Hoje foi um dia triste para o mundinho nugu, com a Miya confirmando em qualquer programa japonês que o Girls In The Park (GWSN para os íntimos) fez seu disband em janeiro, após vencer o processo para encerrar seus contratos. Não que a gente não soubesse que o grupo estava morto há muito tempo, mas é sempre bom alguém confirmar que um grupo está morto pois sempre surge um fã de meio do nada para falar que nunca anunciaram disband e está vivo sim.

Miya confirmou em recente entrevista que o GWSN deu disband em janeiro.

O grupo debutou em setembro de 2018, todas as 7 membros venceram o primeiro julgamento para rescindir seus contratos com a empresa em janeiro. Desejamos muito sucesso para as membros em suas futuras… pic.twitter.com/U7PVDZy50m

— Girlgroups Brasil (@GirlgroupsBR) June 29, 2023

Normalmente eu faço um ranqueando com os singles de grupos mortos para relembrar a carreira daqueles que já nos deixaram, mas como nesse caso 1) O GWSN não teve nem meia dúzia de singles na carreira e 2) Essa nem meia dúzia de singles é a melhor sequência de nem meia dúzia de singles no K-pop, eu vou mudar um pouco o formato tradicional e ranquear os singles das garotas do parque do ótimo ao mais icônico comeback que o GWSN fez questão de nos abençoar. Sem mais delongas, vamos ao pequeno ranking:

5º lugar – RED-SUN(021)

Quando “Red Sun” saiu o estilinho deep house “love is 4 walls” já estava meio manjadinho para mim, o que faz essa música perder um pouco em comparação ao resto dos singles do grupo. Isso está longe de ser algo ruim, pois o instrumental eletrônico é gracioso e a evolução para o refrão mais agressivo e exagerado é uma virada perfeita para essa canção se tornar única. É tudo muito bem elaborado em “Red Sun”, o que torna a música muito boa para ouvir e dançar, com ótimos vocais que combinam muito bem com a atmosfera mais fantasiosa da faixa. “Red Sun” mostra que até mesmo o single mais fraco delas é muito melhor e mais injustiçado que o single mais forte de muito grupo popular por aí.

4º lugar — BAZOOKA

“BAZOOKA” é o momento mais farofa dance do GWSN (E a primeira vez que a gente vê o orçamento apertando para as gatinhas), não indo fundo no deep house e apostando em algo mais popzão mesmo, me lembrando algo que o Sweetune mandaria na casa do KARA. E nossa isso daqui é muito bom. O pré-refrão e o refrão são recheados de ganchos super eficazes na minha mente, fico viciado em cada linha dessas partes e o instrumental é super divertido e chiclete. E a guitarrinha que surge na faixa é simplesmente delicioso. Se os versos fossem um pouco mais memoráveis “BAZOOKA” poderia estar mais alto aqui, mas ainda assim são muito gostosos de ouvir. Um single que me deixa feliz ouvindo.

3º lugar — Pinky Star (RUN)

O debut maravilhoso do GWSN já indicava que elas seriam o grupo nugu mais homossexual do momento, mas eu não esperava que elas percebessem isso e lançassem outro housezão homossexual no segundo single do grupo. “Pinky Star” meio que dá uma turbinada em tudo que elas já tinham feito na estreia, mas sem perder o refinamento e classe que um farofão eletrônico desses pode servir. Vocalmente elas estão ótimas e seguindo muito bem as batidas viciantes, a energia está on point e quando o instrumental fica solto no refrão é como se um novo auge fosse alcançado. Uma pena que ninguém na Coreia comprou, pois estava vivendo por essas meninas quando “Pinky Star” saiu.

2º lugar — Like It Hot

Eu fui muito injusto com esse lacre. E a própria gravadora foi muito injusta com esse lacre, uma vez que o MV não está disponível no canal delas e só está no youtube através da distribuidora taiwanesa. Eu não levei muita fé no início da música, mas quando o refrão entra só na base do baixo e dos vocais mais intensos e profundos das meninas, “Like It Hot” ganha vida de um jeito absurdo. Tanto que, depois do refrão, a música parece outra e tudo que parece bagunçado, de repente, faz sentido e conduz a minha vida. Tudo nesse single mira um lado mais, huh, “alternativo” para o GWSN, explorando elementos e sons que até então a gente não tinha escutado do grupo, sendo o trabalho mais “hit or miss” delas. Para mim, hoje, é um grande HIT e a melhor música de disband involuntária do K-pop.

1º lugar — Puzzle Moon

“Puzzle Moon” é um daqueles debuts que é O debut. Mudou a trajetória da minha vida no dia do lançamento, e segue abalando as minhas estruturas até hoje. Como todos os debuts daquela época estava mirando no óbvio (Emular BLACKPINK ou emular o TWICE), um girlgroup surgir com um deep house refinadíssimo e hipnótico desse jeito foi apoteótico e entusiasmante. E tudo em “Puzzle Moon” é milimetricamente perfeito, eu amo ouvir essas meninas cantando, amo ouvir o desenvolvimento do instrumental e todas as nuances que o grupo coloca nessa música para servir toda a magia, fantasia e encanto que elas se proposuseram a entregar aqui. Não tem como eu não amar “Puzzle Moon” e tudo que essa música me impactou, sendo um dos meus debuts favoritos do K-pop.

Menção (mais do que) honrosa: Tweaks ~ Heavy cloud but no rain

Se algum dia eu me atrever em fazer um Top 10 de melhores músicas que a Coreia do Sul já desovou na história, eu acho que “Tweaks ~ Heavy cloud but no rain” entraria nessa lista. Eu sinto que elas sabiam que eu precisava de um hino homossexual para me dar vontade de viver em meio a pandemia de 2020. Aquela música de conforto que me orienta toda vez que me sinto perdido, me alimenta quando sinto fome, me segura quando estou caindo, me cura quando estou doente. Eu AMO essa música, e amo todos os sentimentos que ela desperta em mim. “Tweaks ~ Heavy cloud but no rain” é um marco para a minha playlist, feita por um grupo que foi um marco na história nugu do K-pop.