Um post sobre o MAVE: e “PANDORA”, pois todo mundo tem uma opinião sobre esse girlgroup que não existe

Essa semana tivemos o debut do MAVE:, mais um girlgroup no K-pop que não existe pois todas as integrantes são avatares projetados com inteligência artificial. O grupo é um projeto da Metaverse Entertainment, subsidiária da empresa de jogos Netmarble, e no dia 25 chamou muita atenção da fanbase com “Pandora” por ser, basicamente, a melhor execução de Idol Group virtual que tivemos até aqui:

Com o MAVE:, eu senti tudo muito realista e comprei bem a ideia de idols virtuais sendo um girlgroup de gatinhas poderosas com uma lore, mas ao mesmo tempo é tudo tão… frio. Os responsáveis não deixam muito claro se tem pessoas por trás dos vocais do grupo e tem rumores que essas vozes também são geradas por IA, o que deixa tudo ainda mais artificial e menos, huh, artístico. “PANDORA” em si não é uma faixa horrorosa como outros exemplos de Virtual Idols que o K-pop já desovou, e acho que essa é a melhor e menos perturbadora experiência que tive ouvindo uma música de um grupo virtual, mas a gente acaba elogiando e parabenizando programadores aqui, não artistas. Claro, existiu todo um time de produtores e compositores por trás de “PANDORA” mas, no fim do dia, a música e suas nuances acabam sendo interpretadas por programas que costuram elementos e vozes que já existem na internet, processam a letra e tentam servir a melhor experiência possível.

Dito isso, acho “PANDORA” uma música de grupo nugu cantada por grupo nugu. Acho que o que mais me incomoda em toda essa febre AI e metaverso que assola o K-pop é que, na maior parte do tempo, eles não são extravagantes e tentam ao máximo se aproximar da realidade. É diferente da onda de vocaloids, por exemplo, que tem um universo próprio, uma personalidade exagerada e/ou visuais mais caricatos e explosivos. Os vocais exageradíssimos e ultra processados (Com gente de verdade por trás, vale dizer) contribuem com a experiência, e o resultado final é algo único com personalidade própria.

Clássico exemplo de vocaloid artificial e extravagante interagindo em uma parceria com Hatsune Miku

“PANDORA” não tem isso. É simplesmente um girlgroup tentando emular qualquer música mais “universo distópico” como qualquer outro girlgroup nugu com lore da forma mais automática possível. Mas pelo menos a gente consegue ver os girlgroups nugu lutando por suas vidas no palco e dando o seu melhor em troca de um marmitex, enquanto o MAVE… Bem, são 4 bonecas sem vida programadas para fazer uma coreografia bem mais ou menos sem muita empolgação. A “apresentação” do grupo no Music Core hoje deixa isso bem evidente.

Não acho “Pandora” ruim. É uma chatice como qualquer música do aespa que eu ouço e acho chata sabendo que aquilo ali não é para mim, porém sei que tem gente que gosta disso. Mas a experiência do MAVE: como um todo é intrigante, pois ele não promove um programa, software ou algum tipo de tecnologia (Fora a ideia de metaverso): Elas estão aqui para substituir a existência de um girlgroup real, e sabemos que existe um público que curte muito isso. Mais uma vez parabenizo os programadores por trás desse grupo (Especialmente por servirem avatares melhores do que as bonecas de Play Station 2 que a SM conseguiu bancar para o aespa). Nesse momento eu tenho uma curiosidade para saber melhor sobre esse “girlgroup” e quem ou o que está por trás do desenvolvimento das integrantes, mas dá para refletir o que o K-pop pode se tornar se isso de inteligência artificial e “Idols virtuais” invadir o mainstream e substuir idols e artistas de verdade na indústria.

2 comentários sobre “Um post sobre o MAVE: e “PANDORA”, pois todo mundo tem uma opinião sobre esse girlgroup que não existe

  1. Dougie, nada aqui é feito com inteligencia artificial. Eles só colocam IA nas coisas pra parecer mais “cool” e atualizado com as modinhas mas na verdade é só um monte de mocap, compositores, modelistas 3d e cantores. Nada aqui foi feito com IA porque simplesmente não existe tecnologia atual pra gerar algo polido e bonitinho nesse nível (só ver aqueles app de transformar selfie em anime, fica tudo cagadinho).

    Dito isso, que coisa cafona, génerica e sem vida. Eu sei que é um bando de CG mas podiam ter se esforçado um pouquinho pra dar algum carisma pras garotas né? Tipo a ideia de termos idols virtuais não é justamente pra poder fazer coisas que idols reais não fazem? E ai eles tacam um grupo com 4 gurias iguais, com expressões iguais, vestidas como qualquer girlgroup, cantando uma música que qualquer girlgroup cantaria e num clipe do aespa. Basic.
    Pelo menos a música é um básico gostosinho que eu posso ouvir as vezes sem culpa.

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