ALBUM REVIEW: INFINITE – 13egin

Eu acho meio curioso o fato de algumas pessoas terem interesse na minha opinião sobre lançamentos de boygroups depois de todo o histórico que tenho com essa parte da indústria pop. São novinhos de guerra aqui do blog? São sádicos? Querem apenas ver a minha pessoa descendo o pau desnecessariamente em uma música que nem é tão ruim mas se torna ruim porque tem homens cantando? Eu não sei. Só sei que mandaram um pix para comentar sobre o comeback do INFINITE com o EP “13egin”, e num primeiro momento pensei “…Hã? INFINITE ainda existe e fez comeback?” mas fui lá, dei o meu play e aqui está minha opinião sobre esse retorno.

Artista: INFINITE
Álbum:
 13egin
Lançamento: 31/07/2023
Gravadora: INFINITECOMPANY
Nota: 83/100

Como vocês podem imaginar, eu não sou íntimo da discografia do INFINITE porque né, boygroup, tenho mais o que ouvir. Respeito toda a marca que os singles deles com o Sweetune criaram entre os boygroups de segundo escalão da 2ª geração do K-pop, “The Chaser” realmente é uma das melhores músicas já feitas e etc., mas não tenho o interesse em ouvir espontaneamente. Então ouvir um EP do INFINITE foi uma grande novidade para mim. Dito isso, tem mais gostinho de novidade nesse fato do que no que o INFINITE lançou com o “13egin”, e isso não é uma reclamação.

“13gin” é ótimo e, acima de tudo, fácil de ouvir. 1 intro, 4 faixas e 1 instrumental competentes no que se propõem, de boas a ótimas que descem redondinho em seus 17 minutos de duração. Fácil de ouvir, entender e escrever, com tudo que funciona em um trabalho de K-pop de forma coesa. O EP em si é bem rápido, mas cada música é muito interessante a sua maneira, mostrando o que um grupo masculino deveria lançar depois de 13 anos de carreira: Um trabalho maduro, sensual e envolvente em cima de muitos grooves e sintetizadores e vocais charmosos.

Eu fiquei genuinamente surpreso ouvindo o “13egin”, pois não esperava curtir tanto um trabalho de boygroup como curti aqui. Fiquei a todo instante esperando uma música ruim que pudesse equilibrar a balança, mas realmente não encontrei nada. Nem tudo é forte nesse álbum (A faixa com clima de verão é bem esquecível até), mas nem mesmo o baladão filler que costuma ser ruim é ruim aqui e tem sua força. Nem senti os 17 minutos passando e fiquei chocado por curtir tudo nesse álbum. “Time Difference” é uma ótima album track e “New Emotions” já é um dos melhores singles de boygroup do ano. Se eu estava com os dois pés atrás quando iniciei esse EP, terminei ele com um sentimento extremamente positivo.

Não tem muito o que entender em “13egin”, seja pela sua curta duração ou pela pouca pretensão conceitual em cima desse EP, mas há muito a se apreciar aqui. Um mini álbum com músicas salientes e, huh, “adultas” que uma jovem senhora de 26 anos como eu aprecia muito bem. Apesar de não ter a parceria com o Sweetune (Muito pelo produtor estar em situação de barril na indústria), consigo pegar a essência das duas músicas memoráveis do INFINITE na minha playlist com esse EP, ao mesmo tempo que moderniza e evolui o grupo com um trabalho mais sofisticado. Intro boa, single ótimo, album tracks ótimas… Honestamente, não tenho do que reclamar com esse retorno. Tem vezes que o K-pop precisa de trabalhos simples porém muito eficazes como esse.

Faixa a Faixa

A “Intro : 13” começa o álbum muito forte. Um barulho de chuva, depois um piano mais dramático, entra um bass mais pesado e a intro vai tomando forma como um farofão EDM intenso e cheio de adrenalina. Particularmente, acho que a intro poderia ser um pouquinho menos forte porque o single (E o resto do álbum) tem uma vibe sexy mais leve do que o que a intro passa, mas não tem nada que não me deixe impressionado aqui. Uma ótima intro.

Daí vamos para o single “New Emotions”, que parece vir com algo mais futurista com a intro autotunada (Que me tirou umas risadinhas, não vou mentir) mas logo somos introduzidos ao pop retrô funky de grandes gostosos que não é novidade mas é sempre bem vindo no K-pop. A parte mais futurista como se o INFINITE quisesse emular alguma crocância do Daft Punk ainda está ali, mas a sensação de familiaridade com o que já foi feito antes é um pouco mais forte. Acredito que quase todo ato masculino no K-pop que queira lançar algo mais sensual e/ou sexual já apostou nessa sonoridade sendo a opção mais segura (E eficaz) na indústria, e o INFINITE faz de um jeito bem legal. “New Emotions” é uma ótima música, com um refrão delicioso e ganchos envolventes, além dos vocais suaves e deliciosos de ouvir em um trabalho nesse estilo.

“Time Difference” aposta menos em cordas e mais em sintetizadores, sendo basicamente um synthpop mais melódico e um pouquinho emotivo. A primeira parte do refrão me pegou um pouco pelo vocal ser extremamente… suave? Sério, eu jurei que era alguma guria não creditada cantando essa parte mas é o Seongjong cantando (E só fui notar isso nessa música pois se destacou muito), e essa suavidade foi muito legal e a minha parte favorita da música, que também é muito boa. “Time Difference” é uma faixa em que você sente mais os elementos passeando pela faixa, criando uma atmosfera fantasiosa e frágil que me confortou ouvindo. “I Got You” segue a mesma linha leve e emotiva de “Time Difference”, com um calor diferente de faixa de verão diferenciando a música. Menos memorável em comparação, mas longe de ser ruim (Talvez a mais fraca do álbum, mas mais pelo EP estar bem bom).

Cumprindo a cota de balada vocal do EP temos “Find Me”, mas o toque eletrônico no instrumental deu um charme a mais na faixa. Não temos esse toque em toda a música, mas é o suficiente para fazer “Find Me” ser mais profunda, intensa e, por consequência, memorável que o baladão filler padrão no K-pop. Nada que me conquiste, mas poderia ser mais chata. Finalizando o EP temos o instrumental de “New Emotions”, que traz de volta o instrumental delicioso e envolvente do single de retorno do grupo.

Concluindo

“13egin” é o EP ideal para um grupo que quer mostrar evolução e maturidade em um trabalho consistente e redondo depois de mais de 10 anos de carreira. Em nenhum momento o INFINITE acompanha a trending ou tenta reinventar a roda nesse EP, e talvez seja por isso que o “13egin” seja um dos trabalhos mais interessantes que ouvi esse ano.


Esse post foi patrocinado pela leitora Ana Luisa, que me deu um gostoso pix para fazer esse post para comentar o comeback do INFINITE (O fato de eu ter genuinamente curtido esse álbum foi de graça). Se você quiser ajudar esse blogueiro a pagar as contas em troca de algum post safadíssimo sobre algum trabalho do asian pop ou só quer agradecer pelo tempo que dedico servindo entretenimento de qualidade para a fanbase, pode mandar um PIX com o valor que seu coração achar que eu mereço para a chave: dougielogic@gmail.com. Você também pode seguir o Pop Asiático,jpg no twitter (@popasiaticojpg).

2 comentários sobre “ALBUM REVIEW: INFINITE – 13egin

    • ele havia deixado a empresa mas como todo o grupo saiu ano passado da empresa e fundaram a própria empresa onde o myungsoo faz parte do grupo

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