Year End 100: As melhores músicas do Asian Pop em 2022 (Parte 1)

2022 está acabando e estamos naquela fase do ano em que revistas, sites, críticos e criadores de conteúdo no geral mostram o melhor e o pior que aconteceu nesse ano. Alguns já postaram suas listas, outros estão começando e eu, como sempre, estou atrasado e só vou conseguir terminar de postar a minha lista de 2022 só em 2023, tal como Ayumi Hamasaki prometendo álbum novo. Mas aqui estamos, prontos para começar mais uma curadoria refinadíssima elegendo as 100 melhores músicas que ouvi esse ano, começando entre as posições 100 e 86 no post do hoje e, ao decorrer dos dias, 15 músicas serão cortadas por post até chegar no icônico Top 10. Sua favorita roda agora, vai aparecer mais tarde ou sequer vai aparecer nessa lista? Sem mais delongas, vamos começar o Top 100:

100. Brave Girls – Thank You

“Thank You” é a melhor música de celebração e agradecimento aos fãs em 2022 no K-pop, afinal elas e o Brave Brothers realmente estavam muito gratos pela Coreia tirar o Brave Girls da linha da pobreza. Pena que não foi por muito tempo e a Coreia já soltou a mão delas de novo, mas “Thank You” é uma linda música. Ela traz aquela sensação de alegria e gratidão, com o grupo entendendo que passaram por bons bocados na indústria mas, graças a toda a virada que rolou em 2021, elas são mais felizes e nunca vão esquecer todo o sucesso que conseguiram. E tudo isso é transmitido nessa música belíssima que me faz querer acreditar que a Coreia vai abraçar as gatas de novo só para continuarem vivendo o sonho delas. Com sorte em 2026 a nova geração do exército coreano perceba isso e faça o Brave Girls hitar de novo.

99. aespa – Illusion

Os singles padrão do aespa são uma roleta russa de emoções que podem ou não se atropelar nos milhares de ritmos instáveis que o grupo bota em uma música só. Normalmente os singles delas não colam comigo, mas em “Illusion” tudo é bem melhor executado para mim. “Illusion” é uma faixa que vai para lá e para cá mas sempre sabendo para onde está indo, e o tom esquisitamente agressivo e intenso é muito bem controlado por uma abordagem mais sutil e interpretação mais estilosa e fatal. “Illusion” é uma música que não foca em ter grandes viradas e explosões, servindo a melhor sonoridade que o aespa conseguiu entregar nesse conceito de guerreiras de Kwangya até aqui.

98. BLACKPINK – Yeah Yeah Yeah

A obrigatória b-side do BLACKPINK que brilha muito mais que os singles do grupo porque é onde os produtores tentam destacar a música ao invés da atitude. Não só isso, mas “Yeah Yeah Yeah” traz a música mais fora da curva na vida do grupo, e por isso mesmo surpreende. “Yeah Yeah Yeah” é uma música tão passional, que traz emoção e vitalidade ouvindo uma melodia tão doce e leve. Quando o refrão entra para dar aquele pulso ele faz isso de forma adequada, e a parte final da música onde os sintetizadores ganham uma energia a mais e a música fica fascinante. “Yeah Yeah Yeah” é uma música adorável, que combina com o BLACKPINK e adoraria ver essas meninas explorando essa sonoridade bem mais do que deixar apenas como b-side.

97. TWICE – Basics

O comeback coreano do TWICE não fez muito por mim e eu meio que já desisti do grupo no Japão, mas “Basics” fez o grupo garantir sua vaga no Top 100 como esse popzinho veranesco com um batidão que poderia ser fácil um single da Tinashe depois de “Superlove”. “Basics” é uma música que tem uma atmosfera meio, huh, “misteriosa” em que ela não tem grandes mudanças de ritmo, mas a melodia consistente e os versos mais rápidos são hipnotizantes e me cativam facilmente. Uma pena não ter me rendido para as outras músicas do TWICE esse ano, mas “Basics” já é o suficiente para continuar acompanhando e esperar mais do já anunciado comeback para o ano que vem.

96. Sunmi – Heart Burn

Eu achei que colocaria essa música mais acima nessa lista, mas percebi que esse ano eu não ouvi tanto assim “Heart Burn” (Ou a Sunmi, no geral) e eu meio que aceitei que ela estar presente no Top 100 já seria o bastante. Mas “Heart Burn” é ótima e sabe ser versátil explorando mais um ritmo totalmente diferente na carreira da Sunmi e executando isso muito bem. “Heart Burn” é a música mais “alternativa” dos singles da Sunmi, fugindo do pop dance e apostando em um pop de bandinha com pegada mais folk que seria lançada por alguma banda de garagem dos Estados Unidos tipo HAIM. É uma música charmosa e elegante com uma interpretação impecável que se destaca não só pela melodia única dentro da indústria, mas também pela execução brilhante. Se a Sunmi aparentemente só consegue fazer 1 comeback com single por ano, pelo menos está servindo um ótimo trabalho.

95. Happiness – Everything

A LDH tinha prometido que o Happiness ainda era um grupo vivo quando o E-Girls foi de base, mas aí o grupo entrou na geladeira por uns 2 anos e meio até anunciar o comeback no início desse ano com “Everything” e não lançar absolutamente nada depois pela LDH ter uma nova leva de girlgroups para promover e o próprio Happiness estar metido naquele outro projeto envolvendo música pop e Sailor Moon. Mas se for para essa ser a última música do Happiness, “Everything” é um ótimo encerramento: Uma música com um som poderoso e vocais imponentes que dão um tom épico e uma força especial para a faixa. “Everything” consegue servir impacto do início ao fim, e o Happiness devia ser mais valorizado dentro da LDH para ser o grande grupo pop que elas merecem ser.

94. ĐÔNG NHI – CHỚ NÊN VỀ SỚM

Aparentemente o Vietnã é o único lugar em que a instituição “Diva pop para as boates GLS” resiste fortemente em 2022, e esse ano todas as artistas que acompanho de lá resolveram entregar batidões bem homossexuais para me alimentar com muito carão e close. A primeira delas é a Dong Nhi, que já nos primeiros segundos de “CHỚ NÊN VỀ SỚM” você já consegue visualizar uma drag queen pronta para dublar pela sua vida em uma boate The Week com vocais sussurrados e uma atmosfera mítica que só os clubes que proporcionam experiências como Dark Room e maquiagem neon podem oferecer. “CHỚ NÊN VỀ SỚM” é uma música envolvente com uma batida hipnotizante que vale a pena ouvir.

93. NewJeans – Hype Boy

Em um ano particularmente muito forte para novatas no K-pop, o NewJeans surgiu em 2022 propondo que a gente revivesse o ano de 2002 com toda uma estética e sonoridade Y2K das primeiras gerações do K-pop. Essas meninas sequer eram nascidas em 2002 e ainda estão se acostumando com o personagem, mas estrear logo com uma pérola como “Hype Boy” não é para qualquer rookie hein. “Hype Boy” é uma música diferente, com uma batida ousada que a gente não ouve de qualquer grupo por aí e por isso mesmo ela facilmente se destaca da multidão. Não é a melhor música delas esse ano, mas é um trabalho tão intrigante com uma melodia tão original que eu acabo ouvindo de novo e de novo. Ótimo trabalho.

92. iKON – But You

A única música de boygroup que vai aparecer nessa lista é, aleatoriamente, esse single do iKON que eu só ouvi porque alguém me falou que “But You” era muito legal e tinha o mesmo synthpop oitentista do álbum do Lee Chanhyuk do AKMU (Facilmente um dos melhores do ano). “But You” não chega a ser tão profunda quanto as melhores do “ERROR”, mas ainda é uma faixa adorável com um refrão sing along e um instrumental que me deixa feliz. Como eu não ligo muito para boygroup eu acabei não ouvindo o tanto que eu poderia ouvir, mas se fosse um April da vida lançando essa música provavelmente estaria obcecado e “But You” estaria lá pelo Top 30 dessa lista. Parabéns de qualquer forma, iKON.

91. Yena – Smiley (feat. BIBI)

Ninguém levava muita fé na Yena vingando solo uma vez que ela é da mesma empresa do Everglow que nunca saiu do status de grande promessa do K-pop sem virar a grande realidade do K-pop (Por onde anda Everglow, aliás? Um beijo, Everglow)… Mas não é que a bicha conseguiu um viral que curou a depressão dos coreanos com “Smiley”?! “Smiley” é serotonina pura, me deixa feliz do início ao fim como um pop/rock feliz e energizante, que me dá vontade de viver com os vocais adoráveis e interpretação brilhante da Yena. Se a Avril Lavigne fosse uma idol de K-pop, provavelmente lançaria “Smiley” como single (E isso é um elogio).

90. Nayeon – POP!

“POP!” é uma música bagaceira, no melhor sentido da palavra. Explicando melhor, a única intenção de “POP!” é trazer diversão e felicidade com uma batida animada e sempre pra cima, que te chama para dançar, pular, rebolar e tudo que você quer fazer para ser feliz e se divertir com uma música chiclete e contagiante. Com o TWICE mais refinado e com escolhas mais elaboradas de singles para seus comebacks, foi perfeito para o debut solo da Nayeon uma música como “POP!”, pois é refrescante, extremamente simpática e grudenta, com cada batida e linha sendo feita para ficar na sua mente cada vez que você ouve. “POP!” é um grande exemplo de música POP.

89. Lexie Liu – Diablo

Saindo do pop mais leve e simpático do post para o pop mais agressivo e tenso, temos a Lexie Liu que surgiu no início de dezembro com seu novo álbum e, olha, que álbum hein. Vocês vão ver mais da Lexie nessa lista e entender o quão bom o “The Happy Star” é, mas por enquanto ouçam “Diablo” e sintam a tensão e provocação que a Lexie traz com essa música. Logo na intro eu já me sinto intimidado e submisso a qualquer comando que a Lexie Liu vai dar com essa música, e “Diablo” se desenvolve de um jeito tão sexy e crítico que eu quero explodir de tanto tesão que essa música me deu, sendo basicamente um rockzão sensual sem ser um rockzão sensual. Ah, e as linhas em espanhol dessa faixa são deliciosas e deixam “Diablo” ainda mais especial. Icônico.

88. Capsule – Start

O comeback do Capsule rendeu, também nesse fim de ano, o álbum “METRO PULSE”, com toda essa temática de synthpop futurista dos anos 80 que serviria de trilha sonora de algum filme da Sessão da Tarde e jogos de videogame da época. Um dos melhores exemplos desse álbum é “Start”, onde o Nakata brinca com os vocais da Toshiko em teclados e sintetizadores descompromissados que criam uma ótima faixa para qualquer ambiente. “Start” é aquele tipo de synthwave que poderia tocar em qualquer filme geek que eu odiaria mas a música ficaria na minha cabeça por conta do instrumental viajado e frenético. E apesar da produção ser o destaque, a Toshiko aparece “cantando” muito em “Start” e isso me deixou muito feliz. No final, uma faixa deliciosa que acerta na viagem no tempo que se propõe a fazer.

87. CSR – Pop? Pop!

O CSR realmente se propôs a reviver o aegyo que todo mundo macetou horrores quando era trend no meio da década passada e hoje sente falta pois a indústria do K-pop as vezes tem essa máxima de “Se reclamarem muito a gente vai lá e faz pior”. Mas se estavam com saudades de um pop fofinho e inocente cantando sobre o primeiro amor, “Pop? Pop!” está aqui para você reviver seus tempos mais pueris de colegial coreana que viu o menino bonitinho mais popular do colégio e resolveu se apaixonar e contar para as melhores amigas que você acha aquele menino bonitinho. “Pop? Pop!” é uma música muito doce, mas na medida certa para você não enjoar e sentir sempre a magia do primeiro amor toda vez que ouve.

86. Utada Hikaru – Bad Mode

Indo de “colegiais vindo o primeiro amor” para “mães solteiras que vivem por um diazepam”, temos Utadão Hikaru que foi uma grata surpresa nesse ano de 2022. Digo isso porque não estava levando tanta fé no “BAD Mode” com os singles que, com exceção de “One Last Kiss”, não tinham me conquistado. Mas aí veio o álbum e as faixas inéditas fizeram tudo funcionar de uma forma bem delicada e impactante. A faixa título, por exemplo, passeia por diferentes moods de jazz pop mas sempre mantendo a elegância de uma faixa chique e rica em detalhes preciosos. Tem 2 faixas nesse álbum que brilharam mais na minha playlist e isso fez “Bad Mode” aparecer tão cedo aqui, mas é uma música graciosa que mostra o quão artista Utada é.

8 comentários sobre “Year End 100: As melhores músicas do Asian Pop em 2022 (Parte 1)

  1. POP! e Bad Mode… duas músicas dignas de um top 30 e 20 (respectivamente) morrendo tão cedo… 😭 Feliz por saber que vai ter mais Lexie Liu na lista, a diva realmente entregou um dos melhores álbuns do ano e merece ser referenciada ao menos nesse TopTop!

  2. Estou surpreso com “Heart Burn”, “POP!”, “Hype Boy” e “BAD Mode” rodando tão cedo…

    Fico na torcida pra “Somewhere Near Marseilles” pegar PELO MENOS um top 10.

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