ALBUM REVIEW: Stray Kids – 5 STAR

Eu honestamente fiquei surpreso quando recebei o delicioso pix para comentar esse álbum porque, hum, não tenho muitas referências de álbuns masculinos de K-pop. E como a minha playlist e os meus interesses em cultura pop no geral são basicamente artistas e grupos femininos, é até injusto dar a minha visão de um álbum de boygroup mas HEY, vocês não estão aqui para ver opiniões embasadas e edificantes e tenho absoluta certeza que o pix foi feito para ver o circo pegar fogo, então vamos fazer a review do último álbum do Stray Kids, “5 STAR”. Será que ele é o pior álbum da humanidade como estavam me prometendo? Vamos conferir:

Artista: Stray Kids
Álbum:
 5 STAR
Lançamento: 02/06/2023
Gravadora: JYP Entertainment
Nota: 62/100

Muito desse álbum é basicamente o que o Stray Kids é no geral: Definitivamente um grupo que não funciona para mim. Muitos maneirismos, truques, instrumentais e forçadas de barra que não colam para a senhora de meia idade homossexual moldada por CDs de divas pop dos anos 2000 que eu sou, mas parece ser a trending dos mais #xovens e não tenho problema nenhum com isso. O porém é que, quando eu paro para ouvir, a experiência é cansativa: As músicas ficam mais longas do que são, as batidas vão me pesando conforme as faixas passam e tem algumas escolhas de vocal e rap que… Bem, são escolhas.

DITO ISSO, não achei essa a pior experiência que eu já tive na minha vida acompanhando e falando de K-pop. Dentro do que eu esperava, foi até ok: Não tem nada muito impressionante ou que abale minhas estruturas, mas também não tem muito que eu ache ruim porque é ruim. A única coisa que eu achei mais abominável foi, justamente, a faixa principal que é o ponto mais baixo do álbum de longe, que fica ainda mais baixo se compararmos com os outros traps, raps e hip hops que o álbum oferece e são melhores que “S-Class”. De resto as minhas variações variam entre “Hum, cool mas não faz o meu estilo”, “Agradável porém esquecível” e “Legal, se eu tivesse paciência para esse grupo talvez ouvisse de novo”.

A 1ª metade do álbum é exatamente o que você vai ouvir do Stray Kids até o fim dos tempos: Traps de mano fodão servindo a atitude que só um branquelo rico de Moema que brinca de rapper consegue servir. Se isso fosse levado mais como alguma persona talvez fosse mais divertido de ouvir, mas é o que o Stray Kids tem para oferecer de prato principal e, bem, eu passo para os meus colegas do lado. A 2ª metade do álbum me surpreendeu por ser melódica com sonoridades mais familiares e menos inventivas, e tiveram faixas que eu curti ouvir aqui, embora não sejam grandes destaques em qualquer outro contexto. “Super Bowl” (Da 1ª metade do álbum) e “Collision” (Da 2ª metade) são faixas realmente boas que valem dar um play.

No geral, “5 STAR” é definitivamente um álbum. Por um lado, não desperta nenhum interesse ou mim ou alguma boa vontade com o grupo. Por outro, me fez ver que o Stray Kids tem coisas boas e esse estilo mais descolado pode gerar uma ou outra música mais expressiva. Existem caminhos e estilos nesse álbum que eu achei que combinaram com o grupo e poderiam render ótimos trabalhos com mais desenvolvimento, mas o que rende dinheiro para o Stray Kids é um conceito que realmente não me interessa muito.

Faixa a Faixa

O álbum começa com “Hall Of Fame”, que eu não achei ruim. Me pega muito esses vocais mais distorcidos e, digamos, “grosseiros” que o Stray Kids gosta de usar e raramente funciona comigo, mas acho que é a única reclamação que tenho sobre essa música. É uma faixa badass pesadíssima de menino fodão? Sim, e não julgo se você estiver cansado assim, mas é uma faixa que tem mais momentos bons do que ruins. Diferente da faixa principal “S-Class” que tem a mesma pegada mas é muito ruim. Eu até achei que poderia ser algo que não foi do meu gosto e etc., mas depois de ouvir “Hall Of Fame”, “S-Class” parece muito inferior por tentar demais com raps ruins, instrumentais ruins e costuras ruins. Não tem uma melodia em “S-Class”, é tudo e ao mesmo tempo nada. Tem um ou dois trechos mais legais no meio dessa confusão que “S-Class” é, mas é 20 segundos aceitáveis no meio de 3 minutos extremamente confusos.

“ITEM” é outra faixa que não tenho muito o que reclamar. Os “I-TEM” que rolam na faixa são tão ruins que me tiraram umas gostosas risadas ouvindo, e o instrumental uma coisa mais divertida no meio dos batidões mais pesados que é legal também. Se essa música se levasse menos a sério eu acredito que seria mais legal de ouvir, mas do jeito que está não vou dizer que não gostei da produção. Tem um ou outro vocal/rap que me irritou ouvindo, mas entra na mesma casa de “Hall Of Fame”: Eu mais curti do que descurti. Já “Super Bowl” é qualquer trap que qualquer rapper na China lançaria (Jackson Wang lançaria essa), o que foi chocantemente BOM. Das 4 faixas até aqui, essa talvez é a única que ouviria de novo por não viajar muito nos batidões e entregar uma melodia interessante que me faz sentir a vibe, e o “piece of cake” me lembrou “Sweet Guilty Pleasure” e me fez pensar que eu provavelmente acharia um lacre se fosse a Jolin lançando, então vou dar esse crédito e falar que achei a melhor música do Stray Kids nesse álbum.

“TOPLINE” me chamou atenção por conta da participação do Tiger JK. Antes de ouvir eu pensei “Esse véio não para de dar moral para esses moleques do K-pop, né?! Toda hora ele se metendo em uma música de grupo idol” e depois de ouvir por notar que o estilo mais old school e veterano do Tiger JK chama atenção no meio dos rappers idol do Stray Kids. Isso não é um momento “Ain idol não faz rap de verdade” ou qualquer bobagem que fãs de hip hop coreano gostam de levantar, só que notei o quão “natural” as linhas do Tiger JK saíram aqui servindo a mesma atitude dos meninos, e foi legal perceber estilos diferentes de gerações diferentes. Quanto a música, nem lembro o que ouvi direito, mas foi uma experiência. “DLC” é o primeiro momento mais leve e descontraído do álbum, o que funciona num primeiro momento (Depois de 5 batidões tryhard é bom ter um descanso), mas depois é só um fillerzão que poderia ser algum single especial de verão que ninguém liga. “GET LIT” é outro filler que não me importei muito, mas mais pesado e hip hop.

“Collision” me chocou porque nossa, eles tem mais de uma nota no hip hop. Tudo estava bem pesado e cansativo até chegar nessa faixa, com um instrumental mais sofisticado, uma harmonia mais elegante e vocais de verdade. É uma faixa bonita de ouvir e transmite uma atmosfera que me conforta por ser familiar, e por seguir uma linha do início ao fim que eu não esperava deles. “Collision” se destaca por ser uma música gostosa, daquelas que nunca funcionaria como single de K-pop mas é ótima para preencher álbum. “FNF” tenta manter essa linha mais familiar e melódica com um popzinho rock conduzido na guitarra, mas esse estilo funciona mais comigo quando é uma banda de garagem produzindo uma música no porão. Quando é tudo muito certinho assim eu simplesmente não consigo me conectar, mas não nego que é uma música legal.

O álbum está chegando ao fim, então é claro que teríamos uma baladinha obrigatória para encher linguiça. O problema de “Youtiful” é que ela soa muito aleatória no meio dessa coisa frenética e caótica que o 5 STAR é como um todo, mas no fim é uma baladinha de fim de álbum como qualquer outra baladinha de fim de álbum. Para fechar o álbum temos a versão coreana de “THE SOUND” porque apenas a existência da música japonesa não aterrorizou o bastante, e a “Mixtape : Time Out”, que é o Stray Kids tendo o seu momento emo e gótico cantando algum instrumental punk da Avril Lavigne, onde mais uma vez funcionaria melhor se fosse mais “errado” mas, ainda assim, é um encerramento legal. Reparem que eu poderia falar que isso é chupadíssimo da fase gótica MAS esse blog não promove rivalidades (Não quando eu sei que nenhum leitor se importa), preservando assim a paz de espírito desse blogueiro (Até o algoritmo promover o post e um monte de descompensado vir me xingar por nada). De qualquer forma, é um final de álbum diferente das minhas expectativas, o que não quer dizer que é memorável dentro da tracklist.

Conclusão

… 3 estrelas tá ótimo.

6 comentários sobre “ALBUM REVIEW: Stray Kids – 5 STAR

  1. “é exatamente o que você vai ouvir do Stray Kids até o fim dos tempos: Traps de mano fodão servindo a atitude que só um branquelo rico de Moema que brinca de rapper consegue servir” esse trecho é tão precioso e resume tudo tão bem

  2. Muito chocada quando abri esse blog hoje e vi o título do primeiro post!! Imaginei na hora que alguém te pagou pra falar sobre o ÁLBUM TODO do Stray Kids!!! E o segundo choque: foi uma review respeitosa kkkkk
    Mas é isso o que voce falou, eles não são um grupo pra todo mundo, eles tem uma sonoridade específica e eu tenho começado a achar que eles estão presos nisso e não fazem algo muito fora da curva. O que pra mim, como são meus faves, não é tão ruim já que gostei deles por isso, mas está ficando cansativo em alguns momentos. Já é o segundo álbum deles que eu não add todas as músicas na minha playlist…

  3. Eu sou doida pra ver uma review sua de algum álbum do MX kkkkk amo suas reviews mesmo sendo de grupos que eu gosto e você nem tanto :’)
    Infelizmente não tô tendo o pix pra te mandar e o último lançamento do MX (como grupo) foi no começo do ano :’)

  4. Tava lembrando da pérola que vi no twitter que tinha te pagado pra falar do Stray Kids. Dei umas risadas porque esses meninos de lá pra cá só lançam músicas ruins e os instrumentais consegue bater de frente com o instrumental irritante bate panela do bp.
    Surpreendente terem ganhado 3 estrelas, porque esses manos com o passar dos álbuns vão piorando. Tanto musicalmente em álbum como vocal (eu morro que tem um menino de vocal bom nesse grupo e pobi só canta umas 4 linhas enquanto aqueles três lá que ficam forçando a voz de pato come a música toda).

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