Top Top.jpg: As 10 melhores músicas do Asian Pop no 1º semestre de 2022

Obedecendo o conceito de meio de ano e surrando os gays que fizeram retrospectiva de meio de ano no início de junho, o Pop Asiático.jpg elege as 10 melhores músicas do 1º semestre de 2022 agora que o 1º semestre de 2022 chegou ao fim. Esse é aquele momento onde músicas que você provavelmente nunca ouviu vão figurar aclamadíssimas, pois o meu gosto musical vai além de massacrar K-pops horríveis pelo menos umas 3 vezes na semana, então se preparem pois vem muita música legal nesse post. Começando com…

10º lugar — STU48 – Sure, Jaane

Sim, começamos essa lista com uma b-side obscura de um grupo 48 mais obscuro ainda, mas é uma música incrível pois ninguém é melhor em fazer pop nostálgico quanto um grupo idol japonês. Muito se deve ao fato dos produtores japoneses não largarem os anos 80 e 90 no pop japonês, mas em tempos onde nostalgia, retrô e remakes vendem HORRORES, nada melhor que aproveitar isso para criar músicas icônicas. Daí temos “Sure, Jaane”, do STU48, que brilha como um pop oitentista de filme da sessão da tarde sendo aquela coisa cintilante e acelerada que só um ato japonês saberia fazer. Isso é arte, isso é o que eu quero os grupos 48 lançando de agora em diante para se redimir de 10 anos ofendendo o J-pop com algumas das piores músicas do Japão.

9º lugar — STAYC – Young Luv

Acho engraçado que as faixas título no K-pop deixaram de ser prioridade como singles, e o STAYC tinha tudo para lançar “Young Luv” pois, além de seguir a tendência emo pop/rock que o K-pop vai tentando emplacar, é uma faixa deliciosa que me deixa feliz ouvindo. Claro que elas acertaram na escolha de “RUN2U” que virou o maior hit da carreira do grupo, mas quando a guitarrinha de “Young Luv” começa a conduzir a música eu fico simplesmente apaixonado. É uma música simples, não existe uma produção muito complexa por trás e por isso mesmo funciona, pois é cantada com a emoção e paixão que um girlgroup rookie consegue servir sem cair no clichê do baladão.

8º lugar — Kwon Eunbi – Glitch

Os responsáveis dessa música sabiam muito bem o que estavam fazendo quando entregaram “Glitch” para a Kwon Eunbi. A forma como a música começa limpa e vai se corrompendo conforme ela se desenvolve, como se um glitch tivesse invadindo a música, é simplesmente genial.O break caótico e descontrolado do refrão é o ápice de todo esse mecanismo criado para a música, sendo aquela coisa louca e emocionante que tem que ser, e o melhor de tudo é o final da faixa com um sonzinho calmo e suave “reiniciando” o sistema. E tudo isso feito para ser um hino para os gays, numa farofa EDM brilhante. É uma pena que a Eunbi ainda não saiu do status de ex-IZ*ONE, pois “Glitch” merecia muito hitar.

7º lugar — PRSNT – Crazy Driver

A Jiyoon do 4minute resolveu ter uma banda de garagem depois do fim do grupo e está abalando o mundinho indie coreano com músicas deliciosas. Esse ano o PRSNT lançou o 1º EP “Crazy Driver”, e a faixa-título é a melhor album track coreana do ano com toda a ideia retrofuturista sendo executada com perfeição nessa música. A Jiyoon não tem o meu timbre favorito para esse tipo de som, mas essa coisa mais deslocada dá a volta e se torna descolada, fazendo “Crazy Driver” ser aquela coisa que não é só divertida para o ouvinte como também para o artista. Dá para ver que a Jiyoon feliz nessa música pois ela sabia que estava lançando uma das melhores músicas do ano pelo segundo ano consecutivo, surrando a Hyuna que está mais preocupada em divulgar o marido com músicas meia boca.

6º lugar — Rocket Punch – Chiquita

Synthpop oitentista é algo que não enjoa comigo. Bota umas gatinhas para cantar qualquer coisa em cima de um sintetizador colorido e forte que eu já fico “YASSS QUEEN É A MÙSICA DO ANO”. Rocket Punch já tinha feito isso em 2020 com “Ring Ring” mas ainda precisava de uns refinamentos e um controle maior dos vocais do grupo. Então veio 2022 e elas botaram o pau na mesa com “CHIQUITA”. O instrumental é melhor, os vocais estão melhores, o refrão é glorioso e ainda tem o melhor final de música de 2022. O ápice da música está naquele minuto final onde o refrão ganha 2 notas a mais e, depois dele, o instrumental fica mais emocionante e arrepiante. “Chiquita” é uma faixa deliciosa, e os girlgroups podem continuar lançando synthpop oitentista para todo o sempre.

5º Hyolyn – Layin Low

Desde que a Hyolyn lançou “Dally”, todo mundo que gosta da Hyolyn estava esperando ela lançar e nova “Dally”… E ela veio em 2022 com “Layin’ Low”. A estrutura é a mesma: R&B safadíssimo e sexual com Hyolyn testando os limites de sua performance no rap que surge depois do 1º refrão, coreografia saliente e muito poder com um estúdio e um sonho. Em comparação, “Layin’ Low” é uma versão ainda mais turbinada, com a Hyolyn aflorando e mostrando o máximo do seu tesão em 3 minutos de música e vídeo, tanto pelos vocais mais vivos e sussurros mais orgasmáticos quanto pela performance com movimentos de mais impacto e saliência. Para mim é o melhor K-pop do ano até aqui, e seria a melhor música de 2022 se não tivesse tanta senhora japonesa disposta a alimentar os gays nesse primeiro semestre.

4º lugar — Maki Nomiya – The Night Is Still Young (feat. Night Tempo)

Remake de “Tokyo Wa Yoruno Shichiji” do PIZZICATO FIVE (Ex-banda da Maki Nomiya), “The Night Is Still Young” exala a mesma energia homossexual que um popzão anos 90 alternativo para as passarelas do São Paulo Fashion Week, mas com o Night Tempo “modernizando” a coisa toda e transformando em um clássico para as boates lgbtqia+ atuais. É HOUSE minha filha, e já que todo mundo ainda está abalado com a Beyoncé voltando pelos gays com “Break My Soul”, nada mais oportuno que divulgar outro house delicioso para a playlist de vocês. “The Night Is Still Young” é luxuosa, é opulente, me faz sentir como uma senhora de meia idade ostentando suas jóias na noite paulistana, e é essa coisa chique e glamurosa que me faz viver por esse single.

3º lugar — DAOKO x Yohji Igarashi – MAD

Acho que a Daoko não ser focada em ser uma artista de música eletrônica é um grande desperdício de potencial, pois ela tem uma visão e construiu um catálogo estranho e fascinante em cima disso. Em “MAD”, por exemplo, cada adição no instrumental é feito de uma forma bem desbocada, “errada”, como se o Yohji Igarashi nem tentasse fazer uma música de verdade. Mas ele não só tenta como consegue fazer aquele tipo de som desconfortável mas que me prende a atenção para ver até onde vai chegar. E a Daoko cantando na mesma vibe é contagiante e eleva toda a experiência, e quando você já está vibin nessa loucura caótica *BOOM* vem o batidão para deixar a “MAD” ainda mais caótica. É tudo muito errado e muito perfeito em “MAD”, e a Daoko deveria adotar um produtor de música eletrônica para me encher de colaborações assim.

2º lugar — Superfly – Voice

Superfly é um daqueles atos japoneses que eu acho muito bom e com músicas legais mas nunca apareceram na minha playlist porque J-rock nunca foi a minha praia (Além dela ser um prelúdio da atual onda de cantoras/compositoras pop/rock discretas e fora do meio que basicamente não deixam mais uma diva pop da avex ascender no Japão). Porém, a Superfly resolveu sair um pouco da linha e investir em um popzão orquestrado oitentista com referências claríssimas ao ABBA. E agora que alguém FINALMENTE se inspirou em ABBA para fazer uma música pop em 2022, eu quero que todo mundo na Ásia faça isso pois olha o drama, a emoção, o impacto do instrumental, o poder e grito de resistência homossexual que “Voice” possui. Isso daqui é emocionante DEMAIS e me deixa arrepiado toda vez que ouço. É inacreditável que essa música não tenha hitado ou aparecido em alguma playlist do Igor Lunei, mas farei justiça para a Superfly que, pelo menos uma vez, foi a aliada dos gays com um bop.

1º lugar — Utada Hikaru – Somewhere Near Marseilles

O grande trunfo de “Somewhere Near Marseilles” é que a última coisa relevante dessa música é o fato dela ter 12 minutos. A música já começa te transportando para uma atmosfera mais relaxante, com melodias futuristas, sintetizadores que ao mesmo tempo soam estranhas e reconfortantes, e quando Utada começa a cantar é hipnotizante. É como se Utada avançasse no tempo e criasse não só uma música incrível, como todo um universo em volta desse som que é deslumbrante. E o fato de “Somewhere Near Marseilles” ser tão longa valoriza ainda mais essa experiência, pois dá tempo de você imaginar e se aprofundar em todas as sensações, sentimentos e alucinações que Utada quer que eu tenha com essa música. Quando “Somewhere Near Marseilles” acaba eu nem percebo que passaram 12 minutos da minha vida, e na verdade eu queria que a música durasse ainda mais pois é uma música que me deixa em êxtase, então vou lá e dou play de novo. “Somewhere Near Marseilles” é a música mais audaciosa de 2022, acertando em todos os momentos e se tornando a melhor música de 2022 até aqui.


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5 comentários sobre “Top Top.jpg: As 10 melhores músicas do Asian Pop no 1º semestre de 2022

  1. Somewhere Near Marseilles é uma experiência mesmo. É íncrivel ver a Utada ainda mantendo um nível de qualidade tão alto mesmo com tantos anos de carreira, parece que ela nunca perde a mão.

    E essa da Maki Nomiya UAU amei muitooo me teletransportou pra o corpo de um viúva de general rica idosa tomando champagne em Copacabana meia noite com as suas outras amigas viúvas todas de channel e cordões de perolas. Que brisa forte

    • As músicas de Utada são sempre uma experiência fascinante (mesmo as mais apagadas tipo “Pink Blood”). Acho sensacional como várias delas conseguem ser animadas e melancólicas AO MESMO TEMPO (caso de “Somewhere Near Marseilles”).

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