Year End 100: As melhores músicas do Asian Pop em 2022 (Parte 6)

Na última parte do Top: Tivemos o início do Top 40, o que significa que, de agora até o Top 10, teremos só músicas icônicas na minha playlist que talvez sejam as piores músicas que vocês vão ouvir na vida, mas são as melhores no meu coração (Tipo Chiki Chiki Bam Bam que eu sei que não é para todo mundo). E agora temos aquela icônica parte de músicas maravilhosas, icônicas, babilônicas e etc… mas que acabaram sendo barradas do meu icônico Top 10. Muitas injustiças, alguns clássicos e (chocantemente) Ayumi Hamasaki estão nessa parte do Top, então prestem atenção nas 15 músicas que quase chegaram lá no topo da minha icônica lista de melhores músicas de 2022:

25. NewJeans – Attention

É incrível como um grupo de adolescentes cantando sobre o primeiro amor em um pop despretensioso e leve funciona em qualquer momento. E quando isso vem com alguma profundidade sonora a mais, como é o caso de “Attention” do NewJeans que apostou em reviver todas as referências de um K-pop da 1ª geração sem ninguém esperar por isso, a música fica ainda mais icônica. Sem stress, apenas sinta a vibe e deixe “Attention” te levar para esse lugar único, inocente e esperançoso que o NewJeans quer levar. “Attention” mira na suavidade e delicadeza, e rendeu uma das músicas mais impactantes do K-pop em 2022.

24. Utada Hikaru – Find Love

A Utada brilha muito nesses números melancolicamente eletrônicos. O estilo da Utada já é algo mais passional e, hum, “distante” de uma mulher que lida com diversos sentimentos e angústias para retratar um momento específico da vida, e ela mistura esses momentos com instrumentais mais vivos que deixam um gostinho maravilhosamente agridoce. “Find Love” é um ótimo exemplo, pois enquanto Utada canta de forma mais sentimental sobre um dia querer encontrar o amor, o instrumental eletrônico é melancólico e encantador, que cria esse contraste belíssimo em mais uma faixa que só Utada Hikaru teria visão para fazer. Uma faixa relativamente simples, mas com um conteúdo sem igual.

23. Hồ Ngọc Hà – Vì Chính Là Em (Dance Version)

“Vì Chính Là Em” é aquela mistura de elementos e instrumentos folclóricos e tradicionais com um farofão tribal que deixa qualquer homossexual ainda mais homossexual ouvindo. Que dá uma vontade de me apropriar culturalmente e fazer meus quadris não mentirem na pista de dança, sabe? E tem ainda o plus dos vocais da Ho Ngoc Ha serem deliciosamente chiquérrimos, a mulher tem um timbre único que deixa essa música ainda mais rica e perspicaz. “Vì Chính Là Em” é uma música cheia de nuances e viradas, indo para diferentes ritmos mas com coerência e fazendo desse trabalho algo cheio de conteúdo para explorar e entusiasmante do início ao fim.

22. Youha – Last Dance

“Last Dance” é realmente uma última dança. Um último capítulo encerrando contra a vontade da Youha um relacionamento que ela vivia como o encanto de um conto de fadas. E “Last Dance” transmite bem essa mensagem, de uma forma provocante, sensual, como se aquele momento fosse a última chance dela recuperar todo o amor que ela vai perder, e isso é intrigante e tentador. “Last Dance” não é aquele single catártico que “Abittipsy” foi em 2021, mas a Youha tem tudo para crescer como uma ótima (e subestimadíssima) artista pop na Coreia com um trabalho tão sólido como esse.

21. STAYC – Young Luv

Acho engraçado que as faixas título no K-pop deixaram de ser prioridade como singles, e o STAYC tinha tudo para lançar “Young Luv” pois, além de seguir a tendência emo pop/rock que o K-pop vai tentando emplacar, é uma faixa deliciosa que me deixa feliz ouvindo. Claro que elas acertaram na escolha de “RUN2U” que virou o maior hit da carreira do grupo, mas quando a guitarrinha de “Young Luv” começa a conduzir a música eu fico simplesmente apaixonado. É uma música simples, não existe uma produção muito complexa por trás e por isso mesmo funciona, pois é cantada com a emoção e paixão que um girlgroup rookie consegue servir sem cair no clichê do baladão.

20. Seulgi – Los Angeles

“Los Angeles” é uma faixa maravilhosamente perturbadora. Isso daqui é um farofão eletrônico progressivo e sem muitas surpresas de conceito, mas com uma execução tão tensa e elegante que me deixa focado em cada segundo da música. Não sei se tem a ver com os vocais provocantes da Seulgi, a energia misteriosa e tocante que a música possui, ou o drop safadíssimo e glorioso que rola no refrão, mas “Los Angeles” me ataca de um jeito que poucas músicas no K-pop me atacam. A Seulgi entregou um grande número com essa música, que é fácil a melhor música relacionada ao Red Velvet em anos.

19. Lexie Liu – dance dance

O revival dos anos 2000 na música pop é pouco explorado quando falamos de música eletrônica, mas é algo que o pessoal devia pensar com mais carinho ao invés de já se jogar no pop rockish de emo da vez. Prova disso é a Lexie Liu, que simplesmente pegou um belo exemplar de pop y2k, misturou com as batidas industriais e artificiais de uma música eletrônica da época e criou um trabalho nostálgico e mágico, que qualquer sobrevivente de uma rave da época vai amar ouvir. É tudo tão limpo e tão sujo em “dance dance” que eu fico pensando como é que essa menina conseguiu ser tão incisiva com um estilo que ela nem deve ter vivido tanto assim, mas a Lexie fez “dance dance” ser uma gostosa brincadeira, como se fosse simples fazer um pop eletrônico de qualidade.

18. Younha – Oort Cloud

Essa aqui é meio que uma trapaça já que foi lançada em novembro de 2021… Mas HEY! Ela foi relançada e pegou o embalo do sucesso que a Younha fez em 2022 com “Event Horizon”, então está valendo né?! Enfim, “Oort Cloud” é incrível, um rock/country extremamente carismático e sing along que me faz querer ficar em volta de uma fogueira bebendo um whisky enquanto me divirto em algum festival do interior de São Paulo. Isso provavelmente nunca vai acontecer, mas “Oort Cloud” é uma música sincera, com uma interpretação encantadora e vocais que me dão um sorriso no rosto ouvindo.

17. Cherry Bullet – Love In Space

Cherry Bullet… Por onde anda essas queridas, né? Será que tem alguma delas concorrendo para debutar em algum girlgroup virtual esse ano? Não sei, mas no ano passado elas renderam essa delícia chamada “Love In Space”, que é um synthpop intenso com vocais intensos, sendo a versão ainda mais potente e adorável de “Love So Sweet” que elas lançaram em 2021 e também é um hino. O Cherry Bullet é um daqueles grupos nugu que, apesar da empresa com certa relevância, vão depender de muita sorte para acontecer, o que é uma injustiça com uma música tão boa quanto “Love In Space” que merecia ter todo o sucesso do mundo.

16. Maki Nomiya – The Night Is Still Young (feat. Night Tempo)

Remake de “Tokyo Wa Yoruno Shichiji” do PIZZICATO FIVE (Ex-banda da Maki Nomiya), “The Night Is Still Young” exala a mesma energia homossexual que um popzão anos 90 alternativo para as passarelas do São Paulo Fashion Week, mas com o Night Tempo “modernizando” a coisa toda e transformando em um clássico para as boates lgbtqia+ atuais. É HOUSE minha filha, e já que todo mundo ainda está abalado com a Beyoncé voltando pelos gays com “Break My Soul”, nada mais oportuno que divulgar outro house delicioso para a playlist de vocês. “The Night Is Still Young” é luxuosa, é opulente, me faz sentir como uma senhora de meia idade ostentando suas jóias na noite paulistana, e é essa coisa chique e glamurosa que me faz viver por esse single.

15. Youha – Flower Rain

A aclamação desse blogueiro em cima do EP da Youha não para pois o “love you more,” ainda tem “Flower Rain” para ser exaltada por aqui. Synthpop sempre será um evento na minha playlist (Ainda mais um synthpop que poderia ser lançado pela Carly Rae Jepsen), e “Flower Rain” tem o plus de ser melancólica e me causar uma tristeza (no bom sentido) ouvindo, ficando no meu coração e me dando sentimentos gostosos e emblemáticos no play. “Flower Rain” é uma faixa reconfortante, com vocais belos e uma melodia eficaz.

14. Lee Chanhyuk – Panorama

Mantendo a linha melancólica e e mostrando a beleza em explorar sentimentos tristes, temos a faixa principal do debut do Lee Chanhyuk. “Panorama” tem uma letra ao mesmo tempo sutil e impressionante falando sobre (Não querer) a morte e o instrumental é igualmente sutil e impressionante colorindo de forma tão complexa e bela a angústia do que o Chanhyuk está cantando. Esse menino tem um futuro brilhante como produtor e um presente interessantíssimo como artista, tendo uma abordagem única, jovem e vivida sobre um tema tão delicado onde qualquer um pode se conectar e admirar ouvindo.

13. IVE – After LIKE

Se o sample de “I Will Survive” não parecesse tão solto, “After LIKE” estraria facilmente no top 10 dessa lista. Mas passado esse estranhamento, “After LIKE” é uma música icônica e já nasceu aclamada no meu mundinho como uma das músicas mais homossexuais do ano. É uma faixa com muito brilho e opulência, que sabe onde quer chegar e como fazer isso bem feito, desde as partes mais fortes da faixa até as mais questionáveis como rap do grupo que é tão rap de patricinha que acaba combinando perfeitamente com a música. “After LIKE” é dançante, memorável e emocionante.

12. TÓC TIÊN x MEW AMAZING – 906090

Normalmente eu gosto das farofas pop vietnamitas por conta delas serem farofonas assumidas com muita fritação para homossexuais se acabarem em qualquer buraco que botam luzes de LED e chamam de boate, mas eu tenho que aclamar “906090” de um jeito diferente. Existe ali a crítica social, a sonoridade mais tensa e conceitual, os sintetizadores mais pesados e sombrios, é um popzão performático mas com uma reflexão por trás, com uma execução ímpar que faz “906090” ser sensacional. A Toc Tien entregou muito em uma faixa pop que consegue ser profunda e hipnotizante.

11. Ayumi Hamasaki – Summer Again

Ayumi Hamasaki entregou alguns dos trabalhos mais legais em uns bons anos de carreira em 2022 (O que rendeu o melhor álbum dela em uns bons anos de carreira esse ano), e “Summer Again” é fácil o meu single favorito da Ayu desde “Return Road”. Muito pela audácia de, ironicamente, largar o Pop/rock anos 2000 para apostar em um farofão TRANCE dos anos 2000 com toques de música tribal da Lorena Simpson, mas também passa pela qualidade com uma música tão cheia de energia e forte a todo instante. Nem todos teriam a coragem de botar algum treco da Ayu em uma posição tão alta na lista de melhores coisas do ano, mas aqui estou eu para dizer a minha verdade e falar que esse pequeno revival dos tempos de a-yu-mix foi fácil uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida ano passado.

3 comentários sobre “Year End 100: As melhores músicas do Asian Pop em 2022 (Parte 6)

  1. Ayu quase conseguindo um top 10 (se é que não conseguiu com alguma outra música… mas provavelmente não conseguiu)… quem diria? Demorou, mas ela finalmente voltou à boa forma musical!

    Estou (positivamente) curioso com o álbum que ela disse que vai lançar este ano.

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