PLAYLIST: Best Of 201x #1

Acho que alguns de vocês devem ter dormido uma noite dessas e pensado com muito carinho: “Nossa, quais músicas o Dougie deve considerar as melhores da década? Bem que ele podia fazer uma lista safadíssima com as músicas que ele mais curtiu no específico período entre 2010 e 2019 no pop asiático né?”. Se você não pensou nisso, prepare-se para algo que você não pediu: A primeira parte de um best of com o melhor que os anos 2010 serviram na minha playlist.

Para entrar nessa lista tem que seguir umas regras simples:

  • Ser um lançamento entre 2010 e 2019;
  • Estar no Spotify, para preencher a maravilhosa playlist abaixo;
  • Não ser “Bang Bang Bang” do BIGBANG, afinal é uma lista de melhores e não piores músicas da década.

A ideia é encher a playlist com + de 200 músicas (Ou o limite que o Spotify tem para uma playlist, se existir), mas claro que não vou postar tudo isso isso de uma vez né. Então, nesse post, vocês vão conhecer as 20 primeiras selecionadas para integrar essa maravilhosa lista baseada unicamente no gosto pessoal. Are you ready for this?!

01. miss A – Bad Girl Good Girl (2010): Começando essa playlist com o maior debut da década no K-pop. “Bad Girl Good Girl” teve um impacto tão grande no K-pop que não é só o maior hit do miss A como também a música mais popular da Coreia em 2010, e só de ouvir a música a gente sabe o motivo: Pop chiclete com repetições pontuais na letra do jeito que o JYP adora fazer, além de evocar um estilo “girl next door” único na empresa (=Bem distante do Wonder Girls), que viraria uma boa marca para o grupo nos anos seguintes (Principalmente para Suzy). O grupo acumulou muitos sucessos depois dessa estreia, mas é evidente que essa é a primeira música que os coreanos vão lembrar quando falarem o que foi o miss A.

02. KARA – Lupin (2010): São poucos os grupos que serviam tão bem um pop dance intenso e dramático da forma que o KARA entregava, né. E nesses bops mais intensos que elas lançavam, “Lupin” é de longe uma das mais icônicas. Eu ouço a intro de Lupin e já me sinto uma agente secreta entrando em uma missão perigosíssima com muita ação, e a música vai se desenvolvendo de uma forma que tudo vai ficando mais e mais intenso a ponto de até o refrão mais curto não fazer perder o ritmo e dar aquela autenticidade a coisa toda. Se KARA já não tivesse uma “Mister” na carreira, sem dúvidas “Lupin” seria a canção assinatura do grupo.

03. Secret – Love Is Move (2011): Antes de Secret virar um grupo de grandes gostosas em 2012 (E a TS cagar no pau misturando releases sensuais e fofos até o grupo morrer) elas serviam muito bem uns hits retrô para o K-pop, e em 2011 o grupo teve seu auge com músicas mais fofinhas sem perder a pegada retrô como “Shy Boy” e “Starlight Moonlight”. Mas a melhor música desse ano glorioso do grupo (E uma das minhas favoritas delas) é “Love Is Move”, title track do único full album do Secret, onde elas botam a energia lá em cima, deixam o aegyo um pouquinho de lado e arrasam com as referências safadíssimas de jazz que dá certo em quase toda música de K-pop que tentava investir em algo retrô. Uma música deliciosa que muita gente nem deve conhecer pois foi apagadíssima por ser lançada na mesma semana que o comeback mais hypado do SNSD.

04. Sunnyhill – Midnight Circus (2011): Embora não seja o maior sucesso do grupo (Ou a música que tenha dado os prêmios desses music shows coreanos), “Midnight Circus” é a música que botou oficialmente o Sunnyhill no mapa do K-pop. Com empresa e line-up novos, Sunnyhill deixava de ser um trio de músicas pop/folk fora do radar e ganharia uma roupagem pop mais mainstream porém carregadíssimo de conceito e estética. “Midnight Circus” reflete bem isso, sendo uma música onde podemos no imaginar facilmente em um circo ouvindo, com toda aquela estranheza e festividade que uma música circense pode servir, sendo um dos singles mais interessantes do K-pop até hoje.

05. Namie Amuro – Go Round (2012): 2012 foi o ano onde Namie Amuro comemorou 20 anos de carreira e, entre um sucesso comercial estrondoso e inquestionável, foi um ano musicalmente curioso pra ela: “Uncontrolled” é um dos álbuns mais fraquinhos da Namie mas “temos” (Entre aspas pois a safada socou um engrish tenebroso nas versões do álbum) um dos singles mais legais da fase de farofas dela, o double a-side “Go Round / YEAH-OH”. “YEAH-OH” é mais um EDM farofa mais padrão que faz a minha alegria sempre que ouço, mas “Go Round” é o grande destaque e um dos melhores singles da Namie aqui, pois é uma farofa mais contida e emblemática que transmite tudo que a Namie virou nessa fase: Uma véia safadíssima porém com pouca vida pra transmitir em suas músicas. Ela tenta soar misteriosa cantando “Go Round”, mas ouvindo essa música dá pra sentir que Amurão está morrendo em ter que milkar ainda mais um tema de dorama antes de lançar um álbum e sair em tour, e é esse charme blasé que faz a música brilhar comigo. É involuntário, mas muito bem produzido e efetivo a ponto de se tornar uma das minhas músicas essenciais da Namie.

06. SNSD – Paparazzi (2012): Sempre achei interessante como alguns grupos da onda hallyu nunca fizeram muita questão de lançar músicas que os grupos de J-pop já serviam por lá. “Paparazzi” do SNSD é um ótimo exemplo disso, pois é difícil imaginar um grupo comum de J-pop lançando uma música dessas… Em compensação dava pra imaginar uns 20 girlgroups de K-pop se matando por uma demo dessas pra usar como comeback na Coreia. Isso no fim do dia servia mais pro SNSD se distanciar do KARA (Que era a principal concorrência delas na onda hallyu e servia kawaii safado a rodo no Japão) do que qualquer outra coisa, mas quem se importa com isso quando elas SERVIRAM um pop maravilhoso desses, não é mesmo.

07. Kato Miliyah – EMOTION (2013): A faceta de farofas pop da Miliyah é bem querida pra mim pois é sempre muito legal quando ela deixa de fazer baladinha emotiva e R&B Utadesco para viver a fantasia de diva pop. A Miliyah faz um ótimo uso da sua voz, que não possui aquela potência impressionante mas ela sabe transmitir os sentimentos em suas canções, e em uma música com uma progressão bem familiar como em “EMOTION” isso acaba brilhando muito. O EDM aqui não é dos mais inventivos, mas essa versatilidade da Miliyah nos vocais faz tudo ganhar outro nível e valer a pena pra mim.

08. SISTAR19 – Gone not around any longer (2013): hahahaha a safadeza dessa unit. SISTAR19 existiu por ser a unit das gatinhas do SISTAR que tinham 19 anos na época (E morreu quando elas chegaram aos 20), mas ouvindo essa unit é evidente que a Starship queria mas achou que era muito cedo pra Hyolyn debutar solo naquele momento e aí botaram a Bora pra fazer figuração e 15 segundos de rap do lado dela. Mas temos do que reclamar quando elas conseguiram a proeza (No K-pop isso é uma proeza) de transformar uma midtempo que ocuparia espaço em um álbum do SISTAR em uma das faixas de playlist de bordel mais sensuais da história do pop? Para uma unit que durou duas músicas, isso é uma vitória das grandes.

09. Girl’s Day – Something (2014): E falando em música sensual de bordel, temos esse hino da Antena 1 <3 batendo ponto na lista sendo a música mais bem sucedida do Girl’s Day (Pessoalmente elas tem 2 músicas mais memoráveis que eu ainda pretendo colocar em futuras atualizações). É até curioso fazer tanto sucesso sendo que esse é o single pop mais fora da curva do Girl’s Day, que normalmente entrega faixas mais animadas e vibrantes como title track, mas essa é uma das tentativas mais efetivas de amadurecimento de imagem e visuais mais adultos que já tivemos no K-pop (Elas milkaram boa parte dos visuais de Coming Of Age Ceremony? Sim, mas foi um acerto e tanto), provocativo na medida certa e maduro de um jeito não tão pedante para um single de K-pop, rendendo uma canção incrível no final.

10. 2NE1 – Gotta Be You (2014): Eu considero curtir o 2NE1 hoje em dia um desafio pela discografia envelhecendo horrivelmente em sua maior parte (*BOOM* lá vem 30 viúvas do 2NE1 prontas para me massacrar por ter falado isso), mas nas poucas músicas que isso não rola temos experiências incríveis de ouvir hoje em dia. “Gotta Be You” é um EDM que grita nostalgia a todo instante, tanto no lançamento quanto agora, onde ela não se mata em tendências dubstep da época e entrega um EDM mais limpo nesse sentido como se essa fosse uma ótima música de 2011, e tá todo mundo muito bem na música a ponto de gravar a letra na minha mente, além de todas as nuances entre o “rap fodão da CL” e o “timbre único da Bom” serem deliciosas, entregando entretenimento a todo momento, e é provavelmente o meu auge pessoal na discografia do 2NE1.

11. IU – Twenty-Three (2015): De forma isolada, eu considero “Twenty-Three” a música com mais conteúdo da IU. Normalmente essas transições de imagem mais madura são meio que um padrão no K-pop, mas com a IU tudo ganha um outro nível com toda a história de anos a fio sendo infantilizada nesse título de “Irmãzinha da nação”, e ela vai e me lança na cara do próprio público “Cansei dessa vida de lolita, só fazia isso pra tirar o dinheiro de vocês mas agora cresci e sou uma mulher astuta”, eles compram qualquer coisa dela do mesmo jeito e a IU joga na cara que quem comanda a carreira dela é ela mesma e não vai deixar se prender a rótulos do público/mídia. Claro, tudo de uma forma sofisticada e inteligente, com IU se permitindo usar um tom mais atrevido e provocante para mostrar que é muito mais que um rostinho bonito e inocente nas câmeras.

12. Ayumi Hamasaki – WARNING (2015): Que década doida pra Ayuzão. Polêmicas esquisitas, álbuns que vão do altamente questionável ao simplesmente horrível, relacionamento relâmpago problemático, audição ainda mais deteriorada e, pra fechar com chave de ouro, um filho e o anúncio de que vai ser mãe sem casar. E acredito que ela mesma lançou a trilha sonora perfeita pra essa parte da vida dela, com “WARNING” sendo aquele rockzão perigoso e intenso que virou uma das marcas da discografia da Ayu. A música é tipo um aviso de que não está nada fácil mas ela também não é e não vai se deixar abalar por qualquer coisa, e é tudo tão louco e pra cima que você pega esse ritmo para te dar energia e superar os desafios também. um grande acerto numa década em que Ayu errou muito musicalmente.

13. Dal Shabet – Someone Like U (2016): Ninguém levava muita fé no Dal Shabet, que tinha acabado de perder 2 integrantes, nem no Brave Brothers saturadíssimo com suas midtempos sensuais (Sendo que metade dessas midtempos desovadas entre 2013 e 2015 nem levam a assinatura dele), mas então elas surgem com esse synthpop oitentista delicioso e viciante que *BOOM* conquistou todo mundo que ouviu as lendas. Só faltou a Coreia comprar mesmo, já que esse single (E 2016, no geral) foi ladeira abaixo pro grupo, mas “Someone Like U” é uma das melhores músicas das Shabetinhas e prova que a melhor decisão da vida do Brave Sound foi passar semanas ouvindo o “REBOOT” do Wonder Girls e o “EMOTION” da Carly Rae Jepsen, e transferir tudo que absorveu dessa experiência em sua produção.

14. GFRIEND – Navillera (2016): Lembram de quando a gente reclamava muito do GFRIEND requentando a mesma demo de Into The New World em todo santo single de início de carreira delas? Bons tempos, né. Se a gente soubesse o que o GFRIEND ia se tornar depois de parar de tirar leite de pedra dessa demo acho que todo mundo reclamaria menos dessa fase, mas pelo menos alguns singles daquela época ganharam vida nova pra mim. Navillera, por exemplo, deixou de ser uma faixa saturadíssima na própria discografia e virou a minha música preferida do grupo, acreditam? Pois é, as vezes a gente tem que levar umas pedradas pra ver o que estávamos perdendo.

15. FEMM – Samishii Nettaigyo (2017): FEMM nunca mais foi o mesmo depois que terminou de promover o FEMM-Isation, mas ainda rendeu esse cover glorioso de Samishii Nettaigyo do grupo Wink, transformando a música em um EDM meets Disco  que, ao mesmo tempo que é impossível ficar parado ouvindo, ainda combina total com o conceito robótico de manequins da dupla (Até por esse ser basicamente o MESMO gimmick da música original). Era pro FEMM ser um daqueles acts alternativos relevantes o suficiente para figurar vez ou outra em algum feat. no mainstream, e se tornar no Japão o que a Charli XCX é por aqui, mais ou menos, mas é uma pena que a avex tem um gerenciamento porquíssimo e não fazem muito pra elas acontecerem nesse nicho (E elas mesmas parecem ganhar mais como modelos, aí fica complicado também).

16. BLACKPINK – As If It’s Your Last (2017): E falando em modelos que lançam música vez ou outra pelo hobby… rs. 2017 foi o ano em que prometeram terminar aquele projeto de 8 singles do debut do BLACKPINK para os fãs ganharem… 1 mísera música. Coitadas delas e de seus fãs com esse ritmo de algumas migalhas por ano que o YG adotou, mas pelo menos aquele ano rendeu o melhor single delas até hoje: As If It’s Your Last pega mais leve no batidão com sintetizadores não tão fortes e um refrão bem mais colorido, numa música que não deixa de parecer demo reaproveitada do 2NE1 mas, ainda assim, é uma ótima demo. Quando o Teddy está inspirado ele acerta com muito louvor e todo mundo sai ganhando, e é esse sentimento de que finalmente podemos ver do que as PretoRosa são capazes que faz As If It’s Your Last ser imbatível.

17. Kyungri – Blue Moon (2018): Grandes gostosas fazendo house safado é uma tendência que poderia ser mais forte no K-pop, né?! Esse debut da Kyungri, por exemplo, é tão glorioso que nem mesmo o vídeo de 32 reais e duas câmeras alugadas tira o brilho da música. É tudo tão hipnótico, sofisticado e hipnotizante que nem precisamos de muito batidão para fazer essa música acontecer, a Kyungri sussurra a música inteira numa batida mais contida e isso ainda rendeu um dos grandes auges de 2018. Tudo dá certo nessa música, tirando o fato de que ela seria bem mais sucedida se fosse lançada no auge da popularidade da Kyungri em 2013~2015.

18. Fairies – HEY HEY ~Light Me Up~ (2018): O ParaPara foi uma dança muito marcante no Japão pós-bolha, se tornando a grande mania da galera na década de 90 e uma grande ajuda para a consolidação do Eurobeat no Japão. Isso foi tão grandioso que, hoje em dia, funciona muito bem como um estilo retrô no contexto do J-pop, e com o fim da era Heisei alguns artistas resolveram reviver esse estilo de vida como homenagem em alguns singles. O grupo Fairies foi um desses nomes que resolveu reviver o Eurobeat com HEY HEY ~Light Me Up~, e elas foram com tudo nessa onda de “reviver os anos 90” desde som até visuais e a coreografia marcadíssima. Entretenimento real para quem curte esse tipo de revival.

19. Chungha – Gotta Go (2019): Acredito fielmente que “Gotta Go” vai se tornar uma daquelas músicas memoráveis e atemporais que grupos de, sei lá, 2024 vão fazer covers em performances especiais tamanha a memorabilidade que essa música ainda vai ter. Se isso não acontecer vai ser uma pena, pois Gotta Go é maravilhosa e mostra que a Chungha nasceu para brilhar sozinha como a grande diva pop que ela tem que ser, matando as outras ex-I.O.I que estão aí carregando grupos mortos nas costas. A descrição de “Gotta Go” é mais ou menos a mesma de “Blue Moon”: Não precisamos de vocais incríveis ou instrumentais inventivos, só um popzão com tudo na medida certa para render um hino.

20. TWICE – Fancy (2019): Para fechar a lista de hoje temos a aclamada “FANCY”. Aquela que mudou os rumos do TWICE. Aquela que fez haters deitarem para as 9 lendas da JYP. Aquela que trouxe a paz mundial por 3 segundos pois todo mundo concordou que isso era um hino tão grande que não houveram brigas entre fandoms nesse período. Aquela que finalmente trouxe a mudança de imagem para o TWICE que todo mundo pediu e amou. Aquela que curou o câncer de um gay e trouxe a pessoa amada para outro. Um marco no K-pop por todo o impacto que ela rendeu. Será que elas vão conseguir repetir tudo isso em 2020? É o que eu estou apostando que vai acontecer.

A intenção aqui é alimentar essa lista de melhores da década todo final de mês até o fim de 2020. Então teremos, pelo menos, outras 11 atualizações dessa playlist. Ou seja, 11 chances de sua fave aparecer nessa icônica lista se ela ainda não figurou aqui. Então não se preocupem pois ainda vai ter muita música pra ser adicionada e montar a melhor lista de fim de década da história do pop (Ou a melhor desse blog, pelo menos). Ah, e não esqueçam de ir adicionar suas músicas da década na pesquisa que estou fazendo ali do lado (Ou clicando nesse link).

10 comentários sobre “PLAYLIST: Best Of 201x #1

  1. super me sentindo que você colocou uma das minhas recomendações (que foi a lupin) AAAAAAAAAA tosca eu sei

    • Ainda vão ter 11 posts além desse, se não aparecer pelo menos Rude Love ou Red Light é por birra mesmo

  2. Rezo pra ter Full Moon da época em que a Sunmi era uma vampira, gostosa, perigosa, assassina e evangélica e por algum treco das 9 musas de 2013 por que esse foi o ano delas

    • Vampira que também é bailarina clássica conceitual, vale acrescentar.

      E a rapper que divide a música com ela sumiu sem deixar vestígios… pisar no calo do JYP é mais arriscado do que a cara de bocó dele deixa parecer.

      • Alô ela era trainee da JYP por mais de 10 anos mas pelo visto deixou o porão do homem de calças de plástico há muitos anos, nome dela é Celena Ahn, ela tem canal no YouTube e é ativa no Instagram (seja lá o que ela faz hoje em dia)

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