Revirando o blog eu vi que tenho muitas ideias para encher linguiça quando não tem nenhum lançamento que quero falar agora alimentar esse que é o blogueiro independente mais influente da internet, mas exploro pouco. Uma dessas ideias é o “E se eu estivesse viva?”, um quadro onde falo sobre grupos que já cantaram para subir e teorizo o que estariam fazendo se ainda existissem, e como hoje é um desses dias que não tenho um comeback que estou afim de falar agora, é um bom momento para reviver esse quadro.

E hoje eu não vou falar de grupos que não estão exatamente mortos, mas parecem: Com a recente onda de declarações de grupos que saem da empresas mas ficam falando por aí que continuam vivos para iludir fanbase, muitos girlgroups estão nesse limbo de “Existirem, mas não lançam nada” ou que apenas se reúnem para um ou outro projeto especial. E é hora de falar e relembrar 3 desses grupos aqui nesse post:

GFRIEND

O que foi: GFRIEND foi um grupo que surgiu em 2015 pela Source Music. O grupo chamou atenção no debut com “Glass Bead” sendo basicamente uma “Into The New World” repaginada e o fato de uma das integrantes parecer com a Jessica, o que já foi motivo para os Sones afundarem outros grupos no auge do SNSD mas em 2015 já não tinha a mesma força. Alcançou o sucesso no mesmo com “Me Gustas Tu”, após a performance na chuva com diversos tombos das integrantes viralizar mostrando toda a a determinação em performar para o público, e conseguiu diversos hits na Coreia e até uma carreira no Japão.

Sendo um dos grupos representativos do conceito fofo (Que estava em alta no meio da década passada), o GFRIEND durou 6 anos até não renovarem o contrato com a Source Music em 2021. No último de ano de atividades o grupo até tentou repaginar o conceito, mas sem muito sucesso. Hoje o grupo se divide no trio VIVIZ, nas carreiras solo de Yuju e Yerin e seja lá o que a Sowon esteja fazendo, com todas elas casualmente falando que o grupo ainda existe desde então. Nenhum movimento de reunião do grupo para um comeback foi indicado.

E se estivessem vivas? O último ano do GFRIEND (Especialmente o álbum “Walpurgis Night”) é muito interessante e indicava um amadurecimento sutilmente sáfico do GFRIEND como grupo, seja em um conceito mais fantasioso ou com elas sendo gostosas numa boate. Acredito que elas fariam companhia no nicho “grupo de comadres” que se divertem e lançam bops despretensiosos tal como o Brave/BB Girls é hoje em dia, dificilmente fariam sucesso nos charts mas ainda teriam seu público para acompanhar 1 comeback por ano pelo menos. GFRIEND morreu com uma fanbase ainda ativa, e a prova disso é a forma como as carreiras paralelas conseguem se manter até hoje.

Mamamoo

O que foi: Mamamoo foi um girlgroup que debutou em 2014 pela RBW. Com uma proposta de ser um grupo mais vocal sem perder o poder de performance, o grupo teve todo um time de peso na Coreia naquela época para promover o debut. O retorno a todo esse investimento já era visto no bem sucedido ano de estreia, mas o sucesso veio mesmo em 2015 com “Um Oh Ah Yeah” alcançando o Top 3 dos charts e “You’re The Best” pegando o topo da Gaon no ano seguinte. O grupo também acumulou diversos sucessos, além de serem aclamadas pela sua potência vocal e conceitos não tão teen pop, sendo um grupo que se destacava pelo talento e fazendo algo fora das tendências da época.

Em 2021 o Mamamoo teve sua primeira baixa com a saída de Wheein da RBW. Na época, a empresa e os representantes da Wheein falaram que ela não estava fora do grupo, apenas que a RBW não era mais responsável pela carreira individual da integrante. Apesar disso, o foco das integrantes parece estar mais em seus projetos paralelos desde então, com Hwasa e Wheein administrando suas carreiras solo e Solar e Moonbyul promovendo na RBW tanto solo quanto com a sub-unit Mamamoo+, e o grupo completo ocasionalmente lança uma ou outra música anualmente. Em 2023, Hwasa não renovou contrato com a RBW, e assinou com a P NATION para continuar promovendo como solista. Admito que é meio exagerado encarar o Mamamoo como um grupo morto (É possivelmente o grupo que melhor representa o status “Em hiatus”), mas o grupo completo já estava em marcha lenta há uns anos e deve ficar ainda mais lenta com a saída da Hwasa da RBW.

E se estivessem vivas: Já tem uns anos que o Mamamoo não me encantava musicalmente. A última faixa que achei realmente boa foi “Hip” lá em 2019, e de lá para cá músicas que passeiam entre o “Não gostei disso” e o “Nossa que coisa horrorosa” (Com exceção de “Dingga” que acho ok). Não acho que isso mudaria em algum momento se o grupo estivesse em plena atividade, e tenho quase certeza que as músicas do Mamamoo+ seriam músicas do Mamamoo em condições normais. Nada do Mamamoo+ fez muito por mim, então acho que o desinteresse que eu tenho pelo grupo hoje se manteria. De resto, elas seguiriam um caminho comercial parecido com o GFRIEND, sem um novo grande hit mas com uma fanbase expressiva que vai acompanhar o grupo em qualquer atividade.

CLC

O que foi: CLC foi um girlgroup da Cube Entertainment que debutou em 2015. Com um conceito de “Não ter conceito definido”, o CLC passeava por diversos estilos de sons e imagem em seus comebacks, com a ideia de mostrar versatilidade e bons trabalhos em diferentes vertentes, algo que acabou sendo a frente do tempo delas se a gente pensar que hoje em dia a fanbase anda cobrando muito que os grupos não fiquem estacionados em uma sonoridade específica. Nem de perto o CLC conseguiu qualquer tipo de sucesso na Coreia, mas internacionalmente o grupo tem muitos simpatizantes (Especialmente depois de “Hobgoblin”) e isso acabou prolongando a vida do grupo até, basicamente, o (G)I-DLE emplacar na Coreia e a Cube focar em promover o grupo da Soyeon.

O último lançamento do CLC foi “Helicopter” em 2020, e nos anos seguintes as integrantes foram tomando seu rumo fora da Cube uma de cada vez. No Girls Planet 999, a agora integrante do Kep1er Yujin lamentou o fato da Cube não ter interesse em promover o CLC como grupo, e acabou ganhando as notinhas do Naver por falar que era a última chance dela como idol no programa. De lá pra cá, algumas integrantes como Sorn, Elkie e Yeeun vem investindo em suas carreiras solo, e Yeeun recentemente venceu o Queendom Puzzle e está prestes a estrear pelo grupo EL7Z UP ainda esse mês. Em maio de 2022 a Cube oficializou o fim do grupo mas, casualmente, uma ou outra ex-integrante vem a público falar que o CLC ainda existe e se reunirá a qualquer momento, e tem quem acredite nessa lorota para dormir em paz a noite.

E se estivessem vivas: Nunca escondi de ninguém que o CLC não era lá um grupo que gostasse muito musicalmente, e seria um grupo ainda mais desinteressante se estivesse lá na Cube. “Helicopter” já pareceu uma música que lançaram para parar de encher o saco da empresa, imagina o que elas poderiam lançar depois disso. Na verdade, sempre pareceu que a Cube não sabia muito bem o que queria para o CLC e, conforme os flops foram se acumulando, a empresa foi ficando cada vez mais perdida sem saber o que fazer com o grupo. Mas é interessante ver que hoje algumas meninas conseguem se virar na indústria (Visto as vitórias de Yujin e Yeeun nos survival shows que participaram), o que me leva a crer que o grupo tinha que morrer para as gurias se acharem no entretenimento. As integrantes tinham seu charme e conseguem cativar um público, mas o CLC só foi um grupo que debutou no momento errado mesmo.