Ninguém passou o ano de 2025 ouvindo lançamentos de 2025. Aliás, foi insana com a quantidade de hit do ano passado perdurando esse ano inteiro (Die With A Smile e Hit Me Hard AINDA ESTÃO no Top 20 do Spotify global plmdds) e músicas velhas sendo ressuscitadas (Até a Gretchen ganhou um biscoito nos streams com o viral de “Freak Le Boom Boom”), e provavelmente a sua lista de músicas mais escutadas do ano tem muita velharia que provavelmente nem lança música atualmente. Pensando nisso eu decidi fazer, antes da lista de 10 melhores músicas de 2025, uma lista com 10 músicas “velhas” (= que não são de 2025) que eu ouvi como se fossem as melhores músicas desse ano, para dar essa complementada no que ouvi e fiquei viciado nesses últimos 12 meses. Sem mais delongas, vamos ao “post bônus” das listas de fim de ano:
10º lugar — Tommy february6 – Je t’aime Je t’aime
Já vou logo adiantar que tem MUITA velharia japonesa nessa lista, já que o J-pop do final dos anos 90 até mais ou menos o final dos anos 2000 é a era de ouro para qualquer J-popper. Tipo, como alguém que conhece a Tommy february6 e o smash hit “Je t’aime Je t’aime” vai pensar “Hum… prefiro ouvir a musiquinha de Chainsaw Man”? Tá, talvez o otaku safado do Lunei faria isso, mas eu mesmo NÃO. Synthpop de alcoólatra sempre terá um lugar no meu coração, e talvez por isso eu carregue a Tomoko Kawase na minha vida como se fosse uma MÃE que formou meu caráter.
9º lugar — Dong Nhi – Y Troi
A música mais nova dessa lista (Com certa folga até, risos), “Y Troi” ainda é adorável. Amo esse jeitinho inocente e apaixonado da Dong Nhi cantando que está desesperada para encontrar alguém que a ame, e a produção mistura uma coisa mais leve e lúdica com o pop mais dançante e animado, resultando em uma música doce e adorável que me deixa feliz e de coração aberto para o mundo. “Y Troi” me dá fé na humanidade e me traz a esperança de que irei desencalhar em 2026.
8º lugar — Olivia – Re-ACT
Normalmente o Tetsuya Komuro procurava as piores cantoras do momento no Japão para gravar seus híbridos de música eletrônica com rock-ish, então é sempre surpreendente quando aparece alguém que sabe o que está fazendo em um estúdio para cantar algo dele. Conheci essa Olivia na época que a avex estava abrindo a mão e liberando o catálogo dos trocentos artistas que eles têm no spotify ali no meio/pós pandemia (Mas uma galera deve conhecer por ser a voz de alguma música para NANA), e “Re-ACT” é uma das minhas favoritas e essencial para os momentos que quero ouvir velharia japonesa na minha vida (Que são muitos).
7º lugar — Morning Musume – Love Machine
Tem músicas que definem época. Não tem uma vez que eu não escute “Love Machine” do Morning Musume sem pensar “Eu queria ser uma jovem japonesa em 1999 para VIVER esse momento ao vivo”. Isso é TÃO anos 90, divertido e nostálgico, e é o Morning Musume no ápice do carisma e de comadres dando A VIDA para servir o brilho e cafonice que um grupo idol japonês deveria servir naquela época. Se eu tivesse fácil acesso a um karaokê japonês estaria todo sábado bebendo e cantando essa música como se fosse a última coisa que faria na vida.
6º lugar — Candy Mafia – Cliché
Essa explosão do pop tailandês entre blogueiros fundo de quintal me fez lembrar do Candy Mafia, que lá em 2013 abalava o mundinho Asian Mixtape com farofas EDM para bater de frente com o K-pop, como essa clichê que poderia ser lançado por qualquer girlgroup nugu da época. O trabalho como um todo não tem vergonha de chupinhar trocentas referências do K-pop de 2012 e isso, definitivamente, não é um problema. E houve um momento em que só sabia ouvir “Cliché” como se fosse a melhor música do mundo, o que me deu vontade de linkar essa “geração anterior” do pop tailandês nesse post.
5º lugar — Lee Jung Hyun – Half
A Lee Jung Hyun é uma dessas pérolas da 1ª geração que todo kpopper devia conhecer e/ou ir mais a fundo, pelo menos, nos singles da gata. “Half”, por exemplo, explora todo um humor camp enquanto a rainha do trance entrega naus uma fritação super animada para você cheirar e dar sem capa na ZIG de 2002. “Half” não tem aquela coisa mais intensa e apocalíptica das principais músicas da Lee (“Bakkwo” e “Wa”) mas também brilha nesse lado mais bem humorado e colorido, que dá energia para fazer qualquer coisa ou apenas dançar loucamente sem pensar no amanhã.
4º lugar — MAX – Jounetsu no ZUMBA
Nunca entendi por que raios “Jounetsu no ZUMBA” é a única música do MAX não disponível no streaming (avex não tem dinheiro para os direitos autorais dessa?), mas do mais absoluto NADA a avex soltou um MV com essa peituda baitando tarados para a música e a única coisa que pensei foi “FINALMENTE posso botar Jounetsu no ZUMBA legalmente numa playlist”. Essa é a minha música favorita de limpar a casa e o meu YT Music provavelmente colou esse vídeo como um dos mais executados do meu wrapped (eu responderia com mais certeza se ligasse para ver essas retrospectivas de streaming).
3º lugar — Dal Shabet – B.B.B (Big Baby Baby)
O mashup de Big Baby Baby com BEBE do STAYC é realmente minha coisa favorita relacionada ao K-pop em 2025, e isso obviamente me fez ouvir Big Baby Baby como se fosse a melhor música de todos os tempos (E talvez seja, já que foi lançado pelo melhor girlgroup de todos os tempos). Os girlgroups de pequeno/médio porte do K-pop na década são ótimos para qualquer homossexual que busque um pop mais rebolativo e levemente (ou explicitamente) piranhesco, e “Big Baby Baby” é um dos melhores exemplos de música para os gays que aquele país desovou naquela época.
2º lugar — M.I.L.K – Come To Me
Eu fixei no meu twitter o vídeo de “Come To Me” do M.I.L.K para lembrar e ouvir toda vez que eu me sentisse triste, ainda mais por conta da SM ter lançado o único álbum delas no streaming esse ano. E deu muito certo, porque essa inocência e pureza transmitida por “Come To Me” realmente me livrou de todo mal esse ano. “Come To Me” é um amor em forma de música, encapsula o que há de melhor nesse lado mais fofo do pop anos 2000 e cura onde dói.
1º lugar — Crystal Kay – Kirakuni
O grande lançamento nas plataformas de streaming desse ano para as J-hags COM CERTEZA foi “Kirakuni” da Crystal Kay. O single de 2006 que virou fan favorite era a música que os fãs mais sentiram falta quando a discografia da CKay entrou no stream toda esburacada. Em agosto ela resolveu esse problema e a comunidade jpopper (Ou as duas dúzias de pessoas que dão moral para a morena na internet) ficaram INSANAS com a liberação. Eu mesmo já escutava muito de forma alternativa por ser uma música perfeita para terminar o dia de trabalho e tirar toda a pressão acumulada e deixar a mente mais leve, e agora posso pagar a marmita da Crystal com muito stream nesse hino.