmi era algo extremamente chocante. Por todo esse background, “Reboot” já tinha potencial para ser o trabalho mais emblemático do Wonder Girls.

E então, vem o álbum que é irretocável. Não é muito comum a gente ouvir álbuns mais fechados e focados em um único estilo ou temática, então o Wonder Girls voltar com um álbum feito de synthpop oitentista impressionava. Hoje em dia nem é tão novidade assim no K-pop, mas em 2015 era de uma audácia que só não era única porque a Son Dambi fez o seu revival oitentista uns anos antes. Mas o “Reboot” é muito superior, um álbum que você vê que passou por uma pesquisa de referências ENORME para entregar um álbum coeso, nostálgico e expressivo, que faz você realmente viajar para os anos 80 e viver a melhor época do pop ou coisa do tipo. Se encontrando nos anos 80, “Reboot” é um álbum que se mostrou a frente do seu tempo com a febre que o synthpop oitentista virou no K-pop nesses últimos anos.

3º lugar — IU – Modern Times

Quem viveu o K-pop ali pelo início da década passada presenciou o auge da carreira da IU, que se tornava onipresente nos charts e no imaginário coreano. A persona da IU ali em 2013 já tinha me cansado um pouco mas os coreanos seguiram VIVENDO por ela (Vivem até hoje) e pela imagem de irmã mais nova da nação em um cenário que parecia não mudar tão cedo… Até a própria IU chegar com o “Modern Times” e, basicamente, falar “CHEGA! Está na hora de evoluir aqui”.

“Modern Times” dá uma boa abalada nos estereótipos que a IU tinha ali como artista até então: Ela ainda tinha a doçura e suavidade da irmã mais nova da nação na sua performance, mas todo o resto era diferente, mais maduro e intencionalmente mais velho. O uso de gêneros como jazz, bossa nova e referências mais latin pop para conduzir o álbum é simplesmente genial, e a execução é impecável. O álbum todo é uma viagem ao tempo, um álbum retrô bem menos óbvio e mais profundo em suas referências, e a interpretação da IU em cada faixa, passando por momentos mais dramáticos, lúdicos, sentimentais e até sensuais (Algo impensável para a IU naquele momento), é divina, digna de uma grande diva pop que sabe que fez o álbum da carreira. Com o Modern Times, IU quis mostrar a maturidade e evolução para sair de um arquétipo e mostrar sua imprevisibilidade e alcance como artista, e fez isso da melhor forma possível.

2º lugar — Jolin Tsai – Ugly Beauty

O que a Jolin Tsai fez no mandopop na década passada é impressionante: Álbuns incríveis, MVs espetaculares, músicas icônicas que são impossíveis de ignorar. Cada trabalho novo ela vinha para se superar e definir um padrão ainda mais alto de álbum icônico, com o nível mais alto até o momento sendo o seu último trabalho “Ugly Beauty”. Toda a intensidade, força, expressão e mensagem política que Jolin costuma carregar é elevado ao máximo nesse álbum, e tudo isso sendo ainda um álbum extremamente pop. A primeira metade mais dance/trap é hipnotizante, e a segunda metade mais lenta e emotiva é super carismática, fazendo o “Ugly Beauty” ser um álbum que mantém o ouvinte preso e se conectando a cada música de um jeito diferente. Um trabalho incrível e irretocável.

1º lugar — Utada Hikaru – Fantôme

Se me perguntarem qual foi O grande comeback dos últimos tempos no pop, eu diria que foi o Fantôme. A forma que o Japão, os Jpoppers e casuais ouvintes PARARAM para acompanhar o retorno de Utada Hikaru para a música é algo que eu nunca vi no pop asiático. Euzinho, que até então tinha pouco contato com o material de Utada, estava extremamente curioso pelo retorno. Sendo o primeiro álbum em 8 anos e com a popularidade e expectativas lá em cima, o retorno de Utada tinha que ser com O grande álbum. E Fantôme foi O grande álbum.

Fantôme é um daqueles álbuns que limpa a alma. A forma como cada música tem sua própria personalidade, o refinamento ímpar das produções, os vocais belíssimos que Utada coloca em cada trabalho, é de um sentimentalismo e profundidade incríveis. Cada música nesse álbum é surpreendente e impactante, eu nunca estou preparado para cada mudança de estilo e inserção de elementos na produção, e até hoje me impressiona a delicadeza e genialidade de Utada. É um álbum que ainda me tira suspiros e penso “Uau, ela é realmente genial”. É um álbum belíssimo em sua sofisticação e marcante por sua vulnerabilidade, não tem como terminar de ouvir esse álbum e pensar que ele é um dos melhores álbuns que a música pop já lançou.

19 comentários sobre “Top Top.jpg: 10 álbuns que mereciam ganhar um prêmio de “Álbum do Ano” em um hipotético Grammy Asiático

    • Eu não curto muito o ugly beauty,por achar cheio de filler(não curto muito os álbuns da Jolin no geral pq é bem filler mesmo),eu acho que o play merecia mais o Grammy do que o UB,já que é o único álbum bom da Jolin de fato,sem firula chata

      Curtir

  1. O purpose invu e o perfect velvet seriam minhas escolhas principais, nessa ordem, esses álbuns são maravilhosos, não tem uma música ruim, e com certeza mereciam ter levado AOTY nas premiações que existem.

    Curtir

  2. Eu não costumo ouvir outras vertentes do asian pop sem ser o kpop (e músicas japonesas que grupos de kpop lançam), então para contribuir com álbuns que deveriam ganhar um Grammy hipotético (ou pelo menos merecem ser mais ouvidos pelos kpoppers médios, visto que eles acham que o The Album do BLACKPINK o melhor álbum de kpop) eu coloco:
    EXO – EXODUS
    EXO – The War
    Boy groups sonham em ter álbuns tão bons assim na discografia, mas só ficam nos sonhos mesmo.
    Taeyeon – Purpose
    Esse álbum é tão bom que realmente merecia um grammy, a qualidade é excepcional, um dos melhores álbuns de toda a indústria musical para mim.
    T-ARA – Absolute First Album
    Simplesmente o melhor álbum do mundo! Ele tem uma atmosfera nostálgica, icônica e meio futurista. Ao mesmo tempo que tem elementos do que fazia sucesso no pop ocidental, também é 100% kpop. Para mim é um álbum perfeito do início ao fim.

    Curtido por 2 pessoas

  3. sem nenhum da trinca de três primeiros álbuns da shiina ringo…………… okaaaaay dougie okay…………. e eu sei que o blog é POP asiático, mas eu sou apaixonada pelo jikan (na verdade pela discografia deles num geral), do betcover!!. eles são incríveis dougie, se você não conhece eu recomendo muito dar uma ouvidinha. e eu também colocaria nessa lista o darker than darkness style ’93 do buck-tick. infelizmente o sakurai já não tá mais vivo pra receber os louros da premiação hipotética, e sei que vkei é um negócio muito ame ou odeie, mas esteticamente é um álbum que influencia uns novinhos que a gente vê até hoje por aí, e a voz do sakurai obviamente é um negócio que até hoje não tem igual na música japonesa (também me surpreendi com nada do perfume e o METRO PULSE aí de todos os trabalhos do nakata mas blz,

    Curtido por 1 pessoa

  4. Lembrei do meme: “Só a elite, acima deles, só Deus”

    Acho que não tenho muito para acrescentar, mas concordo com um do Exo lá ser indicado. O da Teião. E por incrível que pareça, recomendaria o Wide Eyes Open e o Formula of Love do twice. Ouço esses álbuns até hoje.

    Todavia estes citados não tem chance com os dos post.

    Brilharam.

    Curtir

    • Fico triste de ver o quão genérico a iu foi ficando com o passar dos anos. Ela tem uns trabalhos absurdos e emblemáticos no kpop e hoje lança umas música para tocar em cafeteira na Coreia

      Curtido por 1 pessoa

    • Bom, como o Dougie disse, talvez haja uma parte 2 pra esse top top… então ele provavelmente precisa guardar outros álbuns marcantes pra essa eventual lista.

      Curtir

  5. Ah, com certeza o Ugly Beauty merece. Coesão, letras e melodias ótimas, além da estética e crítica social estarem presentes.

    Pra mim um que merece é o INVU da TAEYEON. Com certeza um dos melhores álbuns asiáticos que existem.

    Curtir

Deixe um comentário