Review Retrô: Quando o SISTAR inaugurou o conceito de piranha triste em “Alone” (2012)

Mais uma review retrô falando sobre os atos que estão no Queendom 2, que estreia amanhã e terá cobertura aqui no blog (Se eu não estiver morto nas folgas e tiver energia para comentar as 4 horas de show por episódio). Hoje vamos focar na Hyolyn e poderíamos pegar um single da carreira solo dela (Especialmente na época que ela ainda era da Starship), mas se a própria tá preferindo cantar as músicas do SISTAR no show, então vamos fazer o mesmo e falar sobre um dos singles mais icônicos do grupo que completa 10 anos em 2022: “Alone”.

O SISTAR estava vivendo seu primeiro grande momento no mainstream depois do grande sucesso de “So Cool”, então houve muita expectativa em cima do comeback. “Alone” surgiu em abril de 2012, e já nos teasers a mudança do grupo já era evidente. Das cores mais fortes e provocativas até os visuais menos purpurinados e mais elegantes, tudo indicava que uma mudança drástica rolaria na vida do grupo com esse comeback, embora ninguém soubesse como seria essa mudança já que os teasers passeavam entre uma fritação da The Week (Que sequer existe na discografia do grupo) e uma melodia mais sofisticada e lenta (Que era a música de fato). Tudo seria respondido no dia 11 de abril de 2012, que foi quando aconteceu o comeback do grupo com “Alone”.

“Alone” é basicamente o SISTAR sendo gostosas tristes. Gatinhas que estavam sofrendo por estarem sozinhas enquanto o microvestido revelador sobe a cada lágrima para pagarem calcinha não intencionalmente, um conceito não muito usado num K-pop muito mais animado e bagaceiro do início da década passada. Em teoria, “Alone” é uma música mais profunda e intensa, com uma sensualidade particular e uma sofisticação na produção, mostrando um SISTAR mais potente e matador. Na prática é o SISTAR triste e com tesão, e eu e Pabllo Vittar apreciamos isso.

“Alone” também pode ser um dos primeiros exemplos de midtempo sensual no K-pop, conceito que ficou conhecido por vários girlgroups de segundo escalão pra baixo que apostaram em melodias mais lentas sentimentais enquanto sensualizavam em microvestidos se alisando com coreografias salientes, mostrando um amadurecimento de imagem fortemente inspirado em “Coming of Age Ceremony” da Park Ji Yoon. Pode ser que eu esteja enganado e algum outro girlgroup tenha apostado no conceito antes, mas “Alone” é a primeira música que me vem a cabeça quando se fala em midtempo sensual, sendo uma das músicas mais bem sucedidas nesse estilo que o Asian Mixtape criou.

Como música, eu adoro “Alone”. O piano conduzindo a faixa inteira é glorioso e um ótimo acerto para criar um sentimento mais íntimo e sexy, e os vocais da Hyolyn as vezes sussurrados as vezes gemidos ampliam toda essa experiência, levando “Alone” a ser uma música memorável. Vale elogiar também a bridge de rap que, em “Alone”, possivelmente é o maior destaque dos raps da Bora no meio dos singles do SISTAR. Normalmente a gente só destaca a Hyolyn e seu vocal de milhões, mas em “Alone” o rap da Bora e a forma com que ela surge dão uma intensidade ainda maior na faixa. O SISTAR quis mostrar em “Alone” um grupo mais sério, adulto e diferente do girlgroup médio, e conseguiu com louvor em uma faixa que todas parecem curtir (Algo que se mostrou não muito comum nos sexy concepts daquela época).

É uma pena que “Alone” (E outros ótimos singles do SISTAR como “I Like That” e “Give It To Me”) acabem se perdendo um pouquinho hoje em dia pelo fato delas serem muito mais lembradas pelos singles de verão, mas esse comeback do SISTAR foi um evento em 2012. Não somente consolidou o grupo no K-pop como fez elas baterem de frente com grandes nomes da época e se tornando um grupo do povo. Seria legal se a Hyolyn revivesse essa música no Queendom (Pelos spoilers das performances, ela não vai) pois é uma música que marcou horrores e seria uma febre entre as gays kpoppers há 1 década.

Além disso o mini álbum tem as melhores album tracks do grupo. “No Mercy” é um luxo de farofa EDM e “Lead Me” uma das baladinhas mais legais dos girlgroups 2nd gen do K-pop.

2 comentários sobre “Review Retrô: Quando o SISTAR inaugurou o conceito de piranha triste em “Alone” (2012)

  1. 10 anos escutando essa música.
    Hino atemporal, uma pena q o midtempo sensual não faça mais sucesso no kpop.

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